De todos os nomes que fizeram parte da renovação da Universidade Federal da Bahia durante a gestão do reitor Edgard Santos, Lina Bo Bardi foi o mais Marcante.
Italiana de nascimento, a arquiteta e designer chegou à Bahia no final da década de cinqüenta para revolucionar a visão de arquitetura, de espaço, de arte e de cultura em toda região.
Apesar de ter sua trajetória baiana vinculada ao ambiente cultural existente em torno da universidade, Lina foi para Salvador a partir do convite feito pelo então governador Juracy Magalhães. O convite era para a construção e direção do Museu de Arte Moderna da Bahia, tarefa que a arquiteta executou entre 1959 e 1964. Apesar dos percalços, o MAMB foi um espaço até então inédito na vida cultural de Salvador. Suas atividades galvanizavam a vida cultural da cidade e faziam a ponte entre a arte, o Estado e a Universidade.
Enquanto foi diretora-executiva, Lina Bo Bardi implementou parcerias e espaços de reflexão em comum com a gestão de Edgard Santos na UFBA. Citando a própria arquiteta em seu artigo “Cinco anos entre os brancos”, ela afirma que iniciou o trabalho do MAMB “eliminando a ‘cultura estabelecida’ da cidade, procurando o apoio da Universidade e dos estudantes, abrindo o Museu gratuitamente ao povo, procurando desenvolver ao máximo uma atividade didática”.
No dia-a-dia do MAMB, além das exposições, existiam três frentes de atividades: a Escola da Criança, em parceria com o professor de teatro da UFBA Martim Gonçalves; a Escola de Música Infanto-juvenil, com a colaboração do maestro Hans Joachim Koellreuter, também da UFBA; e as atividades do Clube de Cinema de Walter Silveira, famoso crítico e formador de toda uma geração de cinéfilos baianos. Essas atividades, somadas às suas aulas, falas públicas e artigos, fizeram de Lina Bo Bardi uma figura de destaque nesse momento para toda uma geração que, nas palavras de Caetano Veloso, foi “civilizada” pela sua presença em Salvador durante aqueles anos.
É importante ressaltar que essa atmosfera de colaborações fez do MAMB um espaço em que grandes nomes da cultura baiana se articularam em parcerias, troca de idéias e formações intelectuais. Foi durante esse período que Lina Bo conviveu com Glauber Rocha, Calazans Neto, Mario Cravo Junior, Vivaldo da Costa Lima, Jorge Amado, Martim Gonçalves e Rogério Duarte, entre outros.
Lina Bo Bardi foi ainda a responsável pela fundação do Museu de Arte Popular (MAP) e da Escola de Desenho Técnico e Design da UFBA. A Fundação do MAP teve grande importância devido ao seu lugar de instalação: o complexo arquitetônico Solar do Unhão, construído ainda no século XVII. A arquiteta conseguiu financiamento para o restauro e inaugurou o MAP em 1963, com a exposição “Nordeste”.
Assim, Lina Bo Bardi atuava em diferentes frentes de trabalho. Fosse na arte moderna, na arte popular ou no design industrial, sua intenção era justamente pôr em xeque tais definições. O que os seus diferentes trabalhos tinham em comum e deixaram como legado para a cultura baiana e nacional era a vontade de renovação e a quebra de hierarquias estéticas – e sociais.
Lina ainda teve participação decisiva em outras áreas culturais da época, ao atuar como cenógrafa de dois espetáculos montados por Martim Gonçalves e pelos alunos da Escola de Teatro da UFBA. Os Cenários da “Ópera dos três tostões”, de Bertold Brecht (1960), e de “Calígula”, de Albert Camus (1961), são dois marcos da cenografia nacional. As parcerias da avant garde baiana permanecem até hoje influenciando gerações.
Apesar de ter sua trajetória baiana vinculada ao ambiente cultural existente em torno da universidade, Lina foi para Salvador a partir do convite feito pelo então governador Juracy Magalhães. O convite era para a construção e direção do Museu de Arte Moderna da Bahia, tarefa que a arquiteta executou entre 1959 e 1964. Apesar dos percalços, o MAMB foi um espaço até então inédito na vida cultural de Salvador. Suas atividades galvanizavam a vida cultural da cidade e faziam a ponte entre a arte, o Estado e a Universidade.
Enquanto foi diretora-executiva, Lina Bo Bardi implementou parcerias e espaços de reflexão em comum com a gestão de Edgard Santos na UFBA. Citando a própria arquiteta em seu artigo “Cinco anos entre os brancos”, ela afirma que iniciou o trabalho do MAMB “eliminando a ‘cultura estabelecida’ da cidade, procurando o apoio da Universidade e dos estudantes, abrindo o Museu gratuitamente ao povo, procurando desenvolver ao máximo uma atividade didática”.
No dia-a-dia do MAMB, além das exposições, existiam três frentes de atividades: a Escola da Criança, em parceria com o professor de teatro da UFBA Martim Gonçalves; a Escola de Música Infanto-juvenil, com a colaboração do maestro Hans Joachim Koellreuter, também da UFBA; e as atividades do Clube de Cinema de Walter Silveira, famoso crítico e formador de toda uma geração de cinéfilos baianos. Essas atividades, somadas às suas aulas, falas públicas e artigos, fizeram de Lina Bo Bardi uma figura de destaque nesse momento para toda uma geração que, nas palavras de Caetano Veloso, foi “civilizada” pela sua presença em Salvador durante aqueles anos.
É importante ressaltar que essa atmosfera de colaborações fez do MAMB um espaço em que grandes nomes da cultura baiana se articularam em parcerias, troca de idéias e formações intelectuais. Foi durante esse período que Lina Bo conviveu com Glauber Rocha, Calazans Neto, Mario Cravo Junior, Vivaldo da Costa Lima, Jorge Amado, Martim Gonçalves e Rogério Duarte, entre outros.
Lina Bo Bardi foi ainda a responsável pela fundação do Museu de Arte Popular (MAP) e da Escola de Desenho Técnico e Design da UFBA. A Fundação do MAP teve grande importância devido ao seu lugar de instalação: o complexo arquitetônico Solar do Unhão, construído ainda no século XVII. A arquiteta conseguiu financiamento para o restauro e inaugurou o MAP em 1963, com a exposição “Nordeste”.
Assim, Lina Bo Bardi atuava em diferentes frentes de trabalho. Fosse na arte moderna, na arte popular ou no design industrial, sua intenção era justamente pôr em xeque tais definições. O que os seus diferentes trabalhos tinham em comum e deixaram como legado para a cultura baiana e nacional era a vontade de renovação e a quebra de hierarquias estéticas – e sociais.
Lina ainda teve participação decisiva em outras áreas culturais da época, ao atuar como cenógrafa de dois espetáculos montados por Martim Gonçalves e pelos alunos da Escola de Teatro da UFBA. Os Cenários da “Ópera dos três tostões”, de Bertold Brecht (1960), e de “Calígula”, de Albert Camus (1961), são dois marcos da cenografia nacional. As parcerias da avant garde baiana permanecem até hoje influenciando gerações.
* Editora do site Tropicália
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