Rafael Freire - Ruas congestionadas, transporte público coletivo deficiente e vias que dificultam ou impossibilitam o tráfego de pessoas a pé. Nesse cenário de mobilidade urbana deficiente, o uso de um meio de transporte alternativo como a bicicleta pode ser uma saída. De acordo com Mário Cruz, presidente da Associação dos Bicicleteiros do Estado da Bahia, o número de pessoas que utilizam a bicicleta como principal meio de transporte em Salvador é de 20 mil, menos de 1% da população da cidade.
Esse dado varia de acordo com as regiões do país. Em todo o Brasil, 7% da população utiliza a bike como meio de locomoção principal. Na região Nordeste, o percentual aumenta para 17,9%. As informações são da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em janeiro deste ano.
Algumas características de Salvador podem justificar o pequeno número de cidadãos que adotam a bicicleta como meio de transporte: o fato de a capital baiana possuir uma topografia que dificulta a implantação de vias exclusivas, a localização e a pequena extensão das ciclovias já existente – hoje são 30 km, concentradas na região da Orla – , e o descumprimento das leis de trânsito pelos motoristas. No Rio de Janeiro, por exemplo, existem cerca de 140 km de vias exclusivas para bicicletas.
Veja a comparação entre Salvador e outras cidades do Brasil e do mundo
Cidade Extensão da ciclovia
Salvador 30 km
Joinville 34 km
Fortaleza 42 km
Curitiba 116 km
Rio de Janeiro 140 km
Bogotá 300 km
Amsterdã 400 km
Estão previstos, pelo PAC da Mobilidade Urbana, R$ 41 milhões para a construção de um sistema cicloviário que abrangeria Salvador e Lauro de Freitas. O projeto, denominado Cidade Bicicleta, vai além da construção de faixas exclusivas para as bicicletas e inclui também a implantação de estações de aluguel dos veículos e integração com outros sistemas de transportes.
As características topográficas de Salvador, o seu histórico de urbanização e a falta de respeito ao ciclista dificultam a implantação de vias exclusivas para bicicletas, como explica o professor da Faculdade de Arquitetura da UFBA, Heliodoro Sampaio: “Se analisarmos a cidade, percebemos que em mais de 70% do seu território a adequação de vias exclusivas é difícil. Para incorporar a bicicleta no tráfego misto, esbarra-se no problema cultural da falta de respeito ao ciclista, o que demandará tempo para a adequação.”, afirma o professor à reportagem da TVE Bahia.
Código de Trânsito
Não são raros os acidentes envolvendo bicicletas, apesar de o Código Brasileiro de Trânsito regulamentar o uso desse meio de transporte e a coexistência com os demais. O Código prevê, por exemplo, que um automóvel deve guardar 1,5 m de distância de um ciclista toda vez que for ultrapassá-lo. Orientação descumprida diariamente, até pelo fato de as vias não terem sido pensadas para comportar os diversos veículos e suas peculiaridades.
O jornalista Aurélio Lima, de 48 anos, que usa a bicicleta como meio de transporte há cinco, conta que já foi vítima da imprudência de um motorista: “Uma motorista foi dar uma ‘roubadinha’ e me atropelou. Fui jogado no meio da pista e quase fui atropelado por outros carros. Ela pediu desculpas e se ofereceu pra ajudar”, relembra. Ele acredita que o motorista de Salvador não está preparado para conviver com o ciclista e o encara como um intruso em seu território.
A ausência de vias exclusivas e a falta de segurança no trânsito são razões que inibem o maior uso da bicicleta em Salvador. Até para os ciclistas experientes, dividir o espaço das ruas com os carros, sem que haja vias sinalizadas, é assumir um risco alto, como relata Aurélio: “Eu só uso a bicicleta porque 90% do meu trajeto é feito na ciclovia. Se morasse em outros bairros, não usaria. Não aconselho ninguém a se aventurar nas ruas”, alerta o jornalista.
Esse dado varia de acordo com as regiões do país. Em todo o Brasil, 7% da população utiliza a bike como meio de locomoção principal. Na região Nordeste, o percentual aumenta para 17,9%. As informações são da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em janeiro deste ano.
Algumas características de Salvador podem justificar o pequeno número de cidadãos que adotam a bicicleta como meio de transporte: o fato de a capital baiana possuir uma topografia que dificulta a implantação de vias exclusivas, a localização e a pequena extensão das ciclovias já existente – hoje são 30 km, concentradas na região da Orla – , e o descumprimento das leis de trânsito pelos motoristas. No Rio de Janeiro, por exemplo, existem cerca de 140 km de vias exclusivas para bicicletas.
Veja a comparação entre Salvador e outras cidades do Brasil e do mundo
Cidade Extensão da ciclovia
Salvador 30 km
Joinville 34 km
Fortaleza 42 km
Curitiba 116 km
Rio de Janeiro 140 km
Bogotá 300 km
Amsterdã 400 km
Estão previstos, pelo PAC da Mobilidade Urbana, R$ 41 milhões para a construção de um sistema cicloviário que abrangeria Salvador e Lauro de Freitas. O projeto, denominado Cidade Bicicleta, vai além da construção de faixas exclusivas para as bicicletas e inclui também a implantação de estações de aluguel dos veículos e integração com outros sistemas de transportes.
As características topográficas de Salvador, o seu histórico de urbanização e a falta de respeito ao ciclista dificultam a implantação de vias exclusivas para bicicletas, como explica o professor da Faculdade de Arquitetura da UFBA, Heliodoro Sampaio: “Se analisarmos a cidade, percebemos que em mais de 70% do seu território a adequação de vias exclusivas é difícil. Para incorporar a bicicleta no tráfego misto, esbarra-se no problema cultural da falta de respeito ao ciclista, o que demandará tempo para a adequação.”, afirma o professor à reportagem da TVE Bahia.
Código de Trânsito
Não são raros os acidentes envolvendo bicicletas, apesar de o Código Brasileiro de Trânsito regulamentar o uso desse meio de transporte e a coexistência com os demais. O Código prevê, por exemplo, que um automóvel deve guardar 1,5 m de distância de um ciclista toda vez que for ultrapassá-lo. Orientação descumprida diariamente, até pelo fato de as vias não terem sido pensadas para comportar os diversos veículos e suas peculiaridades.
O jornalista Aurélio Lima, de 48 anos, que usa a bicicleta como meio de transporte há cinco, conta que já foi vítima da imprudência de um motorista: “Uma motorista foi dar uma ‘roubadinha’ e me atropelou. Fui jogado no meio da pista e quase fui atropelado por outros carros. Ela pediu desculpas e se ofereceu pra ajudar”, relembra. Ele acredita que o motorista de Salvador não está preparado para conviver com o ciclista e o encara como um intruso em seu território.
A ausência de vias exclusivas e a falta de segurança no trânsito são razões que inibem o maior uso da bicicleta em Salvador. Até para os ciclistas experientes, dividir o espaço das ruas com os carros, sem que haja vias sinalizadas, é assumir um risco alto, como relata Aurélio: “Eu só uso a bicicleta porque 90% do meu trajeto é feito na ciclovia. Se morasse em outros bairros, não usaria. Não aconselho ninguém a se aventurar nas ruas”, alerta o jornalista.
* Estudante de urbanismo e arquitetura
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