sábado, 20 de junho de 2009

Baianos Ilustres: Theodoro Sampaio

Theodoro Fernandes Sampaio nasceu no dia 7 de janeiro de 1855 no Engenho Canabrava, propriedade do Visconde de Aramaré, no município de Santo Amaro da Purificação. Era filho de Domingas da Paixão do Carmo, escrava daquele senhor de engenho. A identidade de seu pai é um ponto discutível entre seus biógrafos, sendo que ele mesmo jamais o revelou. No entanto, é muito provável que fosse filho do padre Manoel Fernandes Sampaio, capelão daquele engenho, que o levou em 1865 para o Rio de Janeiro e o matriculou no Colégio São Salvador. O fato é que tinha ascendência diferente da de alguns de seus irmãos, que permaneceram escravos até que Theodoro Sampaio pôde lhes comprar a alforria.
Ao concluir o preparatório no Colégio São Salvador, como o pai passava por problemas de saúde e dificuldades financeiras, começou a dar aulas para sustentar a continuação de seus estudos. Em 1872 ingressa na Escola Central (posteriormente chamada Escola Politécnica do Rio de Janeiro), onde se gradua em 1877.
Dois anos depois, integra a Comissão Hidráulica do Império. Trabalha fazendo levantamentos topográficos e geológicos ao longo do rio São Francisco, integrou a comissão que desobstruiu a cachoeira de Sobradinho, que era então o maior obstáculo à navegação do rio em sua porção superior.
Em 1886 o engenheiro norte-americano Orville Derby, que havia integrado a Comissão Hidráulica do Império, convida Theodoro Sampaio a participar da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, na condição de Engenheiro de primeira classe –chefe de topografia. Nessa época, produziu importantes mapas do interior do Estado de São Paulo.
Viveu quase vinte anos em São Paulo, deixando profundas marcas na cidade e no Estado. Realiza estudos e obras de saneamento, como engenheiro sanitarista e consultor técnico. Estruturou o sistema de água e esgotos da capital e de importantes cidades no interior do Estado. Foi um dos fundadores do Instituto Histórico de São Paulo. Em 1896, fez parte da comissão para organizar a Escola Politécnica de São Paulo. Durante o período em que viveu em São Paulo, publicou muitos de seus estudos e obras, entre os quais se destaca O tupi na geografia nacional, livro que revela quão amplos eram os assuntos de seu interesse. Em 1904, muda-se para Salvador, onde começa a realizar os serviços de água e esgoto da cidade. Em 1927 é indicado Deputado Federal, pela bancada baiana, como suplente de Otávio Mangabeira.
Sampaio foi casado durante 38 aos com Capitulina Moreira Maia, com quem teve nove filhos. Teve mais três filhos com uma senhora da sociedade paulista. Após a morte de sua primeira esposa, em 1920, casou-se com Amália Barreto Sampaio, que o acompanhou até sua morte, ocorrida em 15 de outubro de 1937 na ilha de Paquetá, cidade do Rio de Janeiro.

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