Claudio Dantas Sequeira*O menor e mais caro metrô do mundo está na Bahia. Com apenas 6,5 quilômetros de extensão e custo total de R$ 1 bilhão, ganhou dos baianos indignados o singelo apelido de “autorama”. Só que não funciona.
A construção do metrô de Salvador arrasta-se há uma década, o que também situa a obra entre as mais longas do gênero. É, sem dúvida, a síntese do que há de pior na administração pública brasileira: corrupção, burocracia, incompetência e descaso com o cidadão. O projeto inicial previa 41 quilômetros, só que o investimento foi todo consumido no primeiro trecho, que deveria ser de 12 quilômetros, mas foi reduzido à metade.
Para agravar, um estudo de viabilidade econômica do projeto mostra que, para cobrir os custos de operação, o bilhete do metrô poderá custar entre R$ 10 e R$ 15, seis vezes o preço em São Paulo. Chegou-se à conclusão de que o metrô não se sustenta economicamente, terá de ser subsidiado. É muito curto e ainda por cima foi construído numa área que é bem coberta por outros transportes públicos.
Na primeira gestão do Prefeito João Henrique Carneiro (foto)
, o projeto do Metrô foi alterado no trecho da Avenida Mário Leal Ferreira. Houve acréscimos de custos, com a construção de um elevado de 3 km. A obra também foi paralizada em decorrência de denúncias do TCU e MPF.
, o projeto do Metrô foi alterado no trecho da Avenida Mário Leal Ferreira. Houve acréscimos de custos, com a construção de um elevado de 3 km. A obra também foi paralizada em decorrência de denúncias do TCU e MPF.Dirigentes da Companhia de Transporte de Salvador (CTS), que gerencia o andamento das obras, culpam a administração anterior pelo imbróglio. “Tudo começou na licitação feita pelo prefeito Antonio Imbassahy (PSDB)”, diz o diretor da CTS, Hebert Motta.
De fato, foi Imbassahy (1997-2005) quem abriu a concorrência para a construção do metrô em 1999. O exprefeito garantiu à ISTOÉ que todo o processo transcorreu “dentro da lei”. Entretanto, o TCU já determinou a retenção cautelar de R$ 50,5 milhões após encontrar irregularidades na obra e a Corregedoria-Geral da nião finaliza auditoria sobre os preços praticados pelo Consórcio Metrosal. Mais grave: a Justiça Federal da Bahia aceitou denúncia do Ministério Público por suspeita de formação de quadrilha, cartel e fraude na licitação. Foram acusados sete dirigentes das empresas que participaram da concorrência: dois da Camargo Corrêa e dois da Andrade Gutierrez, integrantes do consórcio Metrosal, além de três dirigentes da construtora italiana Impregilo, do consórcio Cigla. Segundo o MPF, as empresas atuaram em conluio. As companhias negam a acusação. Em 2010, os procuradores baianos conseguiram uma ajuda extra do MPF em São Paulo, que confirmaram os indícios de fraude e superfaturamento no metrô baiano. A papelada faz parte do inquérito da Operação Castelo de Areia, que apura o pagamento de propina a políticos e agentes públicos em dezenas de empreendimentos pelo País.
De fato, foi Imbassahy (1997-2005) quem abriu a concorrência para a construção do metrô em 1999. O exprefeito garantiu à ISTOÉ que todo o processo transcorreu “dentro da lei”. Entretanto, o TCU já determinou a retenção cautelar de R$ 50,5 milhões após encontrar irregularidades na obra e a Corregedoria-Geral da nião finaliza auditoria sobre os preços praticados pelo Consórcio Metrosal. Mais grave: a Justiça Federal da Bahia aceitou denúncia do Ministério Público por suspeita de formação de quadrilha, cartel e fraude na licitação. Foram acusados sete dirigentes das empresas que participaram da concorrência: dois da Camargo Corrêa e dois da Andrade Gutierrez, integrantes do consórcio Metrosal, além de três dirigentes da construtora italiana Impregilo, do consórcio Cigla. Segundo o MPF, as empresas atuaram em conluio. As companhias negam a acusação. Em 2010, os procuradores baianos conseguiram uma ajuda extra do MPF em São Paulo, que confirmaram os indícios de fraude e superfaturamento no metrô baiano. A papelada faz parte do inquérito da Operação Castelo de Areia, que apura o pagamento de propina a políticos e agentes públicos em dezenas de empreendimentos pelo País.
Envolvendo doações a políticos de diversos partidos, o processo foi paralizado no STJ, sob a alegação de que as provas foram obtidas ilegalmente, baseadas em denúncias anônimas. 
Pelo visto, o buraco do metrô de Salvador é muito mais profundo.
*Jornalista da Isto É
O Metrô de Salvador é caso de polícia.
ResponderExcluirSe os soteropolitanos exercitassem melhor sua cidadania, em lugar da frivolidade de tantas festas e axézismos, provavelmente esta cara e interminavel novela já tivesse chegado ao fim.
