sexta-feira, 21 de maio de 2010

Portos: mudanças para não afundar

Marco Martins, ao lado do Ministro dos Transportes, o baiano Paulo Ségio Passos e o Secretário Estadual de Portos, Roberto Benjamin, em reunião neste ano na Associação Comercial da Bahia
Marco Aurélio Martins*
A Bahia está refém de um modelo ultrapassado de organização dos seus portos públicos. Não se trata de uma crítica à Codeba, seus funcionários ou executivos, mas a um processo decisório que impede o crescimento portuário e atrasa o desenvolvimento do Estado. Temos localização geográfica privilegiada e economia apta para sermos um centro com portos regionais pujantes: Salvador, para contêiner (e cruzeiros marítimos*), Aratu para cargas líquidas, gasosas e sólidas, com potencial para novos berços especializados em contêineres; Ilhéus, importante na exportação de celulose, e o Porto Sul que será voltado para minérios, tornando-se um pólo de logística e um centro de atração de cargas do oeste baiano e de outros estados.
A estadualização (ou municipalização*) e/ou a privatização de suas áreas é algo prioritário e que, independentemente de partido político, deve se tornar realidade. Precisamos de instalações portuárias compatíveis com a maior costa litorânea brasileira, de uma baía que requer baixos investimentos para isso e de uma economia que tem independência para definir o seu futuro.
Se nada for feito imediatamente, corremos o risco de assistir a um volume maior de cargas da região industrial de Camaçari, indo para o Porto de Suape, em Pernambuco ou à transferência dos empreendimentos para regiões com logística mais competitiva.
Somos favoráveis à privatização dos portos, tendo o Estado como árbitro, mediador e indicador do planejamento estratégico de desenvolvimento para os próximos 25 anos, período mínimo de arrendamento. A idéia pode parecer radical, mas já demos tempo suficiente à SEP (Secretaria Especial de Portos) e à ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) para decidirem por soluções que melhor atendam o interesse federal. Agora, a palavra tem que ser da Bahia, representada pela sociedade civil, empresários, governos estadual e municipal, para que em um prazo mínimo se promovam ações comprometidas apenas com o interesse do nosso desenvolvimento.
Não dá mais para esperar.
*Presidente do Conselho Diretor da USUPORT

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