domingo, 22 de março de 2015

Mudando a Cultura. Transformando as cidades

Helle Søholt, CEO at Gehl Architects, explains why changing a city’s culture can make it flourish in numerous ways. More important than the way the city looks and feels, is the process it took to get there. City culture can change; it is a matter of what you prioritize. Creating a city that is inclusive, lively, healthy, and sustainable means designing for human needs and inviting for public life to flourish in many different ways. Some keys to this approach include walkability, bikability, public space and public transportation.  

Ricardo Castro. Ensinando e transformando

Natural da cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, Ricardo Castro começou a tocar piano com três anos de idade, espontaneamente.
Aos cinco anos, foi admitido em caráter excepcional nos Seminários de Música de Salvador, famosa escola que hoje faz parte da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 
Aluno da conceituada professora Esther Cardoso, deu seu primeiro recital aos oito anos de idade. Aos dez, junto com a Orquestra da UFBa, deu o Concerto em Ré Maior de Haydn. Em 1984, Ricardo Castro foi com recursos próprios estudar na Europa. Ingressou no Conservatório Superior de Música de Genebra na classe de virtuosidade de Maria Tipo e na classe de regência de Arpad Gerecz. 
Ao conquistar os primeiros lugares dos concursos Rahn em Zurique em 1985 e Pembaur em Berna em 1986, recebeu do conservatório de Genebra, em 1987, o "Premier Prix de Virtuosité avec Distinction et Félicitations du Jury". 
Neste mesmo ano foi vencedor (ex-aequo) do Concurso Internacional da ARD de Munique, contribuindo assim para o primeiro impulso na sua carreira internacional. 
Pouco depois completou seus estudos de piano em Paris com Dominique Merlet. Em 1993, Ricardo Castro recebeu o primeiro lugar no prestigioso "Leeds International Piano Competition" na Inglaterra, marcando a história da competição por ter sido o primeiro vencedor latino-americano desde sua fundação em 1963. 
Radicado na Suíça, já foi convidado para dar concertos no exterior com orquestras como BBC Philharmonic de Londres, English Chamber, Academy of St. Martin in the Fields, City of Birmingham Symphony, Tokyo Philharmonic, Orchestre de la Suisse Romande e Mozarteum de Salzburg. Entre os regentes com quem já colaborou no exterior estão Sir Simon Rattle, Yakov Kreizberg, John Neschling, Kazimierz Kord, Gilbert Varga, Alexander Lazarev e Michioshi Inoue. 
Suas apresentações e gravações são aclamadas pela crítica internacional. Atualmente, Ricardo Castro é Diretor Geral e Artístico dos Núcleos de Orquestras Juvenis e Infantis do Estado da Bahia (Neojibá), que fundou em 2007. 
O Neojibá foi inspirado na Fundación del Estado para el Sistema Nacional de las Orquestas Juveniles e Infantiles de Venezuela – mais conhecido simplesmente como El Sistema. Criado em 1975, El Sistema foi considerado pelo maestro Simon Rattle, diretor artístico da Filarmônica de Berlim, como "o maior acontecimento da música clássica no mundo inteiro", e dele fazem parte 350 mil jovens e crianças e mais de 180 orquestras distribuídas por toda a Venezuela. 
A Orquestra Juvenil da Bahia (Youth Orchestra of Bahia), um dos grupos que integram o Programa Neojibá, realizou uma bem-sucedida turnê pela Europa em 2010 . 
Em 21 de maio de 2011, apresentou-se no Royal Festival Hall de Londres, com o pianista chinês Lang Lang. Ainda em agosto do mesmo ano, a Orquestra tocou no Victoria Hall de Genebra e na abertura do Festival Young Euro Classic no Konzerthalle de Berlim, sempre sob a regência de Ricardo Castro. 
Depois das apresentações nos EUA em fevereiro de 2014, com aclamada recepção de público e crítica, a Orquestra Juvenil da Bahia realizou a sua quarta viagem à Europa, entre 5 e 17 de setembro. Sob a regência do maestro Ricardo Castro, o grupo formado por 130 instrumentistas de 14 e 29 anos de idade passará por sete cidades na Itália, na Inglaterra e na Suíça, onde será a primeira orquestra residente em um festival europeu – o de Música Clássica de Montreux-Vevey.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Uma luz para Fernando Coni Campos