ResponderExcluirO melhor é parar esta obra, não adianta continuar construindo. Derruba tudo, e esquece metrô em Salvador, vende o entulho de cimento e ferro pra construção civil. Prende todos os envolvidos e toma todos os bens desses ladrões pra tentar recuperar alguma coisa.
ResponderExcluirAutorama não, Ferrorama!
ResponderExcluirKd Varela, Bocão, e etc... Vamos colar nesses caras aê.
ResponderExcluir"Se os soteropolitanos exercitassem melhor sua cidadania, em lugar da frivolidade de tantas festas e axézismos, provavelmente esta cara e interminavel novela já tivesse chegado ao fim."
ResponderExcluirCaro Hilder: Se os paulistas, cariocas, gaúchos, pernambucanos, etc, etc, não viessem pra bahia participar, com certeza não haveria motivos para tantas festas, axézismos, etc, etc, por que iriam faltar "clientes".
Se você não tem o que postar, por favor não poste besteiras. Primeiro se informe, procure ver por que algo tão grave aconteceu para depois colocar sua opinião. Esse tipo de comentário preconceituoso não cabe mais.
Se não existisse tanto político descarado e ladrão, aí sim não aconteceria esse tipo de coisa. Aliás, se você for paulista (imagino que seja), posso te dar 3 exemplos de roubalheiras que ocorrem em seu estado. Basta me provocar.
Ass.
Marcos.
O mais grave é a parcialidade e o favorecimento de alguns magistrados do STJ aos empreiteiros da Camargo Correa, Andrade Guiterez, Odebrecht e OAS.
ResponderExcluirDois pesos e duas medidas. Tanto rigor com os mais pobres e tanto favorecimento aos poderosos que podem contar com caros, brilhantes e inescrupulosos advogados para defenderem suas causas. Justiça omissa e parcial que gera impunidade beneficiando empreiteiros e políticos corruptos de vários partidos e " ideologias" ( Dinheiro e poder é a ideologia desta corja de SAÚVAS). Osvaldo Campos Magalhães
O que eu, mero cidadão de Salvador, que trabalha oito horas por dia em horário comercial, poderia fazer para precionar as autoridades como a nossa camara de deputados? Todo mundo fala que a população deve se mobilizar, mas não acho que fazer passeata vá resolver! pelo menos não passeata pra parar o transito! O transito de salvador precisa fluir e a cidade carece de muito planejamento, mão na massa e menos embargos! Fica a pergunta: o que devo fazer? Ler criticas em blogs não está mudando meu dia-a-dia! :(
ResponderExcluirSe vivesse num país de primeiro mundo onde sua população soubesse dos seus direitos, essa corja já estaria na cadeia! Mas como é mais fácil comprar um juiz,desembargador,advogado com que um pão francês, estão ai todos de locupletando do erário público. E por falar nisso o que deu o caso daquele servidor público que ia denunciar a falcatrua e que foi assassinado no comércio? Quem descobrir morre!
ResponderExcluirEnquanto isso, vamos ao pagodão galera!
que palhaçada isso viu?! 41 Km reduzidos a 6,5 pelo mesmo custo, pra onde foi esse dinheiro todo?! Eles não criaram essa obra pensando no bem do cidadão baiano não mas sim como uma forma de roubar verba pública!
ResponderExcluiranõnimo: isto é uma vergonha para nossa cidade sehores políticos de grandes oratórias e discurso longos que vocês fazem.Pois, de que serve isto tudo se 99,99% não sai do papel.
ResponderExcluirE pensando bem,como acreditar nesse novo estadio que está no papel,será que tomará o mesmo destino do metrô? esperemos que não sehores de colarinho branco.Fiquem com Deus todos que o teme.
O estádio com certeza sai!Sabe porque ? é futebol, e ele é mais valorizado do que educação, o transporte, a habitação, e etc. Basta comparar os salários dos professores com esses jogadores de futebol.
ResponderExcluirPrezados, este um exemplo prático de como não deve ser feita uma administração pública.
ResponderExcluirEste imbróglio parece ser infinito, diria que já começou com especificação equivocada em bitola de 1,43m, divergente das existentes da região Nordeste / Sudeste, e para uma economia de menos de 1% em relação a padrão, o custo e o tempo de execução mais que dobrou, numa clara demonstração de despreparo dos governantes envolvidos, sendo motivos de descréditos e piadas pela população e na mídia.
Estes 7 km do metrô de Salvador-BA num total de 12 km, iniciado em 2000, e que não foi montado até maio de 2013 com o pagamento de aluguel de ~ R$80.000,00 mensais para as composições ficarem armazenado sem utilização desde a época de sua entrega ~6 anos, foi especificado, de forma que não pode ser emprestado para outras capitais, pois foi concebido de forma divergente dos existentes no Brasil, enquanto aguarda a conclusão das obras.
Como poderemos pensar no TAV-Trem de Alta Velocidade, com mais de 2 x 513 km se não conseguimos em 13 anos construir 12 km de Metrô.