As funções básicas do homem moderno, expressas através da habitação, trabalho e o lazer, que crescem em incontida explosão demográfica, provocando um avanço continuado por novos espaços urbanos, tornaram-se cada dia mais distantes, se elasteceram, e por conta dessa nova configuração passaram a exigir da circulação – antes, mero fator integrante – uma posição de dependência quase vital, situando-a dentro do sistema, numa condição de superfunção urbana. Em virtude desse fenômeno, grandes e surpreendentes transformações, notadamente nos setores do desenvolvimento urbano e transportes de massa têm sido observadas nas principais cidades brasileiras, modificando de maneira expressiva as suas configurações físicas, o comportamento do uso do solo, e até mesmo a qualidade de vida dos seus habitantes.
Até o início da década de 50, o problema dos movimentos urbanos era geralmente encarado em termos de volume de tráfego, e o método largamente aceito para avaliar a demanda futura de movimentos em uma determinada via era o de examinar ou contar o fluxo existente e extrapolá-lo para alguma data futura, aplicando um fator de crescimento apropriado. Em 1953 surgiu nova filosofia, tendo como base a influência do uso do solo na formação dos movimentos viários.
Dentro dessa premissa e a consistência adquirida ao longo do tempo, configurou-se em definitivo que toda essa interação, para que venha propiciar as melhores condições possíveis, seja feita através de processo de planejamento contínuo e integrado, do uso do solo e dos transportes.
Salvador, diante da sua história, e em período recente, lamentavelmente, jamais conviveu com o mínimo processo de planejamento voltado para o trânsito, o transporte e o uso do solo. Em fins da década de 60, quando todas as atenções, interesses e fatos convergiam e aconteciam no seu centro tradicional, mais precisamente na Rua Chile, e ainda quando Itapuã era um aprazível e maravilhoso local de veraneio, eis que de repente surgem as avenidas de vale que provocam extraordinária expansão da cidade no sentido norte. Subsequentemente tivemos a construção da Av. Paralela, do Centro Administrativo da Bahia e no terreno onde ia ser erguido o estádio do Bahia, diante e na expectativa de expressivo negócio, foi construido o Shopping Center Iguatemi.
Salvador passou da condição de cidade para metrópole. De forma continuada, surgiram o sistema de viadutos do Acesso Norte, a Estação da Lapa, a segunda pista da Av. Paralela, outros viadutos e as famosas passarelas. Somente no início da década de 80, com a criação da Secretaria Municipal dos Transportes, tornou-se possível imaginar a possibilidade de se poder realizar um trabalho de planejamento mais próximo do ideal admitido e preconizado para a época. Isso porque a prefeitura, já responsável pelo planejamento urbano e gerenciamento dos transportes, passou também a administrar o trânsito.
No entanto, para infelicidade da nossa cidade, em dois períodos administrativos Salvador foi governada por cerca de nove prefeitos.
Pelas condições efêmeras de suas presenças, nada foi feito. As administrações subsequentes não encontraram nada a continuar e pouco puderam fazer, agravado pelo fato de que vieram atreladas e condicionadas à política e suas práticas nocivas, instalando-se dentro do sistema.
Atualmente, além da implantação de novos shoppings, temos em processo de construção o questionável metrô, que agrediu de forma violenta toda a paisagem no trecho por onde deve passar, sobretudo nas proximidades da Fonte Nova, além de Via Portuária, também bastante questionada. Num processo continuado, o que se vê hoje na Av. Paralela é a fixação de expressivos equipamentos geradores de tráfego, além da presença fortíssima da especulação imobiliária que provocam de forma inevitável, grandes congestionamentos e que, mantendo-se a mesma continuada omissa e descontrolada política, certamente viremos a ter no futuro, maiores e mais preocupantes problemas.
Por fim, sem nenhum controle do uso do solo nessas novas áreas de expansão como legado mais expressivo, surgiram e se fixaram grandes e expressivas invasões, favelas: Malvinas e Saramandaia.
Até o início da década de 50, o problema dos movimentos urbanos era geralmente encarado em termos de volume de tráfego, e o método largamente aceito para avaliar a demanda futura de movimentos em uma determinada via era o de examinar ou contar o fluxo existente e extrapolá-lo para alguma data futura, aplicando um fator de crescimento apropriado. Em 1953 surgiu nova filosofia, tendo como base a influência do uso do solo na formação dos movimentos viários.
Dentro dessa premissa e a consistência adquirida ao longo do tempo, configurou-se em definitivo que toda essa interação, para que venha propiciar as melhores condições possíveis, seja feita através de processo de planejamento contínuo e integrado, do uso do solo e dos transportes.
Salvador, diante da sua história, e em período recente, lamentavelmente, jamais conviveu com o mínimo processo de planejamento voltado para o trânsito, o transporte e o uso do solo. Em fins da década de 60, quando todas as atenções, interesses e fatos convergiam e aconteciam no seu centro tradicional, mais precisamente na Rua Chile, e ainda quando Itapuã era um aprazível e maravilhoso local de veraneio, eis que de repente surgem as avenidas de vale que provocam extraordinária expansão da cidade no sentido norte. Subsequentemente tivemos a construção da Av. Paralela, do Centro Administrativo da Bahia e no terreno onde ia ser erguido o estádio do Bahia, diante e na expectativa de expressivo negócio, foi construido o Shopping Center Iguatemi.
Salvador passou da condição de cidade para metrópole. De forma continuada, surgiram o sistema de viadutos do Acesso Norte, a Estação da Lapa, a segunda pista da Av. Paralela, outros viadutos e as famosas passarelas. Somente no início da década de 80, com a criação da Secretaria Municipal dos Transportes, tornou-se possível imaginar a possibilidade de se poder realizar um trabalho de planejamento mais próximo do ideal admitido e preconizado para a época. Isso porque a prefeitura, já responsável pelo planejamento urbano e gerenciamento dos transportes, passou também a administrar o trânsito.
No entanto, para infelicidade da nossa cidade, em dois períodos administrativos Salvador foi governada por cerca de nove prefeitos.
Pelas condições efêmeras de suas presenças, nada foi feito. As administrações subsequentes não encontraram nada a continuar e pouco puderam fazer, agravado pelo fato de que vieram atreladas e condicionadas à política e suas práticas nocivas, instalando-se dentro do sistema.
Atualmente, além da implantação de novos shoppings, temos em processo de construção o questionável metrô, que agrediu de forma violenta toda a paisagem no trecho por onde deve passar, sobretudo nas proximidades da Fonte Nova, além de Via Portuária, também bastante questionada. Num processo continuado, o que se vê hoje na Av. Paralela é a fixação de expressivos equipamentos geradores de tráfego, além da presença fortíssima da especulação imobiliária que provocam de forma inevitável, grandes congestionamentos e que, mantendo-se a mesma continuada omissa e descontrolada política, certamente viremos a ter no futuro, maiores e mais preocupantes problemas.
Por fim, sem nenhum controle do uso do solo nessas novas áreas de expansão como legado mais expressivo, surgiram e se fixaram grandes e expressivas invasões, favelas: Malvinas e Saramandaia.
*Arquiteto e engenheiro de transportes
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