Osvaldo Campos Magalhães*
Um fato que vem chamando a atenção de todos e despertando certo tipo de ciúmes entre petistas é a postura da nossa presidenta Dilma Rousseff em relação ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Primeiro, foi o convite para a participação no jantar oferecido no Itamaraty ao presidente Barack Obama, e agora, a carta aberta por ocasião do octogésimo aniversário de FHC.
Lembremos que Lula e FHC eram bastante próximos durante a luta pela restabelecimento do regime democrático e que tanto o PT como o PSDB possuem uma origem geográfica e ideológica, muita próxima. As divergências se iniciaram com o sucesso do plano Real, conduzido por FHC no governo Itamar Franco, que teve forte oposição do PT e, se acentuaram, com as disputas diretas entre Lula e FHC nas eleições presidenciais de 1994 e 1998, ambas vencidas pelo FHC.
O afastamento em relação ao PT e aos demais partidos que compuseram uma aliança com Lula levou o PSDB a uma aproximação com o PFL, PMDB e outros partidos de centro-direita.
Esta divergência entre partidos que foram próximos no passado deu oportunidade de acesso e compartilhamento de poder a partidos fisiológicos, ávidos por cargos e outros interesses escusos, que vem provocando um grande mal à nação brasileira, vide os últimos escândalos envolvendo o Ministério dos Transportes, feudo do Partido da República- PR. Lembremos que o mesmo ministério, no governo FHC, foi entregue de porteira fechada ao PMDB, como prêmio pela aprovação da mudança constitucional que permitiu a reeleição presidencial, e foi chefiado por mais de seis anos pelo polêmico deputado Eliseu Padilha.
A eleição do presidente Lula em 2002 e a indicação para a presidência do Banco Central do deputado eleito pelo PSDB de Goiás, Henrique Meireles, mantendo-se praticamente a mesma política econômica do governo FHC, veio a confirmar as afinidades programáticas entre PT e PSDB.
Em recente artigo escrito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa reflexão sobre seus oitenta anos recém-completados, uma passagem desperta curiosidade, “... é difícil buscar caminhos que permitam em alguns temas uma marcha em comum, mas não é impossível. Tentemos.” E mais ”Guardarei as armas do interesse pessoal, partidário, sempre que vislumbrar uma estratégia de convergência que permita dias melhores no futuro.”
A postura decidida e enérgica que a presidenta Dilma Rousseff vem demonstrando na busca da preservação da ética e da moral no trato das questões públicas foi confirmada com o afastamento do ministro Palloci da chefia da Casa Civil e da alta cúpula do Ministério dos Transportes. Esta postura de combate ao fisiologismo que impregna a maioria dos partidos da base do governo e contra a corrupção, deveria servir como oportunidade de um grande entendimento nacional entre o PT e o PSDB.
Em entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo, no domingo, 3 de julho, Fernando Henrique Cardoso corrobora com esta tese ao afirmar: “O que é bom no Brasil é não mantermos uma tensão permanente e desnecessária, que era o que estava acontecendo“ (entre PT e PSDB). “Temos (divergências) mais podemos conviver de uma maneira civilizada. Isso é importante para a democracia.”
Os recentes gestos da presidenta tanto em relação a FHC como em relação aos partidos fisiológicos da base aliada reforçam que é preciso convergência para avançar e que a visão dualista e antagônica entre PT e PSDB precisa acabar. Pelo bem do Brasil.
*Editor do blog Pensando Salvador do Futuro
Um fato que vem chamando a atenção de todos e despertando certo tipo de ciúmes entre petistas é a postura da nossa presidenta Dilma Rousseff em relação ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Primeiro, foi o convite para a participação no jantar oferecido no Itamaraty ao presidente Barack Obama, e agora, a carta aberta por ocasião do octogésimo aniversário de FHC.
Lembremos que Lula e FHC eram bastante próximos durante a luta pela restabelecimento do regime democrático e que tanto o PT como o PSDB possuem uma origem geográfica e ideológica, muita próxima. As divergências se iniciaram com o sucesso do plano Real, conduzido por FHC no governo Itamar Franco, que teve forte oposição do PT e, se acentuaram, com as disputas diretas entre Lula e FHC nas eleições presidenciais de 1994 e 1998, ambas vencidas pelo FHC.
O afastamento em relação ao PT e aos demais partidos que compuseram uma aliança com Lula levou o PSDB a uma aproximação com o PFL, PMDB e outros partidos de centro-direita.
Esta divergência entre partidos que foram próximos no passado deu oportunidade de acesso e compartilhamento de poder a partidos fisiológicos, ávidos por cargos e outros interesses escusos, que vem provocando um grande mal à nação brasileira, vide os últimos escândalos envolvendo o Ministério dos Transportes, feudo do Partido da República- PR. Lembremos que o mesmo ministério, no governo FHC, foi entregue de porteira fechada ao PMDB, como prêmio pela aprovação da mudança constitucional que permitiu a reeleição presidencial, e foi chefiado por mais de seis anos pelo polêmico deputado Eliseu Padilha.
A eleição do presidente Lula em 2002 e a indicação para a presidência do Banco Central do deputado eleito pelo PSDB de Goiás, Henrique Meireles, mantendo-se praticamente a mesma política econômica do governo FHC, veio a confirmar as afinidades programáticas entre PT e PSDB.
Em recente artigo escrito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa reflexão sobre seus oitenta anos recém-completados, uma passagem desperta curiosidade, “... é difícil buscar caminhos que permitam em alguns temas uma marcha em comum, mas não é impossível. Tentemos.” E mais ”Guardarei as armas do interesse pessoal, partidário, sempre que vislumbrar uma estratégia de convergência que permita dias melhores no futuro.”
A postura decidida e enérgica que a presidenta Dilma Rousseff vem demonstrando na busca da preservação da ética e da moral no trato das questões públicas foi confirmada com o afastamento do ministro Palloci da chefia da Casa Civil e da alta cúpula do Ministério dos Transportes. Esta postura de combate ao fisiologismo que impregna a maioria dos partidos da base do governo e contra a corrupção, deveria servir como oportunidade de um grande entendimento nacional entre o PT e o PSDB.
Em entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo, no domingo, 3 de julho, Fernando Henrique Cardoso corrobora com esta tese ao afirmar: “O que é bom no Brasil é não mantermos uma tensão permanente e desnecessária, que era o que estava acontecendo“ (entre PT e PSDB). “Temos (divergências) mais podemos conviver de uma maneira civilizada. Isso é importante para a democracia.”
Os recentes gestos da presidenta tanto em relação a FHC como em relação aos partidos fisiológicos da base aliada reforçam que é preciso convergência para avançar e que a visão dualista e antagônica entre PT e PSDB precisa acabar. Pelo bem do Brasil.
*Editor do blog Pensando Salvador do Futuro
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