Já escrevi nesse espaço um S.O.S. em defesa da centenária cajazeira ao lado da Misericórdia e alertei os riscos de desaparecimento das principais palmeiras imperiais de Salvador e do inigualável bambuzal do nosso Aeroporto Dois de Julho. Há menos de um mês uma bela touceira de bambu gigante no dique do Tororó estava em chamas, um crime ambiental!
Faço agora grave denúncia: quem foi o responsável que mandou cortar as três belas e frondosas árvores do raro jasmim manga (pluméria rubra), que embelezavam a entrada da Concha Acústica do TCA? Aliás, essa milionária reforma da Concha deixou muitíssimo a desejar, pois no lugar dos aprazíveis bancos, jardins e dos ditos jasmins, construiu-se uma rampa anacrônica l que descaracterizou completamente o paisagismo original.
Outro absurdo: a Orla da Barra ficou linda, tornando-se o principal espaço de socialização de soteropolitanos e turistas, porém, desde sua inauguração, até hoje, gastou-se uma fortuna com diversas iniciativas de jardinagem, todas redundando em retumbante fiasco. Primeiro colocaram nas imediações do Farol grandes vasos de ferro, com belas palmeiras que logo morreram devido à maresia. Tentaram mudas adolescentes de jasmim manga e “onze horas”, ambas tiveram vida curta. Gastaram outro tanto com um arbusto de folhas leitosas, novo fiasco. Desfecho: removeram os tais belos vasos - onde estarão?
E as caras placas de grama em frente ao Farol da Barra do verão passado? Só sobrou pequenina nesga de gramado cercado pela Marinha, o resto virou poeirento chão de terra batida.
Jardinagem urbana não é coisa para amadores. Respeitem nossas plantas e não joguem fora nossos impostos!
*Antropólogo e Professor Catédrático da Ufba
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