terça-feira, 18 de outubro de 2022
Elevador Hidráulico da Conceição - Primeiro e mais alto elevador urbano
quarta-feira, 28 de setembro de 2022
Conheço as portas do céu
sexta-feira, 16 de setembro de 2022
Baía tem biodiversidade ameaçada
Bahia Terra da Felicidade?
domingo, 4 de setembro de 2022
7 de Setembro, a independência de Portugal do Brasil
sexta-feira, 2 de setembro de 2022
Portos são Estratégicos para o Estado da Bahia
terça-feira, 30 de agosto de 2022
Uma Nova Arquitetura na Bahia
Nivaldo Andrade*
No final da década de 1920 e o início da década seguinte testemunham a chegada, no Brasil e na Bahia, de uma nova arquitetura, que busca romper com o ecletismo então dominante e com o movimento neocolonial surgido alguns anos antes. O final da década de 1920 e o início da década seguinte testemunham a chegada, no Brasil e na Bahia, de uma nova arquitetura, que busca romper com o ecletismo então dominante e com o movimento neocolonial surgido alguns anos antes. A reação ao ecletismo e ao neocolonial se deu por meio de um conjunto de expressões arquitetônicas que se tornou mundialmente conhecido como “arquitetura moderna”, que se apropria dos novos materiais de construção, como o aço, o concreto e o vidro, e da liberdade decorrente da adoção de uma estrutura independente dos elementos de vedação (paredes), abolindo a estrutura mural e promovendo integração visual entre interior e exterior e continuidade espacial no interior das edificações. Também chamada de funcionalista ou racionalista, a arquitetura moderna se caracteriza, ainda, pelas formas geométricas e pela abolição dos ornamentos.
A primeira fase da arquitetura moderna na Bahia se caracteriza pelas influências das vanguardas europeias, como a Bauhaus e o expressionismo alemão. Dentre as obras dessa primeira fase, podemos destacar, em Salvador, o Elevador Lacerda (1930); a sede do Instituto do Cacau da Bahia (1939), no Comércio; a Escola Normal da Bahia (1939), no Barbalho, atual Instituto Central de Educação Isaías Alves - ICEIA; a Estação de Hidroaviões (1939), na Ribeira; e o Sanatório de Tuberculosos Santa Terezinha (1942), na Caixa d’Água. No interior do estado, merecem menção o Instituto Municipal do Ensino (1939) e o estádio atualmente batizado de Mário Pessoa (1942), ambos em Ilhéus. Todas estas obras foram projetadas por profissionais sediados no Rio de Janeiro, muitos deles estrangeiros, como os alemães Alexander Büddeus e Alexander Altberg, o sueco-americano Fleming Thiesen e o húngaro Adalberto Szilard.
![]() |
Figura 01 - Escola Normal da Bahia, no bairro do Barbalho, em Salvador, atual Instituto Central de Educação Isaías Alves (Fonte: Acervo da Construtora Carioca Christiani-Nielsen) |
A partir do início dos anos 1940, a chamada escola carioca, liderada por Lucio Costa e Oscar Niemeyer e fortemente influenciada pelo arquiteto franco-suíço Le Corbusier, ganha reconhecimento internacional. Os ecos da escola carioca na Bahia se farão sentir seja através de obras projetadas por profissionais formados e sediados no Rio de Janeiro, como os arquitetos José Bina Fonyat Filho (Teatro Castro Alves, 1957), Paulo Antunes Ribeiro (edifício Caramuru, 1949; agência do Banco da Bahia em Ilhéus, 1951), Jorge Machado Moreira (Sanatório de Triagem do Parque Sanatorial Santa Terezinha, 1951) e Hélio Uchôa (Conjunto Residencial do IAPI, 1952) e o paisagista Roberto Burle Marx (reforma do Terreiro de Jesus, 1950), seja por meio de profissionais locais, como Diógenes Rebouças (Hotel da Bahia, com Paulo Antunes Ribeiro, 1952; Centro Educacional Carneiro Ribeiro, 1950-1964; Escola Politécnica da UFBA, 1960) e a dupla Antônio Rebouças e Lev Smarcevscki (diversas residências para a burguesia local, construídas no início dos anos 1950).
