Em 1899, chegou à Bahia Ferdinand Suerdieck, irmão de August, que se instala em Maragojipe, cidade em franca expansão. No ano de 1905, a Suerdieck decidiu iniciar a sua produção de charutos, afinal a cidade oferecia boas condições, a tradição da mão- de- obra das charuteiras, a localização favorável no eixo do Rio Paraguaçu e o fácil transporte de mercadorias através dos saveiros que faziam as travessias com Salvador.
Com a consequente implantação da Fábrica de Charutos Suerdick em 1905, completou-se o parque industrial, voltado para fabricação de charutos finos.
Durante uma viagem de férias, Ferdinand adoeceu, vindo a falecer em Luzern, na Suíça, no dia 17 de março de 1923, aos 47 anos, sem deixar descendentes.
O sócio remanescente, August Suerdieck – com 63 anos e residindo em Salvador, administrava a exportação de fumos, sua principal atividade empresarial – foi obrigado a definir o sucessor do irmão que vinha preparando para o comando da organização, onde, além do setor de charutos, já respondia pela lavoura fumageira da companhia. Assumiu o lugar na fábrica seu parente o Gerhard Meyer , na condição de novo sócio minoritário. Com o falecimento do Sr. August Suerdieck em 1930, passa a assumir o controle dos negócios sua esposa, D. Hermine, que veio a falecer no ano seguinte. Então, a fábrica passa a ser comandada por Gerhard Meyer Suerdieck e sua esposa Tibúrcia Guedes Meyer Suerdieck. Gerhard então incorpora Suerdick ao sobrenome.
Alguns anos antes, Gerhard havia tido dois filhos com uma maragogipana, e em seguida, mais um filho com outra. Por fim, acabou se casando com uma das suas operárias, D. Tibúrcia, com quem teve quatro filhos. Um desses quatros filhos foi o Sr. Geraldo Meyer Suerdieck, que esteve no comando da fábrica durante 27 anos.
A gestão familiar, sem práticas modernas de administração, provavelmente contribuiu de forma significativa para a falência da Suerdieck, somando-se a fatores externos (mercado de charutos em crise, impostos, concorrência internacional, mudanças no consumo, etc.).
No caso da Suerdieck, o apego à estrutura antiga, a incapacidade de buscar novos mercados ou alianças estratégicas, e a dificuldade de lidar com dívidas sugerem que a governança familiar sem profissionalização foi, sim, um fator importante no colapso.
Fonte: SCR RECÔNCAVO - MaragogipeEE

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