 Sobre "Viagem ao Fim do Mundo" (1968), primeiro longa-metragem completo de Fernando Coni Campos, o crítico Jean-Claude Bernardet assim escreveu em junho: "Quando vi o filme pela primeira vez, percebi que não havia nada semelhante no panorama cinematográfico brasileiro, que ele abria perspectivas em direção ao cinema-ensaio, à possibilidade de elaborar ensaios em filmes, que o pensamento no cinema não precisava se ater à ficção, que o pensamento no cinema podia recorrer à ficção, entre outros instrumentos".  
Esse olhar tardio de um nome tão forte da reflexão crítica, como Bernardet, é indício máximo do quanto a obra de Coni Campos passou marcadamente na historiografia da produção brasileira, mas foi simplesmente esquecida - ou omitida - nas últimas décadas.

"Ele é um dos segredos mais bem guardados do cinema brasileiro", afirma Ewerton Belico, curador da retrospectiva de Fernando Coni Campos .
Coni foi um foguete também em vida. Nasceu em 1933, na cidade baiana de Conceição do Almeida, filho do médico Owaldo Campos e da professora Isabel Coni. Irmão mais velho de seis mulheres, Sonia, Solange, Lia, Simone, Selma e Cristina, casou-se com Talula Abramo, com quem teve dois filhos, Pedro Abramo e Luiz Abramo. Com a segunda esposa, Eloá Jacobina, teve Helena e Rubens. Morreu em 1988, no Rio de Janeiro, aos 55 anos. Foi escritor, designer, pintor e diretor de sete longas e aproximadamente 11 curtas.

Atuando no interregno entre o Cinema Novo e o Cinema Marginal (ou seja, a partir de meados dos anos 1960 e avançando pelos 70), não se vinculou nem se identificou a nenhum dos movimentos. Um pouco à maneira de Luís Sérgio Person ("São Paulo S.A" e "O Caso dos Irmãos Naves"), fez seu cinema como bem quis e arriscou-se numa autoralidade radical, que mereceu do colega (e ex-assistente) Julio Bressane a definição de um cinema "debruçado sobre si mesmo, se refletindo".

Seguindo com seu trabalho no auge da ditadura militar, Coni Campos enfrentou a censura e teve proibido "Um Homem e sua Jaula" (1969), nunca lançado. Será a pepita do forumdoc, que programou o filme quase como um acontecimento - o que de fato é.

Além deste - e do seminal "Viagem ao Fim do Mundo" (considerado sua obra-prima), que se caracteriza, segundo Belico, por resolver esteticamente uma expressão pessoal, traduzindo tensões que permeiam o filme dentro de um estilhaçamento de referências -, há ainda "Ladrões de Cinema" (1977), que traz Jean-Claude Bernardet como ator, e "O Mágico e o Delegado" (1983), dentre outros longas e curtas. 
"Sem aceitar regras impostas de fora, fez filmes do seu tempo, no melhor sentido que a expressão pode ganhar", registra o crítico Daniel Caetano na orelha do livro "Cinema: Sonho e Lucidez" (editora Azougue), uma compilação de textos escritos pelo ou sobre o cineasta. Na publicação, vê-se um conjunto de nomes tributários ao diretor, como Bressane, Paulo César Saraceni e Arnaldo Jabor.Rever filmes em contextos diferentes sempre traz novidades insuspeitadas.
*MARCELO MIRANDA - Jornal OTempo