![]() |
Figura 02 - Escola Politécnica da UFBA, no bairro da Federação, em Salvador (Fonte: Memorial Arlindo Coelho Fragoso / Escola Politécnica da UFBA) |
Como consequência da criação da Universidade da Bahia, em 1946; da incorporação à universidade, dois anos depois, da Escola de Belas Artes (EBA); e da federalização da universidade, rebatizada como UFBA, em 1950, ocorre, nos primeiros anos da década de 1950, a reformulação do curso de arquitetura da EBA. Esse processo, que culminará com a criação da Faculdade de Arquitetura da UFBA, em 1959, transforma um curso incipiente e irregular em um centro de formação de gerações e gerações de arquitetos, tendo Diógenes Rebouças como um dos seus professores mais atuantes.
*Arquiteto e Professor, foi presidente do IAB- Bahia’s
quarta-feira, 10 de agosto de 2022
“Nos tornamos naquilo que nos apegamos”.
Por coincidência, meu irmão Marcelo, tinha adquirido um hobbie cat, que veio desmontado de Salvador, a bordo da escuna Novo Éolo, do primo Mauricio Stern.
Os velejadores nos ajudaram a montar o barco e uma garota, Cláudia, da mesma idade de Marcelo, se prontificou a ajudar, nos dando as primeiras noções de como velejar um barco tão ágil e rápido.
Cláudia, era a filha caçula de Ubirajara.
Carioca, nascida no bairro de Santa Tereza, era bem diferente de todas as garotas que tinha conhecido. Alegre, extrovertida e extremamente espontânea, logo cativou minha atenção.
Após 20 dias no Morro de São Paulo, a família Esteves e amigos retornaram a Salvador, deixando saudades, especialmente da jovem velejadora.
O candidato preferido do governador era o Secretário da Educação, Carlos Santana mas, o escolhido foi o Deputado Federal Fernando Wilson.
Assumindo o cargo de Prefeito de Salvador, o Deputado Fernando Wilson reformulou todo o secretariado, mas, manteve a Denison Propaganda como empresa responsável pela publicidade institucional da Prefeitura de Salvador.
UBIRAJARA
Criada no ano de 1930 em plena Madison Avenue, Nova York, Estados Unidos, a McCann-Erickson nasceu como fruto da fusão entre duas pequenas agências: a Erickson Company, fundada em 1902, e a HK McAnn Company, de 19121. Chegou ao Brasil em 1935, em pleno Carnaval, no Rio de Janeiro, sob a condição de ser agência que cuidaria da conta da Esso, braço latino-americano do conglomerado Standard Oil, que tinha Nelson Rockfeller como um de seus sócios-proprietários.
Ubirajara, já com grande conhecimento e experiência, ingressa na Denison Propaganda, fundada em 1957, no Rio, como house-agency da Ducal.
Seus fundadores, foram os publicitários Jurandir Ulisses Arce e Sepp Baendereck, que estavam na Ás Propaganda, pequena agência fundada no início dos anos 50.
Nessa época, estaleiros em Valença e Cajaiba eram responsáveis pela construção da maioria das escunas na Bahia. Empresas de turismo como a LR possuíam grandes frotas de barcos que eram alugadas a turistas de outros estados e países.
Ao me encontrar com Cláudia na ilha de Maré, o que era secreto passou a ser do conhecimento das duas famílias, que apoiaram e incentivaram. Apesar de muito jovem, Cláudia era muito madura e confiante. Passamos a frequentar as casas das duas famílias e ganhamos autorização para viajarmos juntos nos grandes feriados. Além do Morro de São Paulo, viajávamos à Fazenda da família em Castro Alves e ao vilarejo da Mombaça, local onde nasceu minha mãe.
O vilarejo, hoje com cerca de 800 habitantes e pertencente ao município de Conceição do Almeida, conserva seu casario do começo do século passado (parte dele ainda pertencente aos Coni), sua capela, o campinho de futebol e nome da família espalhado nas placas de rua e praça. As casas em estilo colonial grudadas na frente se abrem para os fundos em amplos horizontes verdes, com páteos e jardins. Na frente um enorme quadrado verde que faz lembrar Trancoso pré-turismo predatório. Ali não tem praia por isto não tem pousadas. Mas tem meninos jogando futebol no fim de tarde, muitos canários da terra, sabiás e bem-te-vis.
Dizem que o amor energiza e nos enche de vitalidade e felicidade. Foram meses bastantes especiais, que jamais iríamos esquecer.
A PARTIDA
Uma de suas grandes paixões era a literatura e a figura de Dom Quixote era uma presença constante. Colecionava diversas esculturas, em metal e madeira e se identificava muito com o personagem.
