domingo, 13 de dezembro de 2009

JUVENÁ LAMENTA O FIM DA CRIATIVIDADE NAS FESTAS DE LARGO

EMANUELLA SOMBRA
Veterano das festas de largo, o baiano Juvenal Silva Souza,(foto) 66 anos, o Juvená, é enfático: a Conceição da Praia acabou. Da época em que montar barracas para a festa significava ficar até uma semana dormindo ao ‘relento’ sobre engradados de cerveja e tomando banho de bica, ele não hesita:
– Essa série de intervenções padronizaram demais. Festa popular é festa popular.
Juvená passou 13 anos montando barracas de bebida nas festas da Conceição da Praia, Itapuã, Ribeira, Pituba e Rio Vermelho.
– Tenho uma saudade absoluta. Geralmente eu armava barraca dia 28 de novembro na Conceição, todo mundo ia pra lá e já fazia a festa antecipada. O dia 8 era uma festa grande, mas a gente já tava até satisfeito – lembra.
Há uma década o homem de barba branca não pisa o pé na Conceição. Prefere ficar em Itapuã, onde tem barraca de praia e residência.
– A festa que a gente costumava armar era mais criativa, a gente fazia e encomendava os “tamburetes”, a pintura dava uma conotação de arte. Era rústica mas era mais humana. Depois começaram a padronizar…
– A gente se entrosava, conversava, bebia, fazia samba-de-roda (o samba duro como chamam no Recôncavo baiano). Terminava a Conceição e a gente ia para a Boa Viagem antecipadamente. Era uma festa popular de fato. Era isso que era bom – diz Juvená que hoje prefere ver estas festas pela televisão.
Publicado originalmente no jornal A Tarde

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