Desde o dia 23 de abril, no Museu de Arte Moderna da Bahia, a exposição de obras de Hector Bernabó , o Carybé. A mostra reúne pinturas, esculturas, desenhos e gravuras que recontam a história deste argentino que adotou Salvador como morada e inspiração para sua obra. A temática afro-baiana foi uma constante no trabalho de Carybé, assim como, a sensualidade das mulheres baianas. A exposição comemora os 70 anos da primeira vinda do artista à Bahia e integra a programação especial de 50 anos do MAM, projeto que teve a liderança de Lina Bo Bardi, e de figuras de destaque do meio cultural baiano como Mario Cravo e Carybé.
Hector Julio Páride Bernabó, ou Carybé, 
nasceu em Lanús (Argentina) em 07 de fevereiro de 1911 e faleceu em Salvador, em 02 de outubro de 1997. Destacou-se pela arte figurativa brasileira, sobretudo a baiana, com motivos de mulatas lavadeiras, pescadores, e capoeiristas, por meio de estilo que se aproxima da abstração. Apesar de ter nascido na Argentina e vivido sua infância na Itália, foi no Brasil que teve sua formação artística e morada definitiva. Mudou-se para o Brasil em 1919, e freqüentou a Escola Nacional de Belas Artes entre 1927 e 1929. Seu primeiro contato com a Bahia foi em 1938, quando foi enviado pelo jornal Prégon para fazer uma reportagem sobre o célebre personagem Lampião.

Com a falência do periódico, estendeu sua jornada pelo litoral norte do Brasil, que lhe inspirou desenhos para sua primeira exposição coletiva, em Buenos Aires, em 1939.
Sua relação com o Brasil se aprofunda na
década de 1940, quando verteu Macunaíma, de Mário de Andrade, para o espanhol. Na década de 1950, a convite do Secretário da Educação Anísio Teixeira, Carybé muda-se definitivamente para Bahia, onde auxilia a promover a renovação das artes plásticas. Em 1955 foi eleito o melhor desenhista da III Bienal de São Paulo, e, em 1961 recebeu o mérito de expor em sala exclusiva.

Em 1957 naturalizou-se brasileiro, fato que legitimou sua condição de ícone da Bahia. Com efeito, suas obras visam, sobretudo, a retratar a riqueza da cultura popular baiana. Carybé realizou mais de cinco mil trabalhos, entre pinturas, desenhos, esculturas e esboços, incluindo ilustrações para obras de autores consagrados como Jorge Amado, Rubem Braga, Mário de Andrade e Gabriel Garcia Marquez. Possui murais nas cidades de Salvador, Londres e Nova York, em que se nota infl uência de Picasso e Rivera.
Entre suas obras impressas, destacam-se a Iconografi a dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia, resultado de 30 anos de pesquisa, As Sete Portas da Bahia, coletânea de desenhos sobre a cultura baiana, e Olha o Boi e Bahia, Boa Terra Bahia, ambos em parceria com Jorge Amado. O escritor baiano, seu grande amigo, em um de seus versos integrantes da Cantiga de capoeira para Carybé, traça bela descrição da relação de Carybé com a cultura baiana:
[...] A paisagem, a poesia e o mistério da Bahia, ê, ê camarado, e de quem é? É de Carybé, camarado,Ê camarado, ê... Fonte: Revista do Ministério das Relações Exteriores
essas imagens são bizarras merencem se
ResponderExcluir