Lançado num momento em que muito se discute sobre a ausência de representatividade do negro nos espaços de poder no País, principalmente em Salvador, cidade com população formada por maioria negra, a obra certamente trará contribuições para o debate.
Primeiro leitor a ter acesso ao livro, o também escritor e crítico André Setaro, pontua que a obra anuncia uma “diáspora de ideias e provocações” e ressalta o estilo inquietante do texto, “a escrita não é uma escrita para deixar o leitor na passividade da leitura”, afirma o escritor. Setaro antecipa para os leitores que cada capítulo contém uma verdade captada na experiência de vida do autor.
“Obra de ficção, porém, sem deixar de conter, nela, os percalços de uma existência”, observa. Segundo ele, o romance “é um libelo contra a hipocrisia, o arrivismo, o oportunismo, o egoísmo, e um retrato severo das idiossincrasias do ser humano que, vítima das circunstâncias, sofre não apenas o maltrato do meio social excludente como também das pessoas hipócritas e que usam, sempre, no convívio social, uma ‘persona’”.
Durante o lançamento ocorreu um debate sobre os 124 anos da abolição e o papel do negro na literatura. Participaram Ana Célia Silva, doutora em Educação e autora de diversas obras sobre a representação social do negro no livro didático; Florentina Silva de Souza, pesquisadora e doutora em Estudos Literários; e do escritor e poeta José Carlos Limeira.
* Na foto, Fernando Conceição e Osvaldo Campos, Editor deste blog.Texto publicado na Tribuna da Bahia
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