domingo, 6 de novembro de 2022

Incompetência e descaso na Logística Baiana


Osvaldo Campos Magalhaes*
Construída durante o governo Luís Viana Filho, 1967 e 1971,  como estrada de ligação entre a Bahia e Brasília, a BR 242 vai se tornando a “rodovia da morte”. 
Com o desenvolvimento de novas variedades de soja e milho pela Embrapa e a vinda de milhares de produtores de grãos da região sul do Brasil para o Oeste baiano, a produção de grãos e algodão cresceu muito nos últimos 20 anos e já ultrapassa as 7 milhões de toneladas , que são exportadas através de terminal portuário em Salvador. 
Mais de 170 mil carretas bi-trem trafegam anualmente pela BR 242, rodovia que não foi construída para receber tal volume de tráfego nem equipamentos tão pesados. Além de não ter qualquer controle de pesagem dias carretas, a rodovia não possui terceira faixa nas subidas, o que a transformou em armadilha perigosa para as centenas de milhares de carros de passeio e ônibus de turismo expondo as pessoas a riscos graves. 
Refletindo sobre a questão técnicos da Booz Allen durante a elaboração do planejamento estratégico ara a logística baiana no governo Cezar Borges propuseram a concessão da BR 242 , trecho de 89 km da Br 116 e a BR 324 ligando Feira de Santana a Salvador e Terminal de Cotegipe.

Lembrar que o PROGRAMA ESTADUAL DE LOGÍSTICA DE TRANSPORTES - PELTBAHIA, por mim coordenado, foi finalizado no governo Governo Paulo Souto e previa a reconstrução do trecho ferroviário entre o Porto de Aratu e Brumado e a construção da Ferrovia Leste Oeste entre Luiz Eduardo Magalhães e Brumado. O governo Wagner alterou o projeto levando a ferrovia até Ilhéus e prevendo a construção de um porto numa área de proteção ambiental, próximo à Lagoa Encantada. O Porto já mudou de local duas vezes e ainda não foi viabilizado.

A Ferrovia de Integração Leste Oeste, inconclusa, foi alvo da Operação Lava Jato, com envolvimento da OAS, ODEBRECHT, Andrade Guitierez, Queiroz Galvão e outras. As obras do Porto Sul, promessa do governo Rui Costa, não saíram do papel. Triste Bahia Enquanto isso,  o grupo cearense Dias Branco, associado ao grupo baiano TPC, construiu um moderníssimo Terminal de Grãos em Salvador, na baía de Aratu. Que opera com extraordinária eficiência. A soja que antes era movimentada no Porto de Ilhéus em um dia, passou a ser embarcada em menos de 2 Horas no Terminal de Cotegipe.  Esperamos que o governador eleito não cometa os mesmos erros de seus antecessores no que diz respeito à área da Logística de Transportes. Projetos como o Porto Sul e a ponte Salvador Itaparica devem ser reavaliados e discutido com especialistas da Sociedade Civil. São projetos inviáveis sob o ponto de vista ambiental e econômico financeiro. Devemos fortalecer a vocação logística e portuária da Baía  de Todos os Santos e a vocação turística e de preservação ambiental da Costa do Cacau.

Errar é humano mas persistir no erro é desperdiçar o dinheiro público.

*Engenheiro Civil e Mestre em Administração , foi o coordenador do PELTBAHIA. Foi Especialista da FIESP e Membro do Conselho de Infraestrutura da FIEB

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