quinta-feira, 10 de maio de 2012

PV apoia o Pedágio Urbano em São paulo


Por Raphael Di Cunto | De São Paulo
Marisa Cauduro/Valor / Marisa Cauduro/Valor
Eduardo Jorge: este recurso novo é vital para a expansão do transporte público em quantidade e qualidade
O PV oficializará hoje, em ato na Câmara Municipal de São Paulo, o apoio à candidatura do ex-governador José Serra (PSDB) a prefeito, ao mesmo tempo em que divulgará um manifesto com as propostas do partido para a cidade - entre elas, um plebiscito para decidir sobre a implantação do pedágio urbano no centro, tema que desagrada grande parte do eleitorado A primeira versão do texto, ao qual o Valorteve acesso com exclusividade, foi feita pelo secretário de Verde e Meio Ambiente da cidade, Eduardo Jorge (PV), que o partido tenta emplacar como vice de Serra. Ex-petista, Jorge é titular da Pasta desde a gestão do tucano na prefeitura, iniciada em 2005, e foi mantido quando o prefeito Gilberto Kassab (PSD) assumiu devido à renúncia de Serra para concorrer ao governo de São Paulo. Segundo Jorge, o manifesto tem bandeiras que o PV irá defender, independente de estar coligado a outro partido. São 11 pontos, como gasto mínimo de 30% do orçamento em Educação universalização do saneamento básico, reurbanização do centro da cidade, a manutenção dos programas de revitalização das favelas, respeito às Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a descentralização política da prefeitura. Procurado pelo Valor para comentar a contradição de pertencer a um governo que centralizou as decisões, com o enfraquecimento das subprefeituras, mas defender posicionamento contrário, Jorge disse que "ninguém pode fazer tudo". "Parafraseando nosso presidente, nunca na história de São Paulo outro governo teve coragem de investir mais de 50% do orçamento em saúde e educação como este tem feito", argumentou.A proposta mais polêmica do manifesto, e que enfrenta maior resistência na população, é o pedágio urbano, cuja taxa iria para a Secretaria de Transportes. "Este recurso novo é vital para a expansão do transporte público em quantidade e qualidade, para evitar que a cidade pare e para reduzir o impacto da poluição dos veículos na saúde humana e no aquecimento global", escreveu Jorge. Ao Valor, o secretário afirmou que o plebiscito permitirá que a população analise o tema com base em dados, e não em preconceito. "Vai ter um grupo contra o pedágio, mas que terá de falar qual a solução para São Paulo não parar", avaliou. O ambientalista admite, porém, que o tema é impopular. "Na campanha anterior, os quatro candidatos melhor posicionados, que tiveram 95% dos votos, eram contra o pedágio", lembra. Desta vez, o pedágio urbano teve a adesão da ex-vereadora e apresentadora de televisão Soninha Francine (PPS) - que também concorreu em 2008 - e do vereador e cantor Netinho de Paula (PCdoB). Os outros candidatos, como o ex-deputado federal Celso Russomano (PRB) - segundo nas pesquisas -, o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB) e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) se posicionaram contrários. Prestes a receber o apoio do PV, o ex-governador José Serra disse ontem que o pedágio urbano não é factível no momento. "É preciso um sistema de transporte coletivo muito mais desenvolvido, com duas a três vezes a malha ferroviária de hoje, para fazer esse tipo de restrição", afirmou. O tucano minimizou a possibilidade de as propostas do aliado afastarem os eleitores. "O PV tem direito de defender esta bandeira, que tem até as suas justificativas, mas não me parece adequada agora", comentou. Além do PV, a candidatura do ex-governador espera anunciar o apoio do DEM na próxima semana. A direção do partido esteve com a cúpula do PSDB na noite de terça-feira e, diante do apoio dos tucanos à candidatura do líder do DEM na Câmara dos Deputados, ACM Neto, à Prefeitura de Salvador, informou que há disposição de ajudar os tucanos em São Paulo. O PP, do deputado federal e ex-prefeito Paulo Maluf, também caminha para um acordo, segundo Serra, que já tem a adesão do PSD, do prefeito Kassab. Embora a contragosto da bancada do PSDB, o partido deve compartilhar a chapa de vereadores com o PSD. Já o PV rejeitou a coligação proporcional com a avaliação de que elegerá mais vereadores sozinho.

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