quarta-feira, 6 de abril de 2011

Salvador espera sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014

Tatiana Maria Dourado*

Ney Campelo (PCdoB), Secretário Executivo do Governo do Estado da Bahia para a Copa na Bahia acredita que capital baiana tem chances reais. Em setembro do ano passado, foi entregue o projeto ao presidente da CBF. O tempo voa. E a maioria das obras não segue o mesmo ritmo.

A estimativa é que Salvador receba 600 mil turistas em sua primeira Copa do Mundo. A capital baiana entrou na luta direta com Belo Horizonte (MG) para sediar a abertura do mundial de futebol. A Secretaria Executiva da Copa 2014 oficializou a entrada nessa disputa em setembro de 2010, com a entrega do projeto da Copa 2014 ao presidente da CBF Ricardo Teixeira. O secretário executivo da Copa 2014, Ney Campello, conversou com o G1 BA por e-mail.

G1 BA - Salvador está lutando para ser a sede de abertura da Copa 2014. Quais os pontos fortes de Salvador para esta tentativa? Os principais adversários são mesmo Belo Horizonte e São Paulo?

Ney Campello – Salvador tem chances de sediar a abertura. Nossos diferenciais se baseiam no fato de sermos o berço da civilização brasileira, a melhor transição entre a última Copa no continente africano e a possibilidade de começarmos 2014 na cidade mais negra fora daquele continente, que é Salvador. Representamos a cara da diversidade brasileira, referência da musicalidade e sonoridade como nenhuma outra, e a expertise de organizar o carnaval baiano, maior festa popular de rua do planeta. Com relação às outras sedes que também estão pleiteando a Abertura da Copa, respeitamos a legitimidade e não queremos tensão nessa questão. A decisão tem que acontecer por critério técnico.

G1 BA - Joseph Blatter, presidente da Fifa, reclamou do atraso do Brasil no processo de estruturação da Copa. O que de fato está atrasado e o que tem sido cumprido no devido prazo em Salvador?

Ney Campello – Olha, estamos numa situação confortável com relação aos prazos. A obra da Arena Fonte Nova está entre uma das mais avançadas do Brasil, estudo levantado em edição especial do jornal Folha de São Paulo, publicado em dezembro de 2010, que tem prazo para ser entregue no final de 2012. Com relação à Mobilidade Urbana, já foram contratados R$ 570,3 milhões pelo Governo do Estado da Bahia para a Implantação do Corredor Estrutural de Transporte de alta capacidade, que ligará o aeroporto ao acesso norte. A licitação está prevista para julho de 2011 e o início das obras previsto para setembro. A reforma e adequação do Terminal de Passageiros e Ampliação do Pátio de Aeronaves do Aeroporto e a adaptação do armazém do Porto para Terminal Marítimo de Passageiros também estão em andamento.

G1 BA - Salvador possui defasagem histórica em relação à mobilidade urbana – seja a inexistência do metrô, má condição dos ônibus ou dos sistemas de transportes não motorizados, como as ciclovias. Seria este o principal entrave do Estado?

Ney Campello - Acredito que dentre os muitos desafios, dois se destacam. No campo da infraestrutura, o maior deles é a mobilidade urbana. As cidades brasileiras precisam repensar o modelo de desenvolvimento urbano, combinando progresso com sustentabilidade. Também está sendo negociado com o Governo Federal o incentivo à construção de ciclovias e ciclofaixas. Outro desafio refere-se à qualificação e treinamento de pessoas. Esse poderá ser o maior legado da Copa, valorizando o capital humano e investindo no capital intelectual, com o Planseq Copa do Mundo. O plano vai capacitar 150 mil profissionais até 2013. As vagas serão distribuídas entre as doze sedes brasileiras, além dos destinos indutores. A previsão é que sejam investidos R$ 124.260.000,00.

G1 BA - O que falta para a edificação da Fonte Nova começar a ser levantada? Qual o estágio atual da obra?

Ney Campello - As obras estão andando em ritmo satisfatório e vem cumprindo seu cronograma como previsto. No momento estamos realizando serviços de fundação na fase de estaqueamento. O próximo passo será o inicio da montagem dos pré-moldados que tem previsão para a segunda quinzena de abril. A partir do segundo semestre deste ano a população já poderá perceber, de fato, a arena sendo erguida.

G1 BA - Estamos bem distantes da definição da tabela dos jogos da Copa. Mas, nos bastidores, há rumores se a Fonte Nova receberá algum jogo da Seleção Brasileira?

Ney Campello – Não temos essa definição, até porque quem decide é a FIFA, mas com certeza desejamos que a Arena receba um jogo da Seleção Brasileira, de preferência, que seja na Abertura da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.

G1 BA - A campanha “Abre a Copa Salvador” foi abraçada por artistas baianos e até por prefeituras do Norte e Nordeste. Qual a simbologia desta conquista para a região?

Ney Campello – A Abertura em Salvador seria a descentralização do evento, uma forma de proporcionar ao Nordeste a possibilidade de se mostrar ao mundo, atrair investimentos públicos e privados e, no caso específico de Salvador, permitir a uma cidade que já tem experiência em organizar grandes eventos, realizar uma festa de abertura que só a Bahia sabe fazer.

* Reporter da G1

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