O Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, uma das mais importantes casas de candomblé do Brasil, celebra os 90 anos de sua matriarca, Mãe Stella de Oxóssi. Localizado no bairro de São Gonçalo do Retiro, em Salvador, o local recebe a festa, marcada para as 19h deste sábado (2), que contará com a presença de representantes de religiões de matriz africana, além de artistas e autoridades. As homenagens à Ialorixá contam com apoio das Secretarias de Cultura do Estado da Bahia, de Políticas para Mulheres, de Promoção da Igualdade Racial, da Administração e da Casa Civil.
Maria Stella de Azevedo Santos – Iya Odé Kayode – nasceu no dia 2 de maio de 1925, na Ladeira do Ferrão, no Pelourinho, em Salvador. Graduou-se em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia, com especialização em Saúde Pública, Stella exerceu a profissão durante 30 anos. Foi iniciada no candomblé por Mãe Senhora, em setembro de 1939, quando tinha apenas 14 anos. Mãe Stella viajou várias vezes para a África, visando aprofundar os conhecimentos sobre a cultura iorubá e foi a primeira Ialorixá a escrever livros e artigos sobre sua religião. Em 1999, em homenagem aos 70 anos de iniciação de Mãe Stella, o Ilê Axé Opô Afonjá foi declarado patrimônio cultural brasileiro e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Já em 2013, a Ialorixá Mãe Stella passou a ocupar o assento de número 33 da Academia de Letras da Bahia, cadeira esta que tem como patrono o poeta Castro Alves, e já foi ocupada por: Francisco Xavier Ferreira Marques, Heitor Praguer Frois, Waldemar Magalhães Mattos, além de Ubiratan, que era presidente da Fundação Pedro Calmon. Mãe Stella é colunista do jornal A Tarde e autora de livros como “Meu tempo é agora”, “Òsósi – O Caçador de Alegrias” e “Epé Laiyé- terra viva”. Em 2009, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Homenagens
Como defensora da cultura negra, Mãe Stella recebeu vários prêmios, homenagens e condecorações, como o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (ao completar 80 anos), o troféu Esso para escritores negros, a comenda Maria Quitéria, o troféu Clementina de Jesus, a comenda da Ordem do Cavaleiro (pelo Governo do Estado da Bahia) e a comenda do Mérito Cultural (pela Presidência da República). Em 2013, foi eleita por unanimidade para a Academia de Letras da Bahia.
*Artigo originalmente publicado no Portal Secult
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