quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Folclore nos Transportes

Almir Santos
Engenheiro Civil, cultiva o mar, a lua, música e as histórias da Cidade do Salvador.

Não constam em nenhum dicionário, mas são palavras e expressões que fizeram ou fazem parte da história dos transportes de Salvador. Algumas datam do tempo dos antigos bondes. Vejamos:
Marinete: denominação dada aos primeiros ônibus de Salvador por serem lançados na época que passou pela cidade um poeta futurista italiano chamado Marinetti;
Saltar: descer do transporte;
Pongar: pegar o bonde em movimento;
Despongar: descer do bonde em movimento. Nisso um jovem chamado Zeca Maria, que morava na Rua Treze era um craque nos bondes 14-Rio Vermelho, 16-Amaralina e 36-Segundo Arco. Pongava, despongava dos bondes de frente, de costas, na mão, na contramão, driblava os postes que se situavam no meio da pista. Um verdadeiro artista dos bondes.
Paraquedista: aquele que descia do bonde em movimento para não pagar a passagem quando o condutor se aproximava. Assim, de bonde em bonde chegava ao destino. Gente importante, hoje Conselheiro do Tribunal de Contas, confessa que assim fazia quando jovem nos bondes da linha 8-Liberdade para chegar ao Centro.
Fazer terra: aproveitar-se do bonde ou ônibus cheio para se encostar às garotas;
Traseirista: quem desce do ônibus pela porta traseira sem pagar a passagem;
Motô: motorista de ônibus;
Cobra: cobrador de ônibus;
Morcego: meninos de rua que viajam agarrados nas carrocerias dos ônibus Cozinha: parte traseira dos bondes;
Galinheiro: bonde com apenas um controler e o lado esquerdo fechado com tela;
Humilhante: ônibus ou bonde;
Busu: ônibus;
Curral: passagem estreita na entrada o ônibus antes da catraca para forçar o passageiro a pagar a passagem;
Viajar de 11: aquele que se desloca a pé;
Pegar o bonde de Canela: aquele que se deslocava a pé no tempo dos bondes;

Salvador, rica em histórias e folclore, o transporte não podia ficar à margem, tinha de dar a sua parcela de contribuição.

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