Álvaro Conde Lemos Filho*
Um dos aspectos mais degradantes da nossa cidade, que nos envergonha e incomoda, é o estado dos passeios ou calçadas por onde transita diariamente o sofrido soteropolitano. Em todos os bairros, desde os chamados proletários onde vive a maioria da população, até os mais tradicionais e valorizados como o Corredor da Vitória, a Barra e o Comércio da Cidade Baixa, entre outros, o estado dos passeios é deplorável.
O curioso ou melhor incompreensível, é que a construção e conservação dos passeios ou calçadas, compete ao proprietário do terreno ou prédio que lhe é adjacente, o qual com certeza não se recusaria a assumir o custo desses serviços considerando os beneficios diretos que colheria. A Prefeitura portanto, competiria apenas fiscalizar e fazer cumprir a lei ou decreto que rege o assunto.
Assim não vale a custumeira alegação, muitas vezes compreensível, da falta de recursos para justificar a omissão do poder público em cumprir com seus deveres e obrigações. No caso em questão, seria preciso apenas que os seus engenheiros e arquitetos especificassem o material a ser usado e definissem o projeto a ser adotado, que deverá ter um custo razoável, resistência comprovada e evidentemente considerar os aspectos relativos à estética, funcionalidade e beleza.
Mas, a propósito de funcionalidade é oportuno um comentário sobre as famigeradas pedras portuguesas, uma pavimentação absolutamente antifuncional porque imprópria e inadequada à realidade da nossa cidade. Infelizmente temos o vicio cultural de copiar e muitas vezes copiar mal. Queremos repetir as calçadas de Lisboa, quase todas em pedra portuguesa compondo belos e bem elaborados mosaicos, agradáveis de se ver e por eles passeiar. Como não dispomos de material adequado (pedras lisas e regulares), mão de obra especializada, e recursos para uma dispendiosa manutenção, o que vemos é uma imitação grotesca do que fazem em Portugal, tendo como resultado um pavimento irregular e mal acabado que facilmente se desagrega, tornando o nosso caminhar desconfortável e em alguns casos uma arriscada aventura.
Finalizando, lembro que os países chamados desenvolvidos, adotam em larga escala o concreto, seja em placas premoldadas ou moldado “in loco”. Na França é comum o asfalto, que não é aconselhável em nosso caso. O importante é enfatizar, que em geral são materiais de baixo custo, alta resistência e comprovada funcionalidade, como alias já sugerimos anteriormente. Não vamos apenas copiar ou imitar, mas aproveitar as boas ideias, adaptando-as as nossas condições e necessidades.
*Álvaro Conde Lemos Filho é engenheiro civil e empresário
Um dos aspectos mais degradantes da nossa cidade, que nos envergonha e incomoda, é o estado dos passeios ou calçadas por onde transita diariamente o sofrido soteropolitano. Em todos os bairros, desde os chamados proletários onde vive a maioria da população, até os mais tradicionais e valorizados como o Corredor da Vitória, a Barra e o Comércio da Cidade Baixa, entre outros, o estado dos passeios é deplorável.
O curioso ou melhor incompreensível, é que a construção e conservação dos passeios ou calçadas, compete ao proprietário do terreno ou prédio que lhe é adjacente, o qual com certeza não se recusaria a assumir o custo desses serviços considerando os beneficios diretos que colheria. A Prefeitura portanto, competiria apenas fiscalizar e fazer cumprir a lei ou decreto que rege o assunto.
Assim não vale a custumeira alegação, muitas vezes compreensível, da falta de recursos para justificar a omissão do poder público em cumprir com seus deveres e obrigações. No caso em questão, seria preciso apenas que os seus engenheiros e arquitetos especificassem o material a ser usado e definissem o projeto a ser adotado, que deverá ter um custo razoável, resistência comprovada e evidentemente considerar os aspectos relativos à estética, funcionalidade e beleza.
Mas, a propósito de funcionalidade é oportuno um comentário sobre as famigeradas pedras portuguesas, uma pavimentação absolutamente antifuncional porque imprópria e inadequada à realidade da nossa cidade. Infelizmente temos o vicio cultural de copiar e muitas vezes copiar mal. Queremos repetir as calçadas de Lisboa, quase todas em pedra portuguesa compondo belos e bem elaborados mosaicos, agradáveis de se ver e por eles passeiar. Como não dispomos de material adequado (pedras lisas e regulares), mão de obra especializada, e recursos para uma dispendiosa manutenção, o que vemos é uma imitação grotesca do que fazem em Portugal, tendo como resultado um pavimento irregular e mal acabado que facilmente se desagrega, tornando o nosso caminhar desconfortável e em alguns casos uma arriscada aventura.
Finalizando, lembro que os países chamados desenvolvidos, adotam em larga escala o concreto, seja em placas premoldadas ou moldado “in loco”. Na França é comum o asfalto, que não é aconselhável em nosso caso. O importante é enfatizar, que em geral são materiais de baixo custo, alta resistência e comprovada funcionalidade, como alias já sugerimos anteriormente. Não vamos apenas copiar ou imitar, mas aproveitar as boas ideias, adaptando-as as nossas condições e necessidades.
*Álvaro Conde Lemos Filho é engenheiro civil e empresário
**Artigo tambem publicado no site Bahia Notícias
Oportuna a colaboração do colega Álvaro Lemos, Alvinho. De fato, de um modo geral, as calçadas da cidade estão em estado degradante, vergonhoso. A prefeitura não é omissa somente nesse aspecto, mas no caso das calçadas é omissa e irresponsável. Nunca fez a sua parte recompondo as calçadas de sua responsabilidade como praças, jardins, orla etc.
ResponderExcluirNunca fiscalizou empresas de prestação de serviço que cortam as calçadas para passarem tubulações e recompõem de forma inadequada.
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Nunca fiscalizou os particulares que recompõem as calçadas de pedras portuguesas com argamaça de cimento ou diferente dos desenhos originais
Cabe ainda à Prefeitura nivelar e alinhar os meio-fios e adequar os rebaixamentos das entradas de garagens e estacionamentos feitos de qualquer maneira pelos proprietários de imóveis.
Quanto às pedras portuguesas, meu caro, trazidas para o Brasil pelo Prefeito do Rio de Janeiro Pereira Passos em 1905 na construção da Avenida Central (atual Rio Branco) e posteriormente, decoraram a antiga Copacabana por décadas, o negócio é a forma que são executadas. Não se pode admitir espaçamento entre pedras de até cinco centímetros e material inadequado. Mão de obra e materiais se fazem. Não se pode admitir pedras assentadas simplesmente em areia.
Faltam especificções e fiscalização
Fazer bem feito é uma questão de brio.
Almir Ferreira Santos