As chaves da cidade ainda não foram entregues ao Rei Momo. Mas a capital baiana já se encontra em processo acelerado de embriagues. Com um final de semana de antecedência ao calendário, milhares de baianos e turistas estão nas ruas celebrando a vida e a alegria como se não houvesse amanhã. De uma forma tão intensa e inconsequente que alguns já disseram que Salvador é uma cidade devastada pela alegria.
Bom, quem acompanhou de perto as passagens de Leo Santana e Baiana System pela Avenida Oceânica no último domingo pode afirmar que o Carnaval já acabou. Dificilmente haverá uma concentração tão grande até quarta-feira de Cinzas. E claro, com tanta gente na rua, empurrões, brigas e incidentes eram inevitáveis. Moradores da Barra postaram vídeos na internet mostrando a queda de uma muro por causa do tumulto e denunciaram que vândalos estão causando distúrbios nos arredores – que entre outros problemas causou a saída do ar dos sinais de telefone e internet da CVT/Vivo em algumas ruas do bairro.
O próprio secretário de Turismo da capital, Cláudio Tinoco, admitiu que a organização deve ser aprimorada para o próximo ano e deve ser considerado o chamado Furdunço com um dia normal de Carnaval. E de fato, se as ruas principais eram livres para os foliões, as saídas laterais estavam parcialmente impedidas, como não acontece nos dias oficiais da folia. Isso causou muitas dificuldades para quem quis sair de lado quando passavam as principais atrações.
Mas já teve gente reclamando que o Furdunço foi descaracterizado. Atrações demais, trios muito potentes e gente demais nas ruas. Num momento em que muita gente apostava na decadência do Carnaval de rua de Salvador, podemos dizer que esses são problemas até interessantes para quem organiza a festa.
No campo político, a guerra entre apoiadores de Rui Costa e de ACM Neto promete. Primeiro na propaganda. O Governo do Estado colocou nas TVs, rádios e outdoors que o Carnaval pipoca é estadual. A prefeitura respondeu na mesma medida e intensidade – aliás a cada intervalo de programas importantes, vemos muitas propagandas oficiais. No caso é uma briga boa para o folião – já que realmente haverá mais atrações sem cordas nas ruas e nas praças da cidade.
Porém até aí a disputa se mostra. A deputada do PSB, Fabíola Mansur, fez coro às críticas do secretário de Segurança Maurício Barbosa e reclamou do palco montado no gramado do Farol da Barra pela cervejaria oficial do Carnaval deste ano. Lá irão de apresentar Leo Santana, Saulo, Emicida e outros artistas, bem em frente ao Camarote Expresso 2222 de Gilberto Gil, assim que o último trio iniciar sua apresentação em todos os dias de Carnaval, a partir desta terça. Para ela, há uma descaracterização do espaço histórico do Farol com o palco.
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