sexta-feira, 8 de maio de 2020

Retratos da Salvador que não pode deixar as ruas

Esta é uma série de retratos, todos feitos em Salvador, sobre pessoas que, durante esta pandemia de covid-19, fazem trabalhos essenciais e que não podem ficar em casa durante a quarentena.

São eles que não deixam Salvador parar. Esta série de retratos, todo feitos na capital baiana, registra trabalhadores que, assim como médicos, enfermeiros, técnicos e demais funcionários da saúde, fazem trabalhos essenciais e que não podem ficar em casa durante a quarentena. A série inclui também pessoas que fazem trabalhos informais e não tem alternativa a não ser seguir nas ruas para manter a renda. Na foto, Derivaldo, de 52 anos. Ele trabalha como frentista no posto de gasolina no bairro da Barra, uma das áreas mais turísticas de Salvador. "O fluxo de pessoas caiu bastante nessa aérea. Turistas não vejo mais por aqui, e motoristas também. Espero que tudo volte logo à normalidade."


Larissa, 26 anos, trabalha no Acarajé da Dinha, um dos tabuleiros de baiana de acarajé mais famoso do Brasil. O local passou um período fechado por causa da covid-19 e, agora, abriu de novo. "Tenho um filho de três anos para cuidar e manter, e trabalho em segurança, usando sempre máscara e luvas. Esta é a minha única fonte de renda."


Wilson, 44 anos, é operário de manutenção em estradas e esgotos e trabalha para uma empresa terceirizada pela Prefeitura de Salvador. "Com a chegada do corona o trabalho para nós aumentou. As ruas e as estradas ficam mais vazias, tem menos carros e 'buzus' [ônibus na gíria baiana], então dá para fazer nosso trabalho mais rápido."


Rafael, 24 anos, vendedor de água nos ônibus da orla da cidade. "Diminuiu muito o número de pessoas pegando ônibus. De manhã ainda tem bastante, mas o resto do dia não. Mas ficar em casa é luxo. Não posso fazer isso. Não tenho emprego, não tenho nada."

Pascoal Estevão, 65 anos, tem uma pequena loja onde vende banana na Feira de São Joaquim, o mercado popular mais importante da cidade. "Aqui muitos vendedores fecharam as lojas. Quem é que quer trabalhar nestas condições? Mas eu não tenho alternativa. Não posso ficar em casa. Trabalho aqui há 40 anos e só tenho esta pequena banca de fruta."

Elias, 41 anos, auxiliar técnico, higienizando a sede da FUNDAC, (Fundação da Criança e do Adolescente), o órgão responsável pela gestão dos adolescentes infratores da Bahia, que fica no bairro do Matatu.


Edvania, 36 anos, é a responsável pela reposição nas gôndolas do supermercado Hiper Ideal no bairro de Brotas "Todos nós aqui no supermercado estamos com medo. Não tem como não ter medo, mas ao mesmo tempo estamos com orgulho, sabendo que estamos fazendo a nossa parte. Mercado tem que funcionar, né?"


Edinesia, 26 anos. Atrás está o colega Gilberto, 44 anos. Eles trabalham numa padaria. "Não temos contato direto com os clientes. Eles pegam os pães, os doces e as outras coisas nas prateleiras. Mas sempre temos muito cuidado, usamos máscara e luvas. Às vezes, é uma agonia com este calor mas sabemos muito bem o quanto é importante."


Maria do Soccorro, 53 anos, motorista de ônibus. "Sou motorista há 18 anos. Aconteceu que meu marido estava com problemas financeiros naquela época e fiquei sabendo que estavam precisando de motorista. Vim, fiz o teste e me contrataram. Acordo todo dia entre 4 e 5 da manhã e fico no trânsito por 6 horas. Percebo que com o corona as pessoas estão mais solidárias, vejo sempre alguém dando uma máscara para quem não tem e compartilhando álcool em gel. Tenho muito orgulho de ser motorista."


Margarete, 37 anos, é pizzaiola. Aprendeu a fazer pizza num restaurante italiano e agora trabalha nesta pequena pizzaria em Stella Maris. "Logo que começou o corona os negócios caíram muito, mas agora, felizmente, estamos trabalhando bastante com entrega/delivery. Perdemos mais ou menos uns 30% dos negócios."


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