Viagem ao fim do mundo
Assistir ao filme 47 anos depois da sua finalização e exibição é no mínimo curioso. Não que a impressão tenha se esvaído, longe disso. O filme ainda continua a ser uma estimulante e alegre viagem pelos confins de um determinado momento na história de um país e de um mundo. mas, da mesma forma que a Lua, o filme tem uma parte iluminada e uma outra parte densa, escura, opaca. Pois Viagem ao Fim do Mundo é uma fotografia em polaróide de um momento fugaz (como todos), mas acolhendo nela uma profundidade de campo absurdamente grande que tenta guardar dentro dela não só o tempo presente, mas ao mesmo tempo o imediatamente anterior, o passado longínquo e indo até o fim dos tempos, onde todas as temporalidades se confundem e o início coincide com o fim.
A estrutura narrativa emula essa busca. Um homem maduro (Jofre Soares), um jovem (Fábio Porchat), uma moça (Karin Rodrigues) e uma jovem senhora (Tallulah Campos, primeira esposa de Coni Campos) entram num avião. O filme transcorrerá no espaço de tempo em que eles entram no avião, decolam, voam, aterrissam e dirigem-se, separadamente, cada um para sua casa. Mas dentro desse tempo, um átimo se comparado mesmo com o decorrer de um simples dia, Fernando Coni Campos tenta capturar a essência da vida inteira desses personagens, e através deles uma essência mais ambiciosa, a do tempo em geral: ir ao fim do mundo através da experiência de ler um livro, ir ao tempo dos conceitos que pautam nossas crenças, recorrer à temporalidade da imaginação como expediente para fugir da frustração sexual...
Mas o que parece acima de tudo interessar a Coni Campos nesse filme vai em outra direção: é o peso do tempo, o modo como cada um emprega seu tempo e se embaraça em usá-lo. Uma viagem de avião de hora e meia: não poderia haver melhor cenário para um embate ontológico entre um tempo que jamais passa – afinal, é tempo demais para ficar sem fazer nada – e o tempo que sempre transcorre – da mesma forma, é impossível em tão pouco tempo construir qualquer laço forte. Eternidade e finitude, dois lados de uma única e mesma moeda. Angústia com o tempo – afinal, há momentos que gostaríamos de ver sempre eternizados e outros que gostaríamos que passassem como uma manada de búfalos, pisoteando todas as nossas frustrações. Por trás de tanta curiosidade com os novos tempos, o embate não é vencido: a freira não consegue resolver sua relação com a instituição à qual faz parte (apesar de manter-se intimamente fiel a sua fé), o homem que recorre à imaginação para despir as mulheres do avião não consegue ter relações com sua mulher, a garota propaganda volta para casa e para o marido a quem engana (tem um breve instante amoroso com o jovem do avião) para viver sua cômoda vida de desentusiasmo controlado. Se os personagens não conseguem vencer o tempo, ao menos ao filme é dada uma segunda chance: a seqüência final com a música de despedida e o planeta em cromaqui. Nem tanto o triunfo da arte sobre o tempo, mas uma tentativa de restituir o equilíbrio emocional da balança: não é só porque nossos personagens não conseguiram que devemos desistir dessa empreitada.
Se existe, contudo, além disso tudo algo que é apaixonante em Viagem ao Fim do Mundo, é a estrutura de composição do filme. Pois Viagem é radicalmente diferente de tudo que estava sendo feito no momento em cinema (exceto talvez por Godard, mas esse lado naquele momento ainda permanecia bastante pouco comentado em relação a suas outras revoluções formais). Fernando Coni Campos realiza em seu primeiro longa-metragem um filme inteiramente constituído de colagens. Chesterton, Machado de Assis, Hélio Pellegrino, T.S. Eliot. Cinejornais, revistas de atualidades, livros, músicas. E, mais impressionante, uma personagem que fala unicamente pelos escritos de Simone Weil (antecipação em anos dessa moda literária que utiliza como personagens os grandes escritores em situações prosaicas). Menos um descontrolado amotoado de citações do que a construção de uma tessitura de retalhos que constróem um novo significado a partir de signos já existentes, Viagem ao Fim do Mundo é um filme experimental na forma (além de ser todo feito de recortes ainda abre espaço para pequenas historinhas – como a provocação sobre Cuba – sem qualquer ligação com a tênue narrativa que se esboça) e instigante naquilo que tem a dizer. Genuína preciosidade, e é uma pena que sua voga esteja hoje restrita a um pequeno número de cinéfilos entusiastas.
Ruy Gardnier

terça-feira, 10 de março de 2015

Filósofo e Peregrino - Na Via Francígena, da Inglaterra a Roma em 3 meses

Logo mais , a partir das 19 horas, na livraria Saraiva do Shopping Salvador, será realizada uma seção de lançamento do livro na Bahia.
A busca por respostas a questões essenciais da vida levou o filósofo soteropolitano Marcos Bulcão a empreender uma jornada hercúlea, percorrendo quatro países, visitando 77 cidades numa extensão de 2065 km em 86 dias.
O livro “O Filósofo Peregrino”, é o relato desta aventura desejada, planejada e executada por este jovem e irrequieto filósofo, levado a conhecer seus limites físicos, enquanto se tornava o primeiro brasileiro a completar a Via Francígena.
Espécie de diário de viagem, onde os pensamentos e reflexões surgidos a cada momento são relatados sob o vigor do esforço físico e mental, o livro nos leva a conhecer esta antiga rota romana, com mais de 1900 anos, que se torna via de peregrinação no século X, e, redescoberta em 1985 pelo arqueólogo italiano Giovanni Caselli, adquiriu status de “Itinerário Cultural Europeu” em 1994.
Inusitado relato que cativa adeptos de esportes de aventura e de textos filosóficos, o livro prende a atenção do leitor que percorre rapidamente as 367 páginas, repletas de curiosidades históricas e culturais e reflexões de um filósofo sobre as grande questões existenciais. 
Livro de estreia do autor em literatura de não ficção, este relato de reflexões e pensamentos nos possibilita acompanhar esta longa jornada, repleta de emoções, encontros e descobertas entre os caminhos e cidades visitadas por Marcos (foto). 
Se constituindo também em excelente guia para futuros peregrinos da Via Francígena, com dicas sobre preparação física, logística, equipamentos e, enriquecido por mapas, fotografias, informações, reflexões e inquietações deste filósofo e aventureiro de mente sempre inquieta, em busca de desafios, descobertas e novos conhecimentos que generosamente nos são transmitidos pelo autor.

*Osvaldo Campos Magalhaes é o criador e editor do blog “PensandoSalvador do Futuro”

domingo, 8 de março de 2015

Maria Bethânia canta no aniversário de Salvador


Maria Bethânia será a grande atração na programação que vai comemorar no próximo dia 29 o aniversário de Salvador, em show no Farol da Barra.

O público vai poder assistir ao show “Abraçar e Agradecer” com o qual a cantora comemora 50 anos de carreira.
Na festa, promovida pela Prefeitura de Salvador, terão ainda cinco palcos espalhados pela cidade. Além da Barra, foram contemplados a Boca do RioPeriperi, Cajazeiras e no Centro, na Praça Castro Alves.
A programação tem início no dia 27.
Abraçar e Agradecer
Depois de cinco shows no Rio de Janeiro no primeiro mês de 2015, a cantora Maria Bethânia retoma a turnê comemorativa pelos 50 anos de carreira com shows em Brasília e em Salvador, no aniversário da cidade. A artista também levará o show “Abraçar e agradecer” para São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife. Também estão previstas duas apresentações em Portugal, nas cidades de Lisboa e Porto. O repertório do show inclui “músicas de todos os tempos”, inéditas ou não na voz dela. Entre os destaques estão grandes sucessos da carreira e composições de nomes como Caetano veloso, Chico Buarque, Dorival Caymmi, Gonzaguinha, Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro. Composições do álbum “Meus quintais”, lançado em 2014, também fazem parte da lista. O show inclui ainda músicas como “Dindi”, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, “Xavante”, de Chico César, “Casa de caboclo”, de Paulo Dalfilim e Roque Ferreira. Bethânia se apresenta ao lado de Jorge Helder (regência e contrabaixo), João Carlos Coutinho (piano e acordeom), Paulo Dafilim (violas e violão), Pedro Franco (violão, bandolim e guitarra), Marcio Mallard (cello), Pantico Rocha (bateria) e Marcelo Costa (percussão). 
Primeiro show
A cantora Maria Bethânia subiu ao palco pela primeira vez no dia 13 de fevereiro de 1965, no Teatro Opinião, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Aos 17 anos, ela substituiu Nara Leão, que cumpria agenda de espetáculos na casa, por indicação da própria artista.
Augusto Boal dirigiu o show, criado por Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha), Ferreira Gullar, Paulo Pontes e Armando Costa. A cantora se apresentou ao lado de Zé Keti e João do Vale.