Com a volta do Campeonato Baiano por pontos corridos, reporto-me ao primeiro campeonato que acompanhei no Campo da Graça. 1943. Tinha oito anos.
Seis clubes disputavam a competição: Galícia, Botafogo, Vitória, Ypiranga, Bahia e Guarany. O Guarany virou até folclore. Foi o lanterna, sem nenhum ponto marcado. Por isso quando um cara queria pegar uma parada fraca dizia-se em tom de gozação: Quer pegar seu Guarany, hein?
Galícia, Botafogo, Vitória terminaram empatados, em seguida vinham Ypiranga, Bahia e Guarany.
Não havia nenhum critério de desempate, então a Federação organizou um supercampeonato entre os três primeiros colocados em dois turnos, mais seis partidas, portanto. Numa dessas partidas o Vitória, que não era campeão desde 1909, aplicou 9x1 no Galícia. Só Siri fez sete gols. Todos acreditavam que o Vitória ia desencantar, pois não vencia um campeonato desde 1909. Mas, para surpresa, esse supercampeonato terminou novamente empatado entre Botafogo (meu time) e Galícia.
Programou-se então uma melhor de três, como se chamava. Prima, segunda e negra. O Galícia venceu a primeira o Botafogo a segunda e finalmente o Galícia (para minha tristeza) a terceira sagrando-se tricampeão.
O Galícia jogou com Nova, Carapicu e Lusitano: Neversinio, Palmer e Nouca; Louro, Curto Pequeno, Novinha e Isaltino.
O Botafogo com Severino, Flávio e Rastelli; Manu, Abelardo e Dunga; Manoelito , Da Hora, Didi, Ignácio e Dino.
Entre os jogadores, não havia a dança de trocas de times como hoje.
Era muito gostoso ! Jogava-se por amor à Camisa.
Almir Santos
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