sexta-feira, 16 de setembro de 2022
Baía tem biodiversidade ameaçada
A rica biodiversidade marinha da Baía de Todos os Santos está sendo ameaçada. Uma espécie de coral proveniente das águas do Oceano Pacífico, conhecido por sua capacidade de matar outros corais para disputar espaço, foi encontrado pela Organização Socioambientalista PRÓ-MAR na Baía, em uma Área de Proteção Ambiental (APA) localizada na Ilha de Itaparica.
Ao ameaçar corais nativos e endêmicos da Baía de Todos os Santos, ecossistemas de grande biodiversidade, a espécie Coral-Sol (Tubastrea tagusensis e Tubastrea coccinea) põe em risco a sobrevivência de 65% dos peixes da Baía, que dependem dos recifes de corais das águas baianas para viver. De acordo com a Organização Internacional Marítima, uma espécie é considerada invasora quando provoca danos ecológicos, econômicos ou para a saúde humana, sendo considerada uma das quatro maiores ameaças a biodiversidade marinha.
O Coral-Sol (Tubastrea tagusensis e Tubastrea coccinea) foi encontrado em uma das expedições da PRÓ-MAR, organização que monitora os recifes de coral da Ilha de Itaparica desde 2006, segundo o biólogo da PRÓ-MAR, Ricardo Miranda. “O vimos instalado em um relevante recife da região, onde já é possível ver grande cobertura deste organismo em algumas ‘pedras’, dividindo espaço com importantes corais construtores dos recifes brasileiros, incluindo espécies endêmicas da Bahia”, explicou, em referência às ações do Projeto Maré Global, da ONG, patrocinado pelo Instituto Otaviano Almeida Oliveira (IOAO).
É a primeira vez no Brasil que o Coral-Sol é encontrado instalada em recife de coral. O organismo chegou ao país na década de 80, no Rio de Janeiro, incrustado em cascos de navios e plataformas de petróleo, e também já foi encontrado anteriormente em costões rochosos.
“Grande desastre ecológico”
A espécie representa uma ameaça por encontrar nas águas da Baía de Todos os Santos um ambiente ideal e sem competidores e por crescer três vezes mais que os corais nativos. Segundo o doutorando em ecologia pela Universidade Federal da Bahia, José Amorim, “estamos diante de um grande desastre ecológico”.
O doutorando explica o Coral-Sol é oriundo de uma região na qual competia espaço com mais de 200 espécies para sobreviver. “Aqui, por não haver competitividade, eles superam todos os outros, que até então estavam em harmonia. Além disso, esses organismos apresentam uma taxa de crescimento bem maior em relação as espécies nativas, produzem guerra química com os outros corais e isso, com certeza, leva à devastação dos nossos corais nativos, que juntamente com processos de inibição química, podem causar sérios danos as espécies nativas”, explica Amorim, que preside o Conselho Científico da PRÓ-MAR. ok um
O que fazer quando encontrar o Coral-Sol?
As colônias do coral invasor não devem ser coletadas nem quebradas ao serem encontradas por mergulhadores, alerta Claudio Sampaio, pioneiro na descoberta deste organismo invasor na Baía de Todos os Santos, doutor em zoologia e professor adjunto do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). “Pois“Pois, ao manipulá-lo incorretamente, pode-se estimular a desova deste organismo, contribuindo com a amplificação do problema. O correto é comunicar o mais rápido possível a PRÓ-MAR ou algum especialista da área”, explica Sampaio.
* Materia publicada no Correio da Bahia
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Por sinal, paixão que seja, o coral sol é mito bonito visualmente. Zé pescador é tamvem autoridade no assunto.
ResponderExcluirParadoxal que seja