Ivete se fantasia de palhaça e curte Carnaval de rua em Salvador |
Tenho alguns poucos crushes de amizade. Aquelas relações platônicas que a gente cultiva à distância e que se confirmam a cada declaração, a cada atitude. A pessoa solta um pum e a gente aplaude porque admira. Aquele tipo de gente que, se tivesse sete anos, eu aproveitaria a hora do recreio da escola para perguntar singelamente: "você quer ser meu amigo". Nós, então, dividiríamos o lanche e seríamos cúmplices para sempre.
Já quis ser amiga do Woody Allen. Diante da impossibilidade, vi quase todos os seus filmes, li tudo sobre ele. Praticamente seduzi o maître do bar Carlyle, em Nova York (EUA), onde Allen toca clarinete numa banca de jazz, toda as segundas. Os ingressos estavam esgotados, mas consegui um lugar no cantinho, em pé, piscando meus olhos bem devagarinho, olhando bem fundo nos olhos do maître com cara de mafioso, como se fosse uma das personagens, digamos, excêntricas, de um filme do diretor. Colou.
Depois que consegui me acomodar com o Martini mais caro que já paguei na vida, e girava minha azeitona para disfarçar o nervosismo, Allen subiu ao palco. Me sentia como se tivesse encontrado o Ryan Gosling. Como pode aquele senhorzinho, franzino, que parece mal ter forças no pulmão para soprar o instrumento, tão genial, estar a dez metros de distância?
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