Por Emmanuel de Roux & Michel Samson*
O Centro da cidade de Marselha, na França, está passando por uma revolução como não se via há trinta anos. Ao norte do antigo porto [Vieux Port], as ruas estão sendo interditadas para que uma nova linha de bondes possa ser implantada.
Escavadeiras preparam as fundações de novos edifícios; os prédios antigos estão cobertos de andaimes e os terrenos baldios passam por metamorfoses. O bairro portuário, que nos últimos decênios foi gangrenado pelas crises econômicas e sociais, parece recuperar suas cores. A chegada do trem de alta velocidade (TGV), em junho de 2001, facilitou essa revitalização que, no entanto, se deve, sobretudo, à operação denominada Euromeditérranée. Este vasto programa de reurbanização e revitalização econômica começou em 1995. Ele tinha por objetivo elevar Marselha ao mesmo nível de suas concorrentes – Barcelona, Gênova e Nápoles –, através da renovação de 311 hA de terrenos situados no entorno da bacia portuária de La Joliette; mas também da modernização da gare ferroviária e de seu entorno, assim como do antigo sítio de La Seita, o terreno baldio conhecido como Belle-de-Mai. E, ainda, a reconstrução da rua de La Republique, que irá reconectar a praça La Joliette ao Vieux Port. Sobretudo, fazia-se necessário revitalizar uma zona que fôra destruída pela desindustrialização da cidade, uma região onde antes viviam 30.000 habitantes, com índices de desemprego e pobreza que ultrapassavam todas as médias locais. O plano geral da operação Euroméditerranée. O objetivo da operação, concebida pela Câmara de Comércio e os representantes eleitos do bairro, foi aceito pelo Estado, que financia metade da iniciativa. Desde o início, uma regra foi estabelecida: para cada € 1 de recursos públicos, deveriam ser captados € 3 na iniciativa privada. Renaud Muselier, à época um jovem partidário de Chirac [chiraquien] e braço-direito [premier adjoint] de Jean Claude Gaudin – que acabara de conquistar a Prefeitura de Marselha –, presidia a empresa pública Euromeditéranée. O começo da operação foi lento e gerou bastante ceticismo; três diferentes Diretores Gerais estiveram à frente dos trabalhos. No entanto, já em 2005, os primeiros resultados apareceram e o prazo de duração da Euromeditéranée foi estendido por seis anos. A via-expressa A7 será totalmente reurbanizada.Imagem: Hoje, ninguém mais lhe nega o sucesso. Os € 300 milhões até aqui investidos pelo poder público, já geraram outro €1 bilhão de investimentos privados, isto é "um efeito multiplicador equivalente a 3,5", assinala M. Muselier. "Atingimos um estágio de não-retorno", constata Yves Lyon, o arquiteto-urbanista escolhido para planejar a zona litorânea da operação Euromed. Os galpões do Porto acolherão um complexo comercial e de lazer com 40 mil m² de área. "As diretrizes traçadas em 1995, permanecem as mesmas", afirma François Jalinot, atual Diretor Geral do Euromeditérranée. "Nos cabia proporcionar a Marselha e à sua população, o acesso à riqueza econômica, velando sempre pelo equilíbrio social; consolidar a atividade portuária, diversificar as atividades econômicas direcionando-as para a `Nova Economia`, do conhecimento, das telecomunicações e da informação. Era necessário, ainda, agenciar 1 milhão de metros quadrados para o setor imobiliário, o que significaria 4.000 novas moradias e a reabilitação de outras 6.000, objetivando a geração de 15.000 empregos suplementares". Dez anos passados, a metade desses objetivos está a um passo de ser atingida, apostando-se numa harmonização entre os interesses imobiliários e sociais, a Cultura e a Arquitetura.
O Centro da cidade de Marselha, na França, está passando por uma revolução como não se via há trinta anos. Ao norte do antigo porto [Vieux Port], as ruas estão sendo interditadas para que uma nova linha de bondes possa ser implantada.
Escavadeiras preparam as fundações de novos edifícios; os prédios antigos estão cobertos de andaimes e os terrenos baldios passam por metamorfoses. O bairro portuário, que nos últimos decênios foi gangrenado pelas crises econômicas e sociais, parece recuperar suas cores. A chegada do trem de alta velocidade (TGV), em junho de 2001, facilitou essa revitalização que, no entanto, se deve, sobretudo, à operação denominada Euromeditérranée. Este vasto programa de reurbanização e revitalização econômica começou em 1995. Ele tinha por objetivo elevar Marselha ao mesmo nível de suas concorrentes – Barcelona, Gênova e Nápoles –, através da renovação de 311 hA de terrenos situados no entorno da bacia portuária de La Joliette; mas também da modernização da gare ferroviária e de seu entorno, assim como do antigo sítio de La Seita, o terreno baldio conhecido como Belle-de-Mai. E, ainda, a reconstrução da rua de La Republique, que irá reconectar a praça La Joliette ao Vieux Port. Sobretudo, fazia-se necessário revitalizar uma zona que fôra destruída pela desindustrialização da cidade, uma região onde antes viviam 30.000 habitantes, com índices de desemprego e pobreza que ultrapassavam todas as médias locais. O plano geral da operação Euroméditerranée. O objetivo da operação, concebida pela Câmara de Comércio e os representantes eleitos do bairro, foi aceito pelo Estado, que financia metade da iniciativa. Desde o início, uma regra foi estabelecida: para cada € 1 de recursos públicos, deveriam ser captados € 3 na iniciativa privada. Renaud Muselier, à época um jovem partidário de Chirac [chiraquien] e braço-direito [premier adjoint] de Jean Claude Gaudin – que acabara de conquistar a Prefeitura de Marselha –, presidia a empresa pública Euromeditéranée. O começo da operação foi lento e gerou bastante ceticismo; três diferentes Diretores Gerais estiveram à frente dos trabalhos. No entanto, já em 2005, os primeiros resultados apareceram e o prazo de duração da Euromeditéranée foi estendido por seis anos. A via-expressa A7 será totalmente reurbanizada.Imagem: Hoje, ninguém mais lhe nega o sucesso. Os € 300 milhões até aqui investidos pelo poder público, já geraram outro €1 bilhão de investimentos privados, isto é "um efeito multiplicador equivalente a 3,5", assinala M. Muselier. "Atingimos um estágio de não-retorno", constata Yves Lyon, o arquiteto-urbanista escolhido para planejar a zona litorânea da operação Euromed. Os galpões do Porto acolherão um complexo comercial e de lazer com 40 mil m² de área. "As diretrizes traçadas em 1995, permanecem as mesmas", afirma François Jalinot, atual Diretor Geral do Euromeditérranée. "Nos cabia proporcionar a Marselha e à sua população, o acesso à riqueza econômica, velando sempre pelo equilíbrio social; consolidar a atividade portuária, diversificar as atividades econômicas direcionando-as para a `Nova Economia`, do conhecimento, das telecomunicações e da informação. Era necessário, ainda, agenciar 1 milhão de metros quadrados para o setor imobiliário, o que significaria 4.000 novas moradias e a reabilitação de outras 6.000, objetivando a geração de 15.000 empregos suplementares". Dez anos passados, a metade desses objetivos está a um passo de ser atingida, apostando-se numa harmonização entre os interesses imobiliários e sociais, a Cultura e a Arquitetura.
Olá! sou estudante de Arquitetura em Belo Horizonte e encontrei esta publicação procurando a história da urbanização em Marselha. Achei curioso o fato de que devo fazer a mesma pesquisa para a cidade de Salvador. Entrego meus trabalhos essa semana e seria uma honra a sua colaboração! Além é claro da que acabo de receber. Grata! Vou mencionar seu trabalho!
ResponderExcluircmfvsjardim@gmail.com
Nada como uma simbiose entre poder público e interesses privados das empreiteiras. Assim como aqui, lá também tem maracutaias mil nas prefeituras! Pau que bate lá bate cá...
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