Enquanto vivencia as maiores
crises econômicas e políticas dos seus cinco anos de mandato, seriamente
ameaçada de sofrer um processo de Impeachment,
desde que o Tribunal de Contas da União identificou uma diferença de R$ 251
bilhões entre os gastos do governo e o efetivamente arrecadado, com a
utilização dos bancos públicos federais para “maquiar” a contabilidade criativa
do governo, a presidenta Dilma volta a lançar mais um pacote de investimentos
em infraestrutura, o PIL, que será apresentado aos empresários baianos, logo
mais, nesta sexta-feira, no auditório da FIEB, pelo Ministro dos Transportes,
Antônio Carlos Rodrigues.
Será uma excelente oportunidade para os empresários relatarem ao novo ministro as péssimas condições da infraestrutura de transportes na Bahia e os diversos projetos anunciados nos últimos anos e que não se viabilizaram, prejudicando os setores produtivos baianos.
Lembremos que a propaganda
tem sido a marca registrada deste governo, com anúncios frequentes de grandes
projetos e programas que sistematicamente deixam de ser executados. Durante o
primeiro mandato da presidenta, as prioridades eram o TAV - Trem de Alta
Velocidade, ligando Campinas, São Paulo e Rio, a ponte Salvador – Itaparica e
os novos modelos de investimentos em portos e ferrovias. Apesar de vultosos
recursos terem sido utilizados em estudos, projetos e publicidade, nenhum deles
resultou em investimentos efetivos na melhoria da infraestrutura de transportes
do Brasil.
Na Bahia, o maior projeto de
infraestrutura, a FIOL, se encontra paralisada, com menos de 50% das obras
realizadas, sendo que o Porto Sul nem sequer foi iniciado. Nossa malha
ferroviária de mais de 1.500 km, concessionada a uma subsidiária da Companhia
Vale do Rio Doce, encontra-se praticamente desativada, trechos da BR 242,
importante rodovia para escoamento da soja na Bahia se deteriora a olhos vistos
sem manutenção adequada. No porto de Aratu, com berços congestionados, navios
aguardam por mais de 20 dias para iniciarem suas operações, nosso aeroporto
internacional, com esteiras quebradas, deficiência nos serviços e obras
infindáveis prejudica o turismo em Salvador e a BR 324, principal corredor de
transpores da Bahia, convive com engarrafamentos e péssimos serviços, resultado
de um modelo de concessão que privilegiou o baixo preço dos pedágios e
inadequados e insuficientes serviços.
Obras como a duplicação da
BR 101, recuperação da BR 242, terceira faixa na BR 324 entre Salvador e Feira
de Santana, nova pista e um novo e moderno terminal para o aeroporto de
Salvador, ampliação do terminal de conteines no porto de Salvador e a
privatização do porto de Aratu, são urgentes e imprescindíveis para nossa
economia.
A visita do novo Ministro
dos Transportes será uma oportunidade para que a classe empresarial baiana se
posicione firmemente em defesa de efetivos investimentos na infraestrutura de
transportes no estado. Não podemos assistir mais uma vez a anúncios de projetos
mirabolantes, como o da ferrovia bi oceânica, ponte Salvador – Itaparica, enquanto
assistimos ao colapso da nossa infraestrutura de transportes, sem ao menos
esboçar um pio.
*Membro
do Conselho de Infraestrutura da FIEB
Nenhum comentário:
Postar um comentário