Há quem em determinados momentos da vida, se vê diante de um dilema. Onde sua decisão deverá ser calcada na razão, pura e simples, ou na emoção. Principalmente se for um ato punido por lei. Difícil, será avaliar por si próprio, se sua decisão ficou totalmente num lado apenas. De qualquer forma, sendo um ato criminoso ou não, se premeditou, se decidiu fazer conscientemente, terá que arcar.
A personagem principal da trama, Juliette (Kristin Scott Thomas), sai da prisão após 15 anos. Cumpriu a pena por assassinato. Ainda em condicional, terá que comparecer a Delegacia a cada 15 dias, para assinar um prontuário. Aqui, acaba por despertar a simpatia do Delegado. Ambos, amargurados pelo rumo que tomaram suas vidas. Ainda comentando um pouco sobre essa relação, parte dele um outro crédito a ela para uma volta à sociedade. Mesmo não sabendo o porque ela fez o que fez, ele credita nela uma oportunidade de um recomeço.
Juliette aceitou o seu crime. Nada poderia lhe doer mais do que tivera que fazer. Mas houve uma dor se não maior, tão dolorida quanto. A de ser excluída pela própria família: os pais e uma irmã caçula. Todos aqueles anos, sem nenhum contato.
Mas é essa sua irmã, Léa, que a acolhe em sua casa. Junto a sua família. Pois agora, não era mais a menina que fora obrigada pelos pais, a esquecer de Juliette. Ainda ressentida, já deixa claro que quem a procurou fora o pessoal do Serviço Social. Léa entende a armadura da irmã, e diz que eles fizeram muito bem em procurá-la.
Quem ela matou, é dito logo no início. O porque, apenas no finalzinho. Deixo a sugestão que não fiquem voltado apenas nisso. Pois além de perderem um pouco do crescimento dessas duas mulheres – e isso eu ressalto por mostrar o universo feminino com muita sensibilidade -, poderão não perceber tudo mais. No que resultou na vida de todos com aquela tomada de decisão de Juliette a quinze anos atrás, como na dos demais com a convivência atual com ela.
Um outro ponto que quero salientar, é sobre o de empregar ex-detentos. Eu destaquei isso também num outro filme, recentemente. No ‘Evidências de um Crime‘. Quando esse assunto é abordado num filme, abre caminho para uma diminuição no preconceito que há no mundo real. Essa chance deles voltarem de fato a sociedade após cumprirem sua sentença. Tendo um emprego já terão como começar uma vida nova.
‘Há tanto Tempo que Te Amo‘ é um líbelo ao amor fraternal. Mesmo a mais forte das criaturas, há de chegar uma hora que vai precisar da mão estendida de alguém não tão forte. Às lembranças pesadas, o tempo se encarregará em apagar. São, foram os espinhos…
O filme aborda um outro tema, que de certa forma também é algo que ainda não é tão aceito pela sociedade. Dai, também é interessante o debate que fará surgir após assistirem. Mas é melhor parar por aqui, para não correr o risco de trazer spoiler.
Assistam! É um filme belíssimo! Nota 10.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
Há Tanto Tempo que te Amo (Il y a longtemps que je t’aime). 2008. França. Direção e Roteiro: Philippe Claudel. Elenco: Kristin Scott Thomas (Juliette Fontaine), Elsa Zylberstein (Léa), Serge Hazanavicius (Luc), Laurent Grévill (Michel), Frédéric Pierrot (Capitaine Fauré). Gênero: Drama, Suspense. Duração: 115 minutos.
A personagem principal da trama, Juliette (Kristin Scott Thomas), sai da prisão após 15 anos. Cumpriu a pena por assassinato. Ainda em condicional, terá que comparecer a Delegacia a cada 15 dias, para assinar um prontuário. Aqui, acaba por despertar a simpatia do Delegado. Ambos, amargurados pelo rumo que tomaram suas vidas. Ainda comentando um pouco sobre essa relação, parte dele um outro crédito a ela para uma volta à sociedade. Mesmo não sabendo o porque ela fez o que fez, ele credita nela uma oportunidade de um recomeço.
Juliette aceitou o seu crime. Nada poderia lhe doer mais do que tivera que fazer. Mas houve uma dor se não maior, tão dolorida quanto. A de ser excluída pela própria família: os pais e uma irmã caçula. Todos aqueles anos, sem nenhum contato.
Mas é essa sua irmã, Léa, que a acolhe em sua casa. Junto a sua família. Pois agora, não era mais a menina que fora obrigada pelos pais, a esquecer de Juliette. Ainda ressentida, já deixa claro que quem a procurou fora o pessoal do Serviço Social. Léa entende a armadura da irmã, e diz que eles fizeram muito bem em procurá-la.
Quem ela matou, é dito logo no início. O porque, apenas no finalzinho. Deixo a sugestão que não fiquem voltado apenas nisso. Pois além de perderem um pouco do crescimento dessas duas mulheres – e isso eu ressalto por mostrar o universo feminino com muita sensibilidade -, poderão não perceber tudo mais. No que resultou na vida de todos com aquela tomada de decisão de Juliette a quinze anos atrás, como na dos demais com a convivência atual com ela.
Um outro ponto que quero salientar, é sobre o de empregar ex-detentos. Eu destaquei isso também num outro filme, recentemente. No ‘Evidências de um Crime‘. Quando esse assunto é abordado num filme, abre caminho para uma diminuição no preconceito que há no mundo real. Essa chance deles voltarem de fato a sociedade após cumprirem sua sentença. Tendo um emprego já terão como começar uma vida nova.
‘Há tanto Tempo que Te Amo‘ é um líbelo ao amor fraternal. Mesmo a mais forte das criaturas, há de chegar uma hora que vai precisar da mão estendida de alguém não tão forte. Às lembranças pesadas, o tempo se encarregará em apagar. São, foram os espinhos…
O filme aborda um outro tema, que de certa forma também é algo que ainda não é tão aceito pela sociedade. Dai, também é interessante o debate que fará surgir após assistirem. Mas é melhor parar por aqui, para não correr o risco de trazer spoiler.
Assistam! É um filme belíssimo! Nota 10.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
Há Tanto Tempo que te Amo (Il y a longtemps que je t’aime). 2008. França. Direção e Roteiro: Philippe Claudel. Elenco: Kristin Scott Thomas (Juliette Fontaine), Elsa Zylberstein (Léa), Serge Hazanavicius (Luc), Laurent Grévill (Michel), Frédéric Pierrot (Capitaine Fauré). Gênero: Drama, Suspense. Duração: 115 minutos.
Onde? - Espaço Unibanco de Cinema - Glauber Rocha
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