Mário Chaves*
Crise, qual crise? Escolha-se uma. A crise maior do urbanismo parece provir do imobiliário onde, na sociedade da super abundância e do hiper consumo, há também maior oferta desajustada que procura. O desajuste advém do urbanismo estar preso a modelos do passado onde a expansão territorial era prioritária, o automóvel nas suas vias imperialistas dominou toda a política imobiliária e onde os edifícios seguem ainda o arquétipo falhado do condomínio plurifamiliar e plurifuncional de crescimento em altura. Como se em 30 anos a burótica, a informativa, o teletrabalho não tivessem mudado nada na vida produtiva das sociedades. O mundo em progresso agarra-se ainda desesperadamente às rotinas passadas; todos trabalham nos mesmos horários, todos habitam nas mesmas tipologias, todos se movem e estão parados nos mesmos automóveis. A crise não lhes parece ter ensinado nada. Veja-se o imaginário dos filmes de animação com acção passada nas cidades, americanas de facto. Todas iguais a Metropolis. Ainda o Super-Homem a comandar o ideal de cidade, de arranha-céus e de artéria cheias de automóveis e os cidadãos cheios de sacos. Já vimos isto muitas vezes, talvez vezes de mais.
Crise, qual crise? Escolha-se uma. A crise maior do urbanismo parece provir do imobiliário onde, na sociedade da super abundância e do hiper consumo, há também maior oferta desajustada que procura. O desajuste advém do urbanismo estar preso a modelos do passado onde a expansão territorial era prioritária, o automóvel nas suas vias imperialistas dominou toda a política imobiliária e onde os edifícios seguem ainda o arquétipo falhado do condomínio plurifamiliar e plurifuncional de crescimento em altura. Como se em 30 anos a burótica, a informativa, o teletrabalho não tivessem mudado nada na vida produtiva das sociedades. O mundo em progresso agarra-se ainda desesperadamente às rotinas passadas; todos trabalham nos mesmos horários, todos habitam nas mesmas tipologias, todos se movem e estão parados nos mesmos automóveis. A crise não lhes parece ter ensinado nada. Veja-se o imaginário dos filmes de animação com acção passada nas cidades, americanas de facto. Todas iguais a Metropolis. Ainda o Super-Homem a comandar o ideal de cidade, de arranha-céus e de artéria cheias de automóveis e os cidadãos cheios de sacos. Já vimos isto muitas vezes, talvez vezes de mais.
*Arquiteto e escritor
**Alain Bourdin é diretor do Instituto Frances de Urbanismo
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