Alem das quatro obras instaladas nos jardins do Palacete, mais 62 peças originais em gesso de autoria de Auguste Rodin fazem parte da Coleção Rodin na Bahia. Entre os trabalhos expostos, destacam-se inúmeros estudos feitos por Rodin para a criação da Porta do Inferno. Das obras mais conhecidas , o público poderá apreciar: O Beijo, A Defesa e principalmente o Pensador.
"Nessa Exposição, o gesso triunfa porque tais peças receberam diretamente as mãos do escultor. Elas são autênticas, e se pode ler nos escritos deixados por Rodin a explicação do processo criativo, no qual ele se coloca como escultor cheio de entusiasmo."
"A primeira ideia a nos fazer refletir é a que o gesso é a matéria prima que precede, invariavelmente, o uso de materiais nobres e caros como o bronze e o mármore, ambos raramente executados pelo próprio artista. O bronze é preparado no ato da fundição e o mármore, em geral, é talhado por auxiliares práticos sob supervisão do artista. Já em relação ao bronze, pode-se afirmar que as esculturas como Balzac monumental e até mesmo a famosa Porta do Inferno só foram produzidas em metal depois do falecimento do escultor e à partir de moldes em gesso, esses sim feito por Rodin, que jamais enquanto vivo realizou pessoalmente alguma fundição de suas obras."
(Heloisa Helena Costa - consultora científica da Coleção Rodin na Bahia)
O Pensador
Esta obra foi criada em 1880 medindo 70cm, e aparece na modelagem da Terceira Maquete da Porta do Inferno. Inicialmente recebeu o título de O Poeta, representando Dante, autor da Divina Comédia, que inspirou a Porta do Inferno.
Era o criador meditando sobre sua criação. Em 1889 recebeu o nome de O Pensador: " era a um só tempo um ser em um corpo torturado, quase um condenado, e um homem de espírito livre, decidido a transcender seu sofrimento através da poesia (Francis Blanchetiere, 2008).
" Quando um bom escultor modela um torso humano, não somente os músculos que ele representa é a vida que os anima...melhor que a vida... sua força que lhes dá forma e lhe comunica seja a graça, seja o charme, seja o fogo indomado" (Rodin, 1911).
" Esforcei-me por fazer sentir em cada intumescência do torso ou dos membros o afloramento de um músculo ou de um osso que se desenvolvia em profundidade sob a pele. E desta forma a verdade das minhas figuras, em vez de superficial, parecia desabrochar de dentro para fora como a própria vida..." (Auguste Rodin, em O Modelado, de Paul Gsell)
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