quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pedágio Urbano em Destaque

Veículo Leve sobre Trilhos da Docklands Light Railway

Osvaldo Campos Magalhães
Atração do último evento da IBTTA (associação internacional de concessionárias de rodovias com pedágio) realizado em Buenos Aires, o Pedágio Urbano, volta a estar em evidência. Medida amplamente rejeitada no Brasil pela classe média, conforme pesquisas realizadas, o assunto volta ao debate justamente após as eleições municipais. Implantado com sucesso em cidades como Londres, Estocolmo, Cingapura e Buenos Aires, vêm despertando forte interesse do setor privado, principalmente das empresas administradoras de estradas. O sistema de cobrança pode ser mediante selos magnéticos com leitura optica fixados nos parabrisas ou, como em Londres (fotos), mediante sistema de câmeras de vídeos e central computadorizada de contrôle.



Em Salvador, a principal crítica à medida, está ligada à própria deficiência do transporte público da cidade, para que seja opção ao automóvel. Ocorre que as principais justificativas para implantação do pedágio urbano em Londres, e outras grandes metrópoles, foram justamente, a necessidade da prefeitura levantar recursos para melhoria do transporte público e os crescentes engarrafamentos nas regiões centrais das cidades. Ambas as questões foram resolvidas pelo pedágio urbano implantado em Londres e Cingapura. Em Salvador, onde o principal problema é justamente a falta de um sistema de transporte de massa eficiente, o pedágio urbano ZONA PEDAGIADA EM LONDRES / só se justificaria, se toda receita proveniente do pedágio fosse direcionado para a implantação e manutenção de um moderno e eficiente sistema de transporte público. Face à falta de credibilidade dos administradores municipais na gestão dos impostos arrecadados, seria necessário que as Câmaras de Vereadores, incluíssem na legislação sobre o assunto, restrições à utilização dos recursos arrecadados, e o condicionamento legal para que tais recursos fossem exclusivamente direcionados para a melhoria do serviço de transporte público. Em Salvador, uma das últimas grandes capitais do Brasil que não dispõe de um Sistema de Transporte de Massa, a melhor destinação para os recursos seria justamente para a sua viabilização.Uma forma de fugir dos problemas constatados na infindável implantação do metrô de Salvador, seria a utilização da modalidade Parceria Público Privado - PPP. Também originado na Inglaterra, o sistema vem sendo utilizado com sucesso na implantação do sistema de transportes VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, da Docklands Light Railway, naquela cidade. O sistema é operado pela empresa SERCO Docklands e desempenhará papel estratégico no transporte público de Londres durante a próxima Olimpíada. Em Salvador, os recursos arrecadados pelo pedágio urbano (avenida paralela)-IMPLANTAÇÃO DO VLT-LONDRES seriam destinados à criação de um fundo garantidor, e, a empresa privada ganhadora da concorrência para construção e operação do sistema, levantaria mediante financiamento, os recursos necessários para a implantação do sistema de transporte de massa ligando Lauro de Freitas à estação da Calçada. Parte dos recursos originados do pedágio seria direcionada, após a conclusão da obra, para subsidiar a tarifa do sistema, permitindo a ampla utilização do sistema de transporte de massa (VLT).
Osvaldo Campos Magalhães
Natural de Castro Alves, foi candidato a vereador em Salvador pelo PSB. Engenheiro Civil com especialização em Transportes. Mestre em Administração, com foco em Tecnologia Competitividade e Estratégia, criou e edita o blog Pensando Salvador do Futuro e coordena o Nelt - Núcleo de Estudos em Logística, Transportes e Tecnologias Sustentáveis. Email : nelt.oscip@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário