quinta-feira, 29 de março de 2012

José Sérgio Gabrielle: O Trabalho a Visão e o Conselho


Samuel Celestino*
José Sérgio Gabrielli apenas completou 20 dias como secretário de Planejamento, mas tem idéias e planos que pretende pô-las em prática. A começar pelo Nordeste: um projeto compartilhado com os secretários da sua área de todos os estados da região para definir, se possível, um plano de desenvolvimento conjuntural. Parte do fato de que o Nordeste e o Centro-Oeste foram as duas regiões que mais cresceram nos últimos anos. Ademais, o mercado nordestino oferece amplas possibilidades de expansão e está nos planos das grandes empresas que vislumbram um futuro promissor para a região nos próximos anos. Em síntese, entende que a vez é do Nordeste. Já o seu trabalho na Secretaria do Planejamento ele acentua que pretende evitar que haja projetos em duplicidade com outras secretarias acabando com o que chama de “sombreamento.” Quer reunir tais projetos para planejar o desenvolvimento do estado nas suas diversas regiões.
José Sérgio Gabrielli vê amplas possibilidades para uma explosão desenvolvimentista na Bahia nos próximos dez anos, a começar por uma ampla transformação de Salvador; uma total repaginação no Recôncavo, daí se expandindo na direção do sul e extremo-sul; para a região influenciada por Juazeiro, e o oeste (que já acontece). Cada uma delas voltada para a exploração de suas potencialidades e vocações. O secretário acha necessário que e a Bahia deixe de olhar para o seu litoral atlântico e se volte para as diversidades econômicas oferecidas pelo interior. Gabrielli informa que muitos desses projetos, senão todos, já estão prontos, necessitando apenas unificá-los numa visão mais aberta de sorte que o Estado possa mudar o paradigma que norteou a sua administração na segunda metade do século passado, com projetos pontuais que não ofereceram possibilidades de uma evolução conjuntural, mas sim, apenas, de forma espaçada. Crê ser possível mudar a Bahia em dez anos. Um projeto unificado iria exigir, no entanto, o investimento de R$ 40 bilhões. Esse, evidentemente, é o gargalo.
O novo secretário do Planejamento não está ancorado em questão de ordem política no momento. Considera que tem que tocar o seu trabalho na secretaria e, de resto, o que acontecer “fica para depois”. Numa abordagem sobre este ano de eleições municipais, evita fazer comentários sobre os demais pré-candidatos ficando apenas em conjecturas sobre o petista Nelson Pelegrino, com quem conversa. Disse que o aconselhou a focar a sua campanha municipal em três projetos básicos, sem se dispersar, porque são muitos os problemas de Salvador, capital que apresenta sinais evidentes de decadência gerencial.Para José Sérgio Gabrielli, Nelson Pelegrino deveria se concentrar, na campanha, em três questões, sem desprezar as demais necessidades do município: 1- revitalização da Orla que está degradada (de bela se transformou num pesadelo em termos de abandono); 2- recuperação da Cidade Baixa (com a Baía de Todos os Santos) e, 3- voltar-se para o centro de Salvador.

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