Revitalização do Porto e Cidade Baixa
Osvaldo Campos
A convergência de dois eventos nos próximos meses, o início da implantação da Via Expressa Baía de Todos os Santos e a definição da capital baiana com uma das sub sedes da Copa do Mundo de Futebol de 2014 poderá propiciar para Salvador uma oportunidade similar à ocorrida em Barcelona, que, abrigando também uma das sedes da Copa do Mundo e logo depois uma Olimpíada, iniciou um amplo processo de requalificação urbana, priorizando projetos no entorno do seu antigo bairro portuário.Similar à atual situação de Salvador, na Barcelona de então, o porto representava um entrave urbano, que dificultava o trânsito e a expansão do turismo na cidade.Com a implantação da Via Expressa, o porto de Salvador poderá se expandir sem impactar o trânsito, e, deverá se especializar na operação de navios porta contêineres e Cruzeiros Marítimos. Antes da implantação do seu projeto de requalificação urbano-portuária, Barcelona recebia cerca de 100 escalas de navios de Cruzeiros e no porto eram movimentados cerca de 400.000 contêineres por ano, números não muito distantes do porto de Salvador em 2008. Hoje, Barcelona recebe mais de 1.000.000 de turistas marítimos em mais de 600 escalas de Cruzeiros, e, movimenta cerca de 2.000.000 de contêineres em seu porto, sendo um dos principais pólos de comércio e turismo da União Européia.Em Salvador, relegada a segundo plano nas últimas décadas, a Cidade Baixa, que passou ao largo do recente boom imobiliário da cidade, terá agora, com a construção da Via Expressa Baía de Todos os Santos, uma excelente oportunidade de valorização e revitalização urbanística.A Via Expressa, pensada inicialmente para atender a expansão do porto de Salvador, é hoje a mais importante obra do PAC na Bahia e terá suas obras iniciadas ainda neste semestre.Com investimentos superiores a 300 milhões, a nova via, além de atender a movimentação de caminhões direcionados ao porto, disponibilizará seis faixas para veículos, além de extensa ciclovia, possibilitando no futuro a solução de diversos gargalos de trânsito da cidade e a requalificação dos bairros na sua área de influência.Propiciará também acesso fácil e direto entre a Cidade Baixa e o atual corredor de expansão imobiliária da cidade, desde o início do Cabula, entorno da Tancredo Neves e avenida Paralela.Não por acaso, no Fórum Salvador e suas Frentes Marítimas, realizado em 2006 pelo IAB – Bahia, foram apresentadas várias propostas de intervenção urbana, muitas delas abrangendo o entorno da Baía de Todos os Santos, desde a península de Itapagipe até a avenida do Contorno.Diversas propostas envolvendo a área do porto de Salvador e o bairro do Comércio também já foram apresentadas nos últimos anos pela Prefeitura, Codeba, Governo do Estado e iniciativa privada.O momento atual é bastante propício para colocar em discussão todos os estudos e propostas que possam resgatar tão importante região da cidade, revitalizando o porto, o bairro do Comércio e a Cidade Baixa, e, a exemplo de Barcelona, propiciar condições para a retomada do desenvolvimento da atividade econômica em Salvador, com ênfase no setor de serviços e no turismo.
Osvaldo Campos Magalhães – Coordenador do NELT – Núcleo de Estudos em Logística e Transportes, é membro do Conselho de Infra-estrutura da FIEB.
Os dois últimos artigos não foram ja publicados em "A Tarde"?
ResponderExcluirMaravilha!
ResponderExcluirMal vejo a hora de ter as casas da Península de Itapagipe reformadas e pintadas, totalmente preparadas para a valorização que se seguirá à revitalização da orla da Cidade Baixa.
E os moradores mais felizes, morando ao lado de patrimõnios recuperados e que certamente atrairão muitos turistas e investimentos públicos e privados, tal qual o Centro Antigo.
pois esse será o único projeto possível para a Península-Paraíso. Se a elite pensa que vamos sair de nossas casas, recebendo o valor venal dos imóveis, aviso que tirem os cavalos e amoedos-barradas da chuva. A "revitalização" sob o seu interesse especulatório, não irá acontecer. A expropriação disfarçada de "salto" da cidade e geração de sub-empregos para justificar a desapropriação das terras históricas não vai acontecer.
Os "gringos" de colarinho branco daqui e de fora, terão de achar outro lugar para morar. A Península é nossa!!!
Vendam a Vitória, desapropiem os prédios de luxo que impedem a visão da Baía de Todos os Santos. Será bem melhor e menos doloroso.
Vcs não são os donos da cidade, muito menos o prefeito boneco da construção civil.
A Via Expressa não era aquela cujo viaduto não alinhava com o tunel sob um trecho do Barbalho? Como está ela? Saí da Bahia em 2006 e pelo que sei até 2008 ainda estava na mesma.
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