“Que a narrativa do engenhoso fidalgo de La Mancha é cativante, todos sabem. O que poucos conhecem, no entanto, são os recursos que a obra detém no sentido de realimentar em seus leitores, em diferentes épocas da história da humanidade, uma verdadeira “paixão” pela história e pelas personagens que empreendem uma longa andança pela Espanha, no limiar dos séculos XVI e XVII. Um cavaleiro e seu escudeiro que, em busca de aventuras, vão travando uma longa amizade pautada pela lealdade entre o louco ou o ingênuo sonhador e seu fiel, desastrado e também perspicaz escudeiro. Amizade esta, considerada como uma das mais bem representadas em toda a literatura.”
Ubirajara sempre foi fascinado pelos saveiros da Bahia, as escunas e nosso litoral. Para atender o desejo da esposa, Maria Luísa, decidiu, depois de aposentado, viver na serra fluminense. Em São Pedro da Serra, Ubirajara se tornou apicultor, criador de patos (para a alegria dos netos), cafeicultor e fundou a ACISPS, Associação Comercial e Industrial de São Pedro da Serra. Lia diariamente “O Globo” e a “Folha de São Paulo”, que um amigo motorista de ônibus trazia para ele de Nova Friburgo. Gostava de um bom vinho e das deliciosas tilápias produzidas na região serrana. Viveu a vida intensamente, deixando saudades e muitos amigos.
*Osvaldo Campos Magalhães, casado com Cláudia, é pai de Pedro e Mariana, e avô de Letícia e Luca. Terceiro filho de Sônia e Fernando Wilson Magalhães
Festa da Boa Morte
Eduardo Araujo*
Festa da Boa Morte, ou Festa de Nossa Senhora da Boa Morte, é uma tradicional comemoração religiosa afro-brasileira, que ocorre anualmente e é organizada pela Irmandade da Boa Morte, ocorre no município de Cachoeira, Bahia. De caráter secular, essa festividade popular se dá no dia 13 de Agosto, inclui missa, samba e serve-se comida. O dia 15 de Agosto é dedicado a Nossa Senhora. A festa se prolonga até o dia 17 de Agosto.
É um patrimônio cultural imaterial estadual, tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), sob o Decreto Estadual de nº 12.227/2010. É um evento que envolve o sincretismo entre o catolicismo e o candomblé. É uma festividade de grande relevância para a cidade de Cachoeira e desperta interesse, nacional e internacional.
A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, composta por mulheres negras, senhoras, devotas à Nossa Senhora e com ligação ao candomblé, organizam e realizam as festividades em homenagem a Nossa Senhora da Boa Morte e da Glória, desde 1820. O objetivo das integrantes era a compra da liberdade de pessoas escravizadas e organização de funerais dignos, além de ajudarem na fuga desses sujeitos para Quilombos da região.
*Tela do artista baiano Sérgio Amorim.
Aleixo Belov: Navegador dos sete mares
segunda-feira, 8 de agosto de 2022
Aquecimento global e as novas rotas no Ártico
Em outros cenários, o derretimento do gelo – causado pelo aumento da temperatura do oceano – abriria caminho para navios acima da Rota Marítima do Norte por pelo menos um mês ao ano. Isso poderia acontecer já em 2035 ou em 2065, dependendo do controle das emissões de carbono. O que isso significa Atualmente, a Rota Marítima do Norte é uma das únicas maneiras pelas quais os navios podem passar pelo Ártico. Ela liga o oceano Atlântico ao Pacífico, e atravessa a zona econômica exclusiva da Rússia – uma faixa de 300 quilômetros de água a partir da costa do país. Essa rota é controlada pela Rússia, que tem taxas e restrições, e só é navegável com a ajuda de quebra-gelos. Se as águas do Ártico aquecerem ao ponto de abrir caminho para os navios, a situação fica diferente. “A diversificação das rotas comerciais – especialmente considerando novas rotas que não podem ser bloqueadas, porque não são canais [como o Canal de Suez] – dá à infraestrutura de transporte global muito mais resiliência”, explica a cientista. Segundo Lynch, as rotas do Ártico são 30% a 50% mais curtas do que as rotas do Canal de Suez e do Canal do Panamá – o que diminui o tempo de navegação em 14 ou 20 dias. Caso novas rotas se abram, mesmo que por apenas alguns meses, a Rússia perderia a soberania do tráfego pelo Ártico, pois os navios passariam a atravessar águas internacionais. As companhias de transporte economizariam tempo e dinheiro, e o cenário de rotas internacionais pode se tornar totalmente diferente.