quinta-feira, 16 de março de 2017

Aeroporto de Salvador terá a francesa Vince AirPorts como concessionária por 35 anos

Osvaldo  Campos*
Em leilão realizado na manhã desta quinta-feira, 16, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), no centro da capital paulista, o consórcio francês Vinci Airports, representada pela corretora BTG Pactual, fez a única oferta pelo aeroporto de Salvador e venceu a disputa. A oferta inicial do leilão para o aeroporto baiano, ou seja, o valor mínimo que as empresas precisam pagar ao governo para ter o direito de exploração da área era de R$ 310 milhões. A empresa vencedora ofereceu o lance de R$ 660 milhões. O investimento mínimo a ser realizado no aeroporto é de 2,35 bilhões.
Esse valor, que representa 25% do valor total, deve ser pago à vista. O restante será dividido em parcelas anuais que terão o valor determinado em contrato. Durante os primeiros 5 anos não haverá o pagamento de outorga, já que o investimento em obras é maior nesse período. Do 6º ao 10º ano o pagamento será feito com valores crescentes. Uma cláusula do edital de concessão também prevê uma contribuição variável anual de 5% das receitas geradas pelo aeroporto adquirido.
A concessão tem duração de até 30 anos, e pode ser prorrogada por mais 5 anos. A prioridade da empresa Vinci Airports para o Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães será construir uma nova pista de pouso e decolagem para melhorar o fluxo de aeronaves no local. Está previsto também a construção de um novo terminal internacional dentro do horizonte da concessão.
Com a segunda pista, que permitirá pousos e decolagens simultâneas, e o novo terminal internacional, o aeroporto de Salvador poderá se converter num "hub airport", centralizando os voos do Nordeste brasileiro para a Europa. A proximidade com Lisboa e Madrid, cerca de 9 horas de voo é uma vantagem comparativa em relação aos voos saindo do Rio de Janeiro e São Paulo, com cerca de 11 horas para a Europa.
A segunda pista, paralela à atual e com cerca de 3.200 metros, poderá ser implantada no local onde hoje funciona a Base Aérea de Salvador, que seria transferida para o aeroporto de Feira de Santana, atualmente desativado. Outra alternativa seria a utilização parcial de área atualmente ocupada pelo Parque das Dunas.
A empresa Vinci Airports administra importantes aeroportos na França (nas fotos Orly) e o de Santiago, no Chile.
Avaliação
O aeroporto de Salvador recebe 21 mil passageiros todos os dias e, em recente pesquisa feita Secretaria da Aviação Civil foi apontado como o segundo pior do país. Em uma escala de 1 a 5, o aeroporto recebeu a nota 3,67. Entre os itens pesquisados, as piores avaliações foram para limpeza, conforto e custos de alimentação e estacionamento.
*Editor do Blog
** Fotos: Aeroporto de Orly, concessionado à Vinci Airports

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