segunda-feira, 6 de julho de 2009

Vamos deixar de Presepada

Reinhard Lackinger
Pense num curso de idiomas com o objetivo de tornar todo aluno matriculado um professor de línguas. Pense numa religião que pretende transformar todo e qualquer seguidor em santo.. ou pelo menos num sacerdote ou apóstolo. É nisso que penso quando vejo aquelas mesmas pessoas esperneando tão logo a administração pública inicia uma obra de grande porte, como essa agora que visa reurbanizar o esgoto do Imbuí e seus arredores. Essa mesma gente esperneou durante as obras do calçadão do Porto da Barra até o Cristo, defendendo com unhas - mais ou menos pintadas - e dentes - mais ou menos verdadeiros - as tais pedras portuguesas. Ora... se essa gente gosta tanto de ver pedras portuguesas bem colocadas, por que então não se empenha para cuidar dos passeios onde há enormes crateras, marcando em cima do poder público, para que esse fiscalize os donos dos passeios... responsáveis em dar manutenção. Basta sair de casa e veremos ilhas e mais ilhas onde faltam pedras portuguesas no passeio... a não ser que algum carro estacionado no passeio impeça a visão. Essa mesma gente esperneia quando surge um projeto para construir um hotel, onde hoje existem apenas e ruinas e escombros! Pois bem, um casarão pode cair de podre! O que não pode é alguém ter a iniciativa de construir e de transformar alguma coisa completamente degradada em uma espaço viável, não é?? Essa gente provavelmente aplaude a ação que mexe com a orla da Vitória e a Barra, criando problemas até com clubes sociais instalados ali há décadas. Essa gente porém passa batida por casebres erguidos ontem. Falo da ocupação ilegal das encostas desde a Liberdade até o bairro do Santo Antonio além do Carmo. Gostaria de sugerir a essa gente que procure participar concretamente nos trabalhos de alguma associação de bairro e sonhar menos com condições ideais utópicas e irreais. Vivemos numa cidade em que a maioria dos bairros cresce desordenadamente, lembrando um tumor maligno. É preciso agir no que é possível fazer para que o povo tenha uma qualidade de vida melhor. É maluquice falar em rio, onde há décadas há um escgoto fétido, cheio de muriçocas. É maluquice querer sanear um "rio" se a cada dia aumenta a vazão do xixi e do cocô vindo de invasões e de habitações irregulares que o poder público não consegue freiar muito menos parar. Por isso minha gente, vamos deixar de presepada! Deixemos as presepadas para os políticos de plantão, cooptando inocentes úteis em forma de presidentes de associações de bairro e outras agremiações. Políticos que chegam a impedir e freiar o trabalho sério de certas associações de bairro, só para sair bem na foto... de cabelo pintado e penteado em detrimento do bairro e seus moradores. O inferno está cheio de presepeiros bem intencionados!
Obs: A opinião expressa nos artigos não reflete necessariamente a linha editorial do blog. Democraticamente abrimos um canal de expressão para colaboradores que desejem utilizar o blog como meio de divulgação de suas ideias, contribuindo e enriquecendo o debate sobre Salvador e seu futuro.

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