domingo, 29 de novembro de 2009

Movimento SOS Barra

SOS Barra no Farol hoje - quem não foi perdeu uma oportunidade unica e uma emoção enorme de ver a democracia em ação , o voluntariado e a iniciativa privada/comunitaria fazer acontecer!
Ainda ha' tempo. Tome uma atitude pro-ativa em prol da comunidade e da cidade. Faça um minimo de sacrificio, pelo bem comum."

SOS BARRA

No dia 21 de Outubro, 2009, formou‐se um grupo de simples cidadãos preocupados com o lastimável estado em que se encontra a Barra , cartão postal da Bahia. Esse grupo convida a comunidade a vestir‐se de branco e se reunir no Farol da Barra, em 29 de novembro, Domingo, às 10 hrs., para o lançamento do movimento S.O.S. Barra; que tem como objetivo chamar a atenção das autoridades e iniciar um dialogo para que sejam tomadas medidas efetivas, no sentido de restaurar a dignidade à área, destino de turistas de todo o mundo.
Alguns pontos sobre o movimento:
O movimento não é’ partidário.
O movimento não é’ baseado em personalidades.
O movimento é’ uma iniciativa comunitária, cuja gestão se dá por colegiado, aberto ao público.
É uma iniciativa, na tentativa de incentivar o envolvimento de parte do setor privado.
É uma iniciativa reivindicando ação de parte dos órgãos governamentais que tem jurisprudência sobre as áreas de:
‐ Planejamento urbano
‐ Desenvolvimento Social
‐ Patrimônio histórico
‐ Cultura‐ Turismo
‐ Segurança publica
‐ Meio ambiente
‐ Transito
Almejamos também a formação de um conselho voluntario, formado por arquitetos, designers, artistas plásticos, paisagistas, urbanistas e demais cidadãos atentos à questão e desejosos de somar esforços – para a determinação de medidas a serem tomadas para melhorias na região. Agradecemos de antemão a sua presença, assim como a sua participação na divulgação do evento, que poderá ser um despertar de consciência entre os cidadãos em prol da cidade
.Contato: sosbarra@hotmail.comsosbarra.blogspot.comFaceBook: SOS Barra

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Série "Ó Paí, Ó" une diversão e reflexão em doses certeiras

HUGO POSSOLO
Faço o mea-culpa! Achei que "Ó Pai, Ó" era cinema axé. Fui preconceituoso. Não danço axé, não ouço axé, mas transaria com qualquer uma das Sheilas. A Bahia é muito mais. Não vi o filme nem a peça. Muito menos li o livro. Agora o farei. Isso depois que assisti aos DVDs de "Ó Pai, Ó", com direção geral de Monique Gardenberg, lançados pela Som Livre. A série tem roteiro conciso e preciso, com diálogos inteligentes. Os roteiristas Guel Arraes e Jorge Furtado emprestam conhecimento da linguagem cinematográfica, coisa rara às séries brasileiras, aliando seus talentos à visão dos diretores de cada episódio, que marcam seus estilos sem ferir o eixo narrativo geral. Por ter sido criado em teatro pelo Bando de Teatro Olodum, adaptado para cinema e, depois, para série, pela mesma trupe, o projeto ganha em cada detalhe. Cada personagem está moldado aos atores. Facilitam a narrativa e jamais fogem da fábula original.
Periferia
É animador que a maior produtora de ficção do país, a Rede Globo, abra espaço para séries como "Antonia", "Cidade dos Homens" e "Ó Pai, Ó", que estabelecem um olhar sobre a periferia e contam, em diferentes cores, histórias riquíssimas sobre a vida dos brasileiros reais. Não importa que seja a favela carioca, os manos e as minas paulistanos ou que nos retirem o olhar turístico sobre o Pelourinho, em Salvador. As séries nos têm feito encontrar com uma brasilidade que a televisão escondeu por anos. Chega da favela de novela, maquiada para parecer melhor do que é.Nessas séries, os pobres são o que são. Desejam uma saída, mas nem por isso são raivosos e sem alegria. Vivem seus amores e humores, são personagens humanos, nada plastificados, conquistando o público. Em "Ó Pai, Ó" cada episódio, com sua trama bem tecida, despreocupada de quem a protagoniza, revela talentos. Contam-se boas histórias, de maneiras interessantes, não se restringindo a ser mero entretenimento. Jogam delicadas questões ao espectador, como a do mendigo Negócio Torto, que, ao tentar curtir um show junto a outros um pouco menos pobres que ele, acaba levando uma surra de um segurança. Até o excluído dos excluídos tem uma história a ser contada. Da aldeia baiana, desfrutamos histórias de como o Brasil é universal. Vai além da denúncia da violência, triste e necessária, e mostra que os pobres, cheios de contradições e alegria, têm voz e vez. Não é simples ter essa visibilidade na Globo. É uma conquista. E, melhor, é feito com apuro técnico e visão artística sensível, importantes para nossa cultura. Diversão que não se priva de provocar reflexão.Quando tanto se fala no papel da televisão pública, a maior emissora privada do país dá um excelente exemplo de obras de ficção que têm qualidade e audiência significativas.
HUGO POSSOLO, 46, é palhaço, dramaturgo e diretor do grupo Parlapatões e do Circo Roda Brasil
Artigo originalmente publicado no jornal Folha de São Paulo

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Nova geração de empresários se integra à FIEB

Osvaldo Campos *
Nesta terça-feira foi implantado pelo presidente Victor Ventin (foto) da Federação das Indústrias do Estado da Bahia,, o Conselho para o Desenvolvimento Empresarial Estratégico - CODE. Reunindo uma nova geração de empresários, atuantes nos mais diversos setores da economia baiana, o CODE terá como principal desafio estimular dinâmicas de desenvolvimento a partir dos novos vetores de industrialização da Bahia. Sob a coordenação geral do empresário Clovis Torres (foto), vice-presidente executivo da BAMIM- Bahia Mineração Ltda, empresa que está implantando na região de Caetité uma unidade de produção de Ferro e um terminal portuário na Ponta da Tulha, em Ilhéus.
Entre os diversos empresários presentes, representantes de uma nova geração que passa a integrar o quadro de conselheiros da FIEB, destaque para a presença de Carmine Di Siervi da OAS Empreendimentos, Marcos Galindo Lopes, MGL Construções LTDA , Octavio Bulcão Nascimento, MMSO Advogados e Gustavo Queiroz Moises, Morya PropagandaLTDA, (foto).
O CODE terá como Objetivo estratégico apoiar a Fieb, estimulando as empresas industriais para a construção e implementação de estratégias de mobilização de agentes econômicos e poder público, para viabilizar o desenvolvimento sócio econômico com sustentabilidade ambiental.
Premissas Estratégicas do CODE
1. A formação de renda é definida pela competitividade global mas sua sustentabilidade requer o desenvolvimento local;
2. A expansão industrial deve ser potencializadora do emprego e não necessariamente, empregadora;
3. A sinergia eficaz envolve múltiplos setores;
4. A inovação deve ser focada na competitividade;
5. Os investimentos compensatórios não são eficazes para a sustentabilidade do desenvolvimento sócio-econômico;
6. O dilema entre estimular grandes empreendedores de fora ou estimular pequenas empresas locais é falso.
Objetivos Específicos do CODE
1. Estimular a potencialização das demandas geradas pela indústria para adensamento de cadeias de fornecedores locais;
2. Estimular a industrialização local e agregação de valor a partir da produção de indústria de bens primários e intermediários dos grandes empreendimetos;
3. Apoiar a atratividade de investimentos industriais e de comércio e serviços para enriquecimento do tecido empreendedor regional;
4. Promover o compartilhamento ou sinergia da infra-estrutura industrial para o atendimeto a demandas públicas; e
5. Apoiar e influenciar a gestão pública local na capacitação e mobilização de agentes econômicos disponibilizando inclusive as competências técnicas e empreendedoras focando a construção de pactos locais de desenvolvimento. para a melhoria dos indicadores sociais da população da Bahia.
De acordo com Clovis Torres, "é preciso abandonar a Teoria do Egoismo, que prega o Estado Mínimo e que cada um deva cuidar de seus interesses particulares". Na sua visão compete aos empresários contribuir para a melhoria dos indicadores da população da Bahia, sendo este um dos objetivos a serem perseguidos pelo CODE.
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* Editor deste blog, é Engenheiro Civil, Meste em Administração e especialista em Planejamento da Logística de Transportes. Integra o Conselho de Infraestrutura da Fieb desde 2001.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ampliação do Porto de Salvador

José Rebouças *
O Governador Otávio Mangabeira popularizou a lógica segundo a qual, na Bahia, alguns eram capazes de gastar cem para que outros não ganhassem dez. No porto, essa pecha persiste em se perpetuar. Os desvios de perspectiva plantados, intencionalmente ou não, junto à opinião pública, vêm fazendo com que a rota das discussões sobre a ampliação do Porto de Salvador cada vez mais se afaste dos interesses dos usuários e da administração pública, provocando desnecessariamente os órgãos de controle, a exemplo do Tribunal de Contas da União, que arquivou representação formulada pelo Ministério Público Federal, por não encontrar qualquer eiva de irregularidade nas medidas até então adotadas pela Companhia das Docas do Estado da Bahia - Codeba. Por desiderato da Constituição Federal e da Lei dos Portos, a Codeba, em que pese ser constituída como empresa estatal, exerce, a um só tempo, a condição de concessionária de serviços públicos e de autoridade portuária. Alguns insistem em fingir desconhecer que a competência para definir as modificações no âmbito dos portos é da Autoridade Portuária em suas várias instâncias. A propósito, vale destacar a existência do Conselho da Autoridade Portuária (CAP), órgão multipartite que engloba todos os segmentos vinculados ao setor, que foi democraticamente instituído e detém a legítima representação dos interesses da comunidade portuária, que aprova todas diretrizes a serem observadas pela direção da Codeba. A Codeba apresentou recentemente uma proposta de expansão do Porto de Salvador, que consiste, resumidamente, em três ações: 1) ampliação do berço do terminal existente, acrescendo sua retroárea; 2) dragagem de aprofundamento de 12 para 15 metros de profundidade, cuja ordem de serviço será dada pessoalmente pelo ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, em Salvador; e 3) construção de um segundo berço, no mínimo de igual dimensão ao berço do terminal atual. A ampliação do terminal (foto) atual se justifica, pois este está operando no limite de sua capacidade e com berços de atracação de dimensões impróprias. Já a dragagem de aprofundamento permitirá o acesso de embarcações de maior porte, cujo calado é superior à profundidade encontrada no porto, merecendo aqui destacar que já foram obtidas as licenças ambientais e assegurados os recursos no PAC. Quanto à construção do segundo berço, o projeto já se encontra pronto e a obra será em breve licitada, tendo em vista que o ministro Pedro Brito assegurou a destinação de recursos, que giram em torno de R$ 80 milhões. Concluída esta etapa, que se iniciará em 2010, terá curso a continuidade da ampliação levando-se em conta a demanda do mercado e a manifestação de interessados em ofertar estudos de viabilidade para a realização de licitação para construção e arrendamento de outro terminal de contêineres, desde que compatíveis com os planos do governo brasileiro, através das ações desta Autoridade Portuária. A intenção da Codeba é atender aos usuários do porto, definidos na lei como aqueles que se servem da operação portuária, que consiste na movimentação de passageiros ou de movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinados ou provenientes de transporte aquaviário, realizada no porto organizado por operadores portuários. Estes são os destinatários principais das ações da Autoridade Portuária, que tem a missão de fomentar investimentos privados, atraindo consequentemente mais cargas e, atuando como mediador entre prestadores de serviços e consumidores no âmbito do porto. São paradoxais e estranhas as reações de empresários do setor quando, de forma inédita, reclamam do investimento do governo federal numa realização que deveria ser feita pela iniciativa privada. Sobre a ampliação do Porto de Salvador se afiguram injustas as críticas contra a Codeba, pois a alegada demora na ampliação do porto não significa atraso, mas as dificuldades para mudar certos paradigmas e culturas que de há muito nela aportaram, inculcadas por aqueles que se fixaram no cais, voltados de costas e com os olhos fechados para a nossa cidade, nosso estado e o país, querendo fazer crer que seus interesses eram os interesses da sociedade.
* Presidente da Companhia Docas do Estado da Bahia

domingo, 22 de novembro de 2009

BAHIA, O LUGAR IDEAL

ARNALDO JABOR
Não consigo ir embora da Bahia.
Acabaram minhas férias e continuo aqui.
Mesmo que eu viaje, levarei a Bahia comigo.
Não se trata de louvá-la; quero entendê-la, não com a cabeça, mas com o corpo, com as mãos, com o nariz, entender como um cego apalpa um objeto, entender por que este lugar é tão fortemente estruturado em sua aparente dispersão.
Aí, descubro que, ao contrário, a Bahia me ajuda a “me” entender. Não sou eu quem olha; a Bahia que me olha de fora, inteira, sólida, secular, a paisagem me olha e fica patente minha alienação de carioca-paulista, fica evidente meu isolamento diante da vida, eu, essa estranha coisa aflita que está sempre entre um instante e outro, sem nunca ser calmo, inconsciente e feliz como um animal.
Na Bahia, vejo-me neurótico, obsessivo, sempre em dúvida, ansioso.
Gostaria de estar na praia de Buraquinho, quieto, dentro do mar, como um peixe, como parte da geografia e não fora dela.
Ninguém aqui se observa vivendo. Salvador não é uma “cidade partida” como é o Rio, nem a cidade que expele seus escravos, como São Paulo, que um dia será castigada, estrangulada por sua periferia.
Aqui, de alguma forma misteriosa, os pobres e negros, mesmo sem posses, são donos da cidade.
A cultura africana que chegou nos navios negreiros, entre fezes e sangue, parece ter encontrado a região “ideal” neste promontório boiando sobre o mar, batido de um vento geral, para fundar uma cidade erótica e religiosa, plantada nos cinco sentidos, fluindo do corpo e da terra.
Os casarios subiram os montes, desceram em vales por necessidades dos colonos e dos escravos do passado, o espaço urbano foi desenhado pelo desejo dos homens.
A Bahia foi o lugar perfeito para a África chegar.
Tudo se sincretiza, natureza e cultura.
Espírito e matéria se unem como um bloco só, amores e vinganças fluem no sangue dos galos e dos bodes, esperanças queimam nas velas de sete dias, todas as coisas se amontoam num grande procedimento barroco de não deixar vazio algum, nada que sobre, que fique de fora, nada que isole matéria e gente.
Os deuses não estão no Olimpo; são terrenos e florestas, estão na rua, no dendê, dentro da planta.
Consciência e realidade não se dividem, o povo e o mundo são a mesma coisa, e isso aplaca as neuroses, as alienações das megacidades onde o homem é um pobre diabo perdido no meio dos viadutos.
Como nas fotos do Mário Cravo Neto, tudo se une em um só bloco: o alvo pato e a mão negra, a mulher nua e a pedra, o nadador, o sol e a água, as frutas, os cestos e as bocas, as plantas e os pés, os búzios e os segredos, os santos e os orixás, as mãos e o tambor, a fome e a carne, o sexo e a comida.
Tenho uma espécie de inveja e saudade desta cultura integrada, dessa sociedade secreta que vejo nos olhares das pessoas falando entre si, uma língua muda que não entendo, tenho inveja da palpabilidade de suas vidas materiais, tenho inveja da grande tribo popular que adivinho nos becos e ladeiras , das pessoas que riem e dançam nas beiras de calçada, que se amam na beira do mar. Tenho inveja desta cultura calma que vive no “presente”, coisa que não temos mais nas “cidades partidas”, sem passado e com um futuro que não cessa de não chegar.
Nesta época maníaca e americana, que se esvai sem repouso, aqui há o ritmo do prazer, a “sábia preguiça solar” de que falou Oswald e que Caymmi professa.
A civilização que os escravos trouxeram criou esta “grande suavidade”, este mistério sem transcendência, este cotidiano sem ansiedade, esta alegria sem meta, esta felicidade sem pressa. Aqui a cultura vem antes da lei.
Aqui o soldado na guarita é um negro com passado e orixás, dentro da roupa de soldado.
O bombeiro, o vendedor, o pescador, o vagabundo se comunicam e existem antes das roupagens da sociedade.
Até se travestem, se fantasiam deles mesmos nos horrendo resorts caretas da burguesia, mas não perdem a alma para o diabo, defendidos pela vigilância de seus Exus.
A sinistra modernidade tenta adquirir a Bahia, possuí-la, apropriar-se das praias, das ilhas, dos panoramas.
Mas mesmo o progresso urbano e tecnológico aqui fica domado de certo modo pela cultura, que resiste a esses embates.
Os balneários turísticos aqui me parecem meio patéticos, meio Miami na vivência luxuosa dos acarajés, camarões e
uísques trazidos por serviçais iaôs e mordomos de cabeça feita.
Aqui não se veem os rostos torturados dos miseráveis do Rio e São Paulo: a pobreza tem uma religião terrena costurando tudo.
As festas do ano inteiro não são diversionistas, orgiásticas, para “divertir” – são para integrar. As festas têm uma
religiosidade pagã, sem sacrifícios, sem asceses torturadas de olhos virados para o céu.
Nada sobrou do barroco europeu sofrido; prosperou o barroco gordo, pansexual, com as frutas, os anjinhos nus, os refolhos e os européis invadindo o convulsivo barroco da contra-reforma, com as curvas carnavalescas nas igrejas cheias de cariátides peitudas, sexies, gostosas, como as mulatas do Pelourinho.
Não é uma sociedade, mas um grande ritual em funcionamento.
O Brasil aflito, injusto, imundo, inóspito devia aspirar a ser Bahia. Aqui dá para esquecer o jogo sujo do Congresso em
Brasília, revelando a face oculta dos bandidos com imunidade, emporcalhando a democracia, aqui você não morre afogado na enchente da marginal do Tietê, nem o Ronaldinho é assaltado com revólver na cabeça.
Não conheço lugar mais naturalmente democrático.
E, por isso, não consigo ir embora.
Vou comprar uma camiseta “NO STRESS” e ficar
bebendo um frappé de coco para sempre.
Arnaldo Jabor – Porto da Barra – Salvador / BAHIA
*Artigo originalmente publicado no Jornal O Globo

sábado, 21 de novembro de 2009

POR QUE OS ACIDENTES ACONTECEM

Almir Ferreira Santos
Muitas são as causas dos acidentes de trânsito. Alguns peculiares de Salvador. Em linhas gerais as vias, com traçados irregulares, uma sinalização precária ou inexistente, as condições climáticas, chuva ou neblina, o veículo mal conservado, o pedestre ao atravessar a via fora da faixa ou com o sinal fechado, o condutor...Este último, segundo as estatísticas, é responsável pelo maior percentual de acidentes. Vejamos as principais causas de acidentes cometidos pelo condutor: 1 – Álcool e direção, sem comentário; 2 – Velocidade acima da regulamentada; 3 – Não observar a sinalização; 4 – Uso do celular na direção; 5 – Imperícia; 6 – Má formação de condutores; 7 – Não respeitar o pedestre ou o ciclista; 8 – Trafegar com os faróis apagados durante a noite; 9 - Impudência dos motociclistas; 10 - Primeiro lugar, Salvador é o único lugar que se conhece onde o passageiro, mesmo no ponto de parada tem que correr para embarcar no ônibus. Assim os passageiros se batem tropeçam caem. Folclore. Pára-se o ônibus de qualquer forma, afastado do meio-fio,em fila dupla, além do ponto, isso quando o motorista pára. Uma indisciplina total. O motorista dá partida com as portas abertas mal o passageiro coloca o pé no primeiro degrau. Nesse aspecto há registros de muitos acidentes, alguns fatais. Nem os idosos são respeitados. Não se conhece nenhuma providência da Prefeitura para corrigir essa postura.
HUMANIZAR O TRÂNSITO E O TRANSPORTE. É POSSÍVEL

Na foto, um trágico acidente envolvedo um ônibus e 4 carros em Salvador, que deixou uma vitima fatal. O motorista do ônibus perdeu o controle do veículo, em alta velocidade, atingiu quatro carros e se precipitou pela ribanceira, até parar com pneus enterrados na areia da praia. Uma médica que estava no Peugeot morreu na hora. Na foto, o desespero dos filhos. IRRESPONSABILIDADE E IMPUNIDADE NO TRÂNSITO! ATÉ QUANDO?

Lula na Bahia prega a paz entre árabes e judeus

As negociações de paz no Oriente Médio e a troca de experiência em áreas como agricultura e esporte. Esses foram os assuntos da reunião entre o governador Jaques Wagner, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, realizada ontem na Santa Casa de Misericórdia, em Salvador.
Durante o encontro, o presidente Lula defendeu a criação do Estado palestino, o fim da construção de colônias judaicas no território da Cisjordânia e o respeito à liberdade do povo da Palestina.
"A paz justa e duradoura na região depende do estabelecimento de um Estado palestino próprio, coeso, sem restrições, que garanta a segurança de Israel e tenha seus direitos e de sua população respeitados", disse Lula.
Para ele, a comunidade internacional não pode se conformar com menos do que isso. "A expansão dos assentamentos na Cisjordânia deve ser congelada e as fronteiras do futuro Estado palestino devem ser preservadas."
Lula aproveitou o encontro para mandar um recado às outras nações. "Acho que todos, do menor ao maior país do mundo, precisam colocar em suas prioridades a busca pela paz no Oriente Médio", apontou o presidente. Lula também falou sobre o estreitamento das relações entre o Brasil e o mundo árabe.
"Nós abrimos um escritório de representação em Ramallah, criamos o cargo de embaixador extraordinário para o Oriente Médio e ajudamos a organizar a cúpula América do Sul - Países Árabes. Ao mesmo tempo, o volume de negócios entre nós quadruplicou desde 2002, e um futuro acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Palestina reforçará ainda mais esses números", disse o presidente.
O presidente da ANP agradeceu o apoio do presidente Lula e do povo brasileiro, que considera um exemplo para a humanidade. "O mundo precisa aprender com a experiência brasileira – todos os povos, de todas as origens, convivendo em paz independentemente da cor, do sexo e da religião."

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Economia brasileira está em fase de "boom", diz pesquisa


A economia brasileira passou "para a fase de "boom" e se destacou entre as demais da América Latina, com um ICE (Índice de Clima Econômico) de 7,4 pontos em outubro, segundo pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas) elaborada em parceria com o instituto alemão Ifo. Em julho, o indicador estava em 5,5 pontos. O Brasil também lidera entre os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China). A Índia ficou com 7 pontos; a China chegou a 6,5 pontos e a Rússia foi para 4,7 pontos. O ICE mundial foi de 5,1 pontos.O ICE é composto pelo Índice da Situação Atual (ISA), que trata do desempenho econômico do país no momento da pesquisa, e pelo Índice de Expectativas (IE), que aborda as previsões para os próximos seis meses. O ISA no Brasil aumentou de 4,3 para 6,4 pontos e o IE passou de 6,6 para 8,4 pontos. "O Brasil se destaca por apresentar os maiores índices da região, seja o de clima econômico, situação atual ou de expectativas", informou a FGV em comunicado. A sondagem é feita trimestralmente com especialistas de cada país. Em outubro foram consultados 142 técnicos em 16 países.
Moody's
A Moody's Economy.com, uma divisão da agência de "rating" Moody's, projeta um crescimento ""em torno de 4,5%" para a economia brasileira em 2010. A previsão faz parte de relatório divulgado ontem, onde consta também a expectativa de que a taxa básica de juros não sofra ajustes "antes do final do ano que vem". Para 2009, o economista-chefe Alfredo Coutino calcula um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre 0,5% e 1%.Em outro relatório, também divulgado hoje, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) reportou que vê um país ainda estagnado, mas se recuperando com força em 2010 (crescimento de 4,8%) e 2011 (4,5%).

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Caetano esclarece entrevista em que chamou LULA de "analfabeto"

Caetano Veloso, indignado com o destaque dado pela mídia ao trecho de sua entrevista ao Estadão em que ele chama o presidente Lula de analfabeto e cafona, esclarece o contexto em que isso foi dito, mas em nenhum momento retira a declaração.
Pelo contrário, classifica esse trecho pinçado do seu comentário sobre Marina Silva como o “óbvio” – e o óbvio ululante! Ou melhor: uLULAnte.
Veja trecho da entrevista:
“Não posso deixar de votar nela. É por demais forte, simbolicamente, para eu não me abalar. Marina é Lula e é Obama ao mesmo tempo. Ela é meio preta, é cabocla, é inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro. Ela fala bem”, disse na entrevista. A declaração provocou reações no meio político. Na sexta-feira, o próprio Lula reagiu. “Tem gente que acha que a inteligência está ligada à quantidade de anos de escolaridade que você tem. Não tem nada mais burro do que isso.”
Veja a íntegra da carta de Caetano Veloso:
“O que mais me impressiona é as pessoas reagirem diante da manchete do jornal, tal como ela foi armada para criar briga, sem sequer parecerem ter lido o trecho da entrevista de onde ela foi tirada. É um país de analfabetos? A intenção sensacionalista da edição tem êxito inconteste com os leitores. Pobres de nós.
Sonia Racy sabe que eu ressaltei essa diferença entre Lula e Marina para explicar por que eu dizia que ela é também um fenômeno tipo Obama (coisa que Racy e Nelson Motta não entenderam). Marina é Lula (a biografia) e é Obama (a cor escura e o modo elegante e correto de falar – e escrever). Li aqui que Lula disse que é burrice minha dizer isso. É. Serve para Berzoini contar alegremente votos migrando de Serra ou Aécio para Marina, não de Dilma. Ainda mais que toca nesse ponto óbvio (que para mim tem todas as vantagens e desvantagens, não sendo um aspecto meramente negativo) da fala pouco instruída e frequentemente grosseira e cafona de Lula. Todos sabem disso. Ele próprio se vangloria. Os linguistas aplaudem. E todos têm razão: ele é forte inclusive por isso. Fala “bem”: atinge a maioria dos ouvintes. Sua fala tem competência – e ele, como eu próprio disse na entrevista, é um governante importante. Mundialmente está reconhecido como alguém que chegou lá e foi além do esperado. Quisera Obama estar na mesma situação. Querer dizer que FH era mau governante e Lula é bom é maluquice. Ambos foram conquistas brasileiras importantes. Marina seria um passo à frente. Simbolicamente ao menos. Não creio que ela seria um entrave às pesquisas de células-tronco e à união civil de homossexuais. Se for, eu estarei aqui para me opor a ela. Aborto, união gay, embriões são matéria do Legislativo. O Executivo pode influir? Pode. Mas Marina seria uma presidente do tipo autoritário? Não creio. Criacionismo? Ela jamais cairia na confusão de ensino religioso com ensino científico. Ela é racional, atenta, dialoga com calma. Todos esses assuntos podemos debater com ela como com ninguém: ao menos estaremos certos de que ela não será hipócrita. Se houver candidatura e campanha, teremos tempo para isso. Não penso tanto como Marina sobre a Amazônia. Penso mais como Mangabeira. Já disse. Mas forças políticas surgem assim. Marina chegar a ser candidata é notícia grande. Não posso fingir que não é. E detesto essa mania de que nada se pode dizer que não seja adulação a Lula. Não estamos na União Soviética. Eu não disse nenhuma novidade. Nem considero ofensivo. É descritivo. E a motivação era esclarecer a parecença de Marina com Obama (que me interessa muito). E todos os entendidos me dizem que os banqueiros estão com medo é de Serra: adoram Lula. Então por que a demagogia de dizer que FH era pelos de poder aquisitivo? Até os programas sociais que Lula desenvolveu nasceram no governo FH. O Fome Zero naufragou. Eles se voltaram, espertamente (e felizmente), para o Bolsa-Escola de dona Ruth. Eu ter mencionado a fala analfabeta de Lula não é bom para a campanha de Marina. Mas ainda não estamos em campanha. Eu acho”.
NOTA DO EDITOR – A entrevista de Caetano Veloso ao Estadão está postada aqui no blog Pensando Salvador do Futuro: ,

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Baía de Todos os Santos (Kirimurê). Os Desafios do Crescimento com Sustentabilidade

Carmen Vasconcelos
“Seria difícil de imaginar, antes de ver no panorama, algo tão magnífico. (…)A cidade fica bem aninhada em uma floresta luxuriosa e situada em uma margem íngreme, observa as águas calmas da grande Baía de Todos os Santos”.

De 1832, quando o cientista Charles Darwin navegou pelas águas da terceira maior baía do mundo, para os dias atuais, muita coisa mudou nesse cenário.
A floresta luxuriosa perdeu espaço para a ocupação desordenada, a implantação de indústrias, portos e atividades petrolíferas. No fundo das águas, já não tão calmas, repousa o constante medo de contaminação por metais pesados, além dos riscos da prática da pesca predatória.
Segundo a gestora da Área de Preservação Ambiental (APA) da Baía de Todos os Santos (BTS), Daniela Blinder, os maiores problemas enfrentados no espaço dizem respeito ao longo processo de ocupação humana, realizado semos devidos cuidados com o impacto para o meio ambiente. “Os efeitos disso podem ser sentidos não apenas no ecossistema, mas na sobrevivência humana e na qualidade de vida”, pontua.
Problemas
O excesso de indústrias; o descontrole das atividades portuárias e petrolíferas; a realização de um tipo de turismo que impacta o meio ambiente; o crescimento das atividades de carcinicultura (cultivo do camarão) nos manguezais; a poluição no fundo do mar com mercúrio e chumbo; o esgotamento sanitário deficiente; a pesca com bomba; a destruição da mata atlântica; e a poluição atmosférica são destacados como os maiores complicadores para o desenvolvimento sustentável desse espaço, que compreende 54 ilhas, 14 municípios, um espelho d'água de 1.100 quilômetros quadrados, áreas remanescentes de mata atlântica, além de manguezais.
Na verdade, a BTS é um golfo que conta com duas grandes baías -Iguape e Aratu- e dezenas de enseadas. O desafio de aliar progresso e sustentabilidade é grande, mas não é impossível, e a Baía deTodos os Santos ou Kirimurê (que na língua dos tupinambás significa“ grande mar interior”) segue impressionando por seu passado histórico, a biodiversidade e os potenciais econômico e turístico que ainda estão por ser explorados. Esse conjunto de possibilidades, inclusive, vem despertando interesses de diversos órgãos governamentais e não-governamentais, ligados ao turismo, meio ambiente, saúde e pesquisa.
Conhecer para investir
À frente de um desses programas está a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), que desenvolve o Projeto Kirimurê, em conjunto com as quatro universidades estaduais baianas (Uneb, Uefs, UesbeUesc) e as duas universidades federais (Ufba e UFRB). Segundo a diretora geral da Fapesb, Dora Leal, a meta é criar uma rede multidisciplinar e integrada de informações sobre esse espaço que possa fundamentar as políticas públicas de fomento para a região.
“Esse projeto visa reunir todo o conhecimento existente sobre a baía e sistematizá- lo para que novos saberes possam ser elaborados a partir daí”, esclarece, lembrando que o Kirimurê tema duração de 30 anos, divididos em ondas de cinco anos, e contará com a participação de outros órgãos, como a Fundação Pedro Calmon.
Outra iniciativa que também promete trazer benefícios para a baía e as comunidades do entorno é o plano de manejo da APA, assinado no final do mês passado entre o Governo do Estado da Bahia e a Universidade Federal da Bahia (Ufba), Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
O plano - que equivale ao plano diretor de um município - tem a previsão de durar 16 meses e vai envolver 60 especialistas de áreas diversas. A perspectiva é que, ao final da realização das três etapas do processo, os órgãos que atuam com o meio ambiente possam estar munidos de informações e dados que digam, por exemplo, onde e como permitir o licenciamento para construção de resorts, moradias e indústrias.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Salvador/Hamburgo: Passado e Presente da Globalização

Ulrich Gmünder*
O Simpósio que começa hoje no ICBA, Salvador/Hamburgo: Passado e Presente da Globalização visa apresentar, tanto nas artes como em seminários, as dinâmicas da globalização às quais as cidades de Salvador e Hamburgo têm sido submetidas. Segundo nosso entendimento, as cidades são os pontos de convergência e cristalização da globalização. Conforme esse olhar, a cidade de Salvador representa o passado da globalização, no sentido da expansão européia a partir do século XVI, enquanto Hamburgo serve como exemplo do presente da globalização, conceito que remete à aceleração da interdependência econômica internacional por meio de investimentos diretos a partir dos anos 1960. Salvador, fundada para atender os interesses globais do século XVI, sofreu uma rápida expansão e logo se tornou capital da colônia e um importante entreposto, que, enquanto produzia e exportava açúcar para a Europa, importava mão-de-obra escrava da África. Até os dias de hoje, a cidade conserva grande parte da estrutura urbana formada nesse período. Hamburgo, com a atual reestruturação das áreas do porto, resultado da globalização das elites internacionais e do tráfego marítimo de navios porta-contêineres, representa, na Alemanha atual, o exemplo supremo do presente da globalização e das consequentes transformações do espaço urbano. O projeto se desdobra, ainda em 2009, por meio de leituras dramáticas de duas peças teatrais – Terra de Fogo, de Gaston Salvatore, e Uma Parte do Ganso, de Martin Heckmans –, no âmbito da programação do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia, no mês de outubro. Em novembro, apresentamos um ciclo de filmes com temática urbana, bem como um simpósio sobre as duas cidades portuárias, o qual abordará a sociologia do espaço sob um olhar analítico, ou seja: o espaço da globalização como prática constitutiva da organização social, e o espaço como lugar onde as estruturas sociais alcançam visibilidade. Ao decorrer de 2010, realizamos um intercâmbio literário entre as duas cidades, em março, um desfile de moda conceitual de autoria alemã e baiana, em junho, e, de agosto a outubro, a exposição de fotografias feitas em Salvador, Hamburgo e Marselha, por quatro profissionais da Alemanha, da França e do Brasil. Além destes destaques haverá, com datas ainda por confirmar, uma instalação sonora-visual com o mesmo tema e um simpósio sobre o raio de atuação e impacto dos grandes comerciantes alemães no território brasileiro.
Para a realização do projeto multidisciplinar contamos com a parceria de: Fundação Cultural do Estado da Bahia, Fundação Pedro Calmon, Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, Associação de Ex-Bolsistas na Alemanha, Faculdade da Cidade do Salvador, Aliança Francesa.
* Diretor Executivo do ICBA, Instituto Cultural Brasil Alemanha/Salvador
Maiores informações sobre o Simpósio Internacional:

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Indicação do blog

A mostra cinematográfica, Metrópoles em movimento, apresenta filmes que abordam ou se relacionam, de forma indissolúvel com problemáticas recorrentes de grandes cidades de um mundo em processo de globalização.
Violência e decadência, fascínio e contradições, poder econômico e poesia, ficção e realidade
se mesclam nas imagens em movimento de metrópoles alemães e internacionais.
O cinema pode revelar o que há de comum no particular e o que há de peculiar em cada cidade diante do processo de globalização?
A proposta é, ao menos, lançar tal reflexão a partir de obras cinematográficas selecionadas.

03/11/2009 - Inferno Hamburgo (ESTREIA NACIONAL)
Hölle Hamburg
Direção: Peter Ott, Ted Gaier, 88 min., 2007

No porto de Hamburgo encontra-se um barco abandonado por seus proprietários. A tripulação pede socorro aos quadros fantasmas da Internacional Comunista, que se apossam da consciência de uma documentarista.