Marcus Quintella, no Jornal do Brasil:Cidade Sustentável
Os problemas de trânsito e transporte público das cidades brasileiras são os principais causadores dos abomináveis congestionamentos diários impostos aos cidadãos. Por isso, os jornais e a televisão estão apresentando muitas matérias e programas sobre o assunto, com o nobre objetivo de subsidiar os governantes e políticos com as melhores soluções para amenizar o sofrimento dos habitantes de nossas metrópoles.
No caso das grandes cidades do país, uma solução imediata seria o pedágio urbano, de modo a induzir as pessoas a utilizarem o transporte público e fazerem uso de seus carros de forma inteligente, econômica e solidária. Sem dúvida alguma, os trânsitos caóticos dessas cidades são os principais responsáveis pela baixa qualidade de seus sistemas de ônibus urbano, que poderiam ser muito mais eficientes se trafegassem em vias menos congestionadas e poderiam, ainda, recuperar os passageiros perdidos para os transportes ilegais.
Em 2003, Londres implantou o pedágio urbano em uma área de 21 km², na região central da cidade, tornando-se a primeira grande cidade no mundo a adotar essa complexa medida de arrecadação de recursos para investimento em transporte público. No início, houve muitas críticas e antipatia política, mas, atualmente, o pedágio urbano está plenamente aceito. A prefeitura londrina arrecada anualmente cerca de R$ 350 milhões, que são integralmente investidos no transporte público da capital britânica. Os principais resultados indicam que houve redução de 30% no tempo médio de percurso das pessoas, diminuição de 15% do número de veículos em circulação e aumento de 14% no volume de passageiros nos ônibus, além de uma perceptível melhoria na qualidade de vida da população, com menos poluições sonora e atmosférica.
O pedágio urbano de Londres opera com 900 câmeras de alta precisão e veículos de patrulhamento. O sistema é pré-pago, com uma tarifa diária de R$ 30, que pode ser paga pela internet, celular ou em lojas, postos e supermercados. A multa pelo não-pagamento do pedágio é cerca de R$ 470. Estão isentos táxis, motos, ônibus e veículos de emergência, além de motoristas portadores de deficiência física.
Aprendi com meu guru para assuntos de trânsito, comandante Celso Franco, o mais famoso diretor do Detran do Rio de Janeiro, que o engenheiro de tráfego é o cardiologista da cidade, visto que luta contra os males da circulação viária. Há muitos anos, o comandante defende um projeto de incentivo para o transporte solidário, controlado eletronicamente, nas horas de pico, como a solução mais justa de pedágio urbano, denominado por ele de Utilização Racional da Via (URV). Nessa linha, Celso Franco foi alertado pelos técnicos da American Bank Note, empresa que viabilizou tecnicamente o sistema URV, que o projeto é autofinanciável, por gerar grande arrecadação de recursos.
No caso do pedágio urbano brasileiro, o sistema URV poderia ser o principal ator, pois incentiva o transporte solidário e a racionalidade no uso das vias urbanas. O URV consiste no aluguel de um chip adesivo, para ser colado por dentro do pára-brisa do veículo. Esse chip seria alugado em parceria com uma ou mais pessoas proprietárias de automóvel, além do dono do carro. Cada chip conteria dados do motorista e do veículo e todos os adesivos de um mesmo grupo de consorciados do car pool usariam o mesmo número. Nas áreas delimitadas pela prefeitura, seriam instalados medidores eletrônicos para ler os chips e fotografar as placas dos veículos que não os possuam, ou que não sejam os primeiros a passar. Assim, mensalmente, os proprietários dos carros com adesivos receberiam uma conta em casa. Nas horas do sistema URV, só passaria um carro associado ao pool. Os demais pagariam um pedágio urbano no valor diário de R$10, cinco vezes o preço do uso diário do chip, que seria de R$ 2. O sistema URV poderia render mais de R$ 1 bilhão anuais para investimentos em transporte público.
Cabe lembrar aos governantes que os investimentos públicos são realmente altos, mas os custos de não fazê-los são mais altos ainda.
Os problemas de trânsito e transporte público das cidades brasileiras são os principais causadores dos abomináveis congestionamentos diários impostos aos cidadãos. Por isso, os jornais e a televisão estão apresentando muitas matérias e programas sobre o assunto, com o nobre objetivo de subsidiar os governantes e políticos com as melhores soluções para amenizar o sofrimento dos habitantes de nossas metrópoles.
No caso das grandes cidades do país, uma solução imediata seria o pedágio urbano, de modo a induzir as pessoas a utilizarem o transporte público e fazerem uso de seus carros de forma inteligente, econômica e solidária. Sem dúvida alguma, os trânsitos caóticos dessas cidades são os principais responsáveis pela baixa qualidade de seus sistemas de ônibus urbano, que poderiam ser muito mais eficientes se trafegassem em vias menos congestionadas e poderiam, ainda, recuperar os passageiros perdidos para os transportes ilegais.
Em 2003, Londres implantou o pedágio urbano em uma área de 21 km², na região central da cidade, tornando-se a primeira grande cidade no mundo a adotar essa complexa medida de arrecadação de recursos para investimento em transporte público. No início, houve muitas críticas e antipatia política, mas, atualmente, o pedágio urbano está plenamente aceito. A prefeitura londrina arrecada anualmente cerca de R$ 350 milhões, que são integralmente investidos no transporte público da capital britânica. Os principais resultados indicam que houve redução de 30% no tempo médio de percurso das pessoas, diminuição de 15% do número de veículos em circulação e aumento de 14% no volume de passageiros nos ônibus, além de uma perceptível melhoria na qualidade de vida da população, com menos poluições sonora e atmosférica.
O pedágio urbano de Londres opera com 900 câmeras de alta precisão e veículos de patrulhamento. O sistema é pré-pago, com uma tarifa diária de R$ 30, que pode ser paga pela internet, celular ou em lojas, postos e supermercados. A multa pelo não-pagamento do pedágio é cerca de R$ 470. Estão isentos táxis, motos, ônibus e veículos de emergência, além de motoristas portadores de deficiência física.
Aprendi com meu guru para assuntos de trânsito, comandante Celso Franco, o mais famoso diretor do Detran do Rio de Janeiro, que o engenheiro de tráfego é o cardiologista da cidade, visto que luta contra os males da circulação viária. Há muitos anos, o comandante defende um projeto de incentivo para o transporte solidário, controlado eletronicamente, nas horas de pico, como a solução mais justa de pedágio urbano, denominado por ele de Utilização Racional da Via (URV). Nessa linha, Celso Franco foi alertado pelos técnicos da American Bank Note, empresa que viabilizou tecnicamente o sistema URV, que o projeto é autofinanciável, por gerar grande arrecadação de recursos.
No caso do pedágio urbano brasileiro, o sistema URV poderia ser o principal ator, pois incentiva o transporte solidário e a racionalidade no uso das vias urbanas. O URV consiste no aluguel de um chip adesivo, para ser colado por dentro do pára-brisa do veículo. Esse chip seria alugado em parceria com uma ou mais pessoas proprietárias de automóvel, além do dono do carro. Cada chip conteria dados do motorista e do veículo e todos os adesivos de um mesmo grupo de consorciados do car pool usariam o mesmo número. Nas áreas delimitadas pela prefeitura, seriam instalados medidores eletrônicos para ler os chips e fotografar as placas dos veículos que não os possuam, ou que não sejam os primeiros a passar. Assim, mensalmente, os proprietários dos carros com adesivos receberiam uma conta em casa. Nas horas do sistema URV, só passaria um carro associado ao pool. Os demais pagariam um pedágio urbano no valor diário de R$10, cinco vezes o preço do uso diário do chip, que seria de R$ 2. O sistema URV poderia render mais de R$ 1 bilhão anuais para investimentos em transporte público.
Cabe lembrar aos governantes que os investimentos públicos são realmente altos, mas os custos de não fazê-los são mais altos ainda.
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