quinta-feira, 7 de maio de 2009

Políticos adoecem?

Oliveiros Guanais
Ninguém gosta de adoecer, mas para algumas pessoas a idéia de doença causa pânico. Por categoria, pode-se incluir quase todos os políticos. Julgam eles que suas carreiras, sua imagem perante o público não pode ser arranhada por algo que passe de um resfriado comum. Doenças com maior potencial de gravidade, não. Essas têm de ser ocultadas. Isto vem a propósito do internamento do prefeito de Salvador, ontem ( 06/5/09), no Hospital Aliança, fato cuja divulgação não foi sonegada ao povo. Ainda bem. João Henrique (foto), parece ser de natureza frágil e sensível, e não suporta grandes desafios. As enchentes de Salvador transbordaram as débeis paredes de sua resistência. Mas ele foi sensato, procurou um Hospital e deixou que o assunto fosse do conhecimento de todos. Isso pode parecer elementar, mas não é, porque políticos que estão no picadeiro escondem doenças, mesmo que elas sejam evidentes e que venham a matá-los em pouco tempo. Alguns exemplos? Petrônio Portela tinha grandes possibilidades de chegar à Presidência da República e negou o infarto que o acometeu numa viagem ao interior do Mato Grosso e que foi diagnosticado clinicamente pelos médicos. Petrônio tomou o avião e desfilou com elegância em sua chegada no aeroporto de Brasília, cumprimentando com pose imperial os que foram recebê-lo. Morreu logo depois, desse infarto. O senador Antônio Carlos fez tudo para esconder o seu, e mais tarde o de seu filho, chegando a chamar os médicos de charlatões. Tancredo Neves não podia adoecer, porque no dia seguinte ia assumir a Presidência da República. Deu no que deu. E os exemplos poderiam ir muito longe, mas fiquemos apenas nesses, acrescentando um caso antigo, que tem analogia com o de Tancredo, só que um cirurgião de coragem impôs a sua orientação. 1902. A coroação do rei Eduardo VII estava marcada para dois dias depois. Festa organizada, realezas e nobres de diferentes países já se encontravam em Londres para a festa quando os males que o futuro rei apresentava permitiram o diagnóstico de apendicite. O rei recusou-se a operar, dizendo que uma coroação não podia ser adiada como uma reunião de tiro ao alvo. Frederiks Treves, o cirurgião, respondeu-lhe: ‘”Então, sire, o senhor irá `a abadia como um cadáver”. O rei foi operado logo e a coroação deu-se dois meses depois.
Se o Dr. Tancredo tivesse a sorte de encontrar um cirurgião como Treves...

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