Osvaldo Campos Magalhães *
Enquanto alguns Estados do Nordeste seguem investindo na melhoria do ensino público e na infraestrutura de transportes, a Bahia depois de 17 anos seguidos do mesmo grupo político, vai ficando para trás.
A Bahia tem sérias deficiências estruturais, destacando-se a Educação a infraestrutura de transportes e a Segurança Publica. A deficiência nesses setores acaba prejudicando toda economia, afastando investimentos industriais, investimentos no setor de turismo e setores de alta tecnologia.
Uma das maiores empresas do Estado da Bahia , a Brasken, acaba de inaugurar um grande centro tecnológico e de pesquisas no Estado de Massachusetts onde se concentram algumas das melhores universidades do mundo.
Enquanto os estados do Ceará e Pernambuco vem priorizando a Educação e a Infraestrutura, a Bahia vem investindo em projetos equivocados como o Porto Sul e Ponte Salvador - Itaparica. Perdemos nossa malha ferroviária de 1.530 kms, por omissão de nossa classe política e empresarial. A hidrovia do Rio São Francisco, outrora conhecida como “Rio da Integração Nacional” encontra-se abandonada. Nosso mais importante corredor rodoviário, ligando Salvador a Feira de