A análise dos desafios criados pela demanda do complexo Ford Nordeste aos transformadores de plástico da Bahia rendeu à economista Vera Spínola o Prêmio FIEB de Economia 2009.
Criado em 2001, o Prêmio Fieb de Economia reúne trabalhos inéditos que versam sobre temas como política industrial, meio ambiente, comércio exterior, infraestrutura, inovação e assuntos fiscai e tributários.
Os trabalhos inscritos na quinta edição do Prêmio, avaliados com pequena diferença de pontuação, foram considerados de bom nível pela comissão julgadora. A monografia
(Vera Spínola com o editor do blog, Osvaldo Campos, na Fieb, na premiação dia 27/05 - Foto Ricardo Kawabe)
vencedora é , portanto representativa dos objetivos do prêmio.Com mestrado em Economia e doutorado em Administração pela Ufba, Vera Spínola partiu da seguinte indagação: se existem na Bahia os segmentos automotivo, petroquímico e um certo conglomerado de indústrias, de que forma eles interagem?
Na área petroquímica, observa, o esforço individual das empresas transformadoras de plástico não tem sido suficiente para implulsionar um processo virtuoso de desenvolvimento local, devido à existência de um mercado considerado assimétrico, com limitados ofertantes de matéria prima.
No caso do complexo automotivo de Camaçarí, a autora analisa as relações que este mantém com a cadeia petroquímica e com a indústria manufatureira de plásticos. Mesmo considerando a crescente utilização do plástico no automóvel e a proximidade do Polo de Camaçarí, constatou que a organização do complexo em consórcio modular, com fornecedores próprios - denominados sistemistas, por sua vez também com fornecedores cativos - , limita a possibilidade de se criarem vínculos com a indústria local.
Os incentivos fiscais, notadamente do Bahiaplast, foram importantes para atrair transformadores de plástico, mas em geral produtores de bens com baixo valor agregado, incapazes de atender adequadamente a uma demanda exigente como a da montadora. A autora concorda com o uso de mecanismos fiscais para atração de investimentos, pois provavelmente sem eles só haveria indústria relevante no Sudeste, mas afirma que o ponto chave de uma política bem sucedida no longo prazo seria a sua orientação para a inovação. Só a inovação, diz, é capaz de contribuir para a formação de links entre setores, com externalidades positivas para a economia.
O Prêmio Fieb de Economia, ocorre a cada dois anos e tem como finalidade estimular a elaboração de estudos que ajudem a compreender o desenvolvimento da economia baiana. Estamos certos de que o presente estudo contribuirá para enriquecer o conhecimento sobre o processo recente de industrialização do estado. Cumpre registrar os agradecimentos à comissão julgadora do Prêmio - composta por Fernando Pedrão, Amilcar Baiardi e Francisco Teixeira -, cuja dedicação foi importante para o sucesso deta iniciativa
*José de Freitas Mascarenhas, Engenheiro e Diretor da Odebrecht, é Presidente da FIEB
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