segunda-feira, 27 de março de 2023

Porque me mudei para Salvador



 Bernardo Attal*

“Nasci na região da Normandia na França e me mudei para o Brasil em 2006. O motivo pelo qual resolvi abandonar Nova Iorque, onde eu morava, para viver em Salvador, por muitos anos foi um mistério não só para mim mas também para meus parentes e amigos. Tentei elucidar esse mistério em meu novo filme Cidade Porto sobre o bairro do Comércio. As obras de Jorge Amado claramente me influenciaram pelo encanto que elas podem originar na mente de um adolescente criado em uma região fria e chuvosa da França. A diversidade da população, a facilidade pelo qual se estabelecem relações humanas em Salvador também tiveram seu papel. Porém acho que a possibilidade de trabalhar e de criar no bairro portuário do Comercio e de morar em Santo Antonio com vista nele, foram mais decisivos.


Não é só por conta da presença diária do mar. A escritora Aude Mathé escreveu que o porto representa “a intimidade do abrigo e o infinito do horizonte, o confinamento e a liberdade, o laço e a ruptura.” 

Acho que Salvador, por ser uma cidade sediada em uma baía mas também virada para o mar aberto, oferece todo isso.”

*É diretor e produtor de cinema. Proprietário e diretor geral do Trapiche Barnabé.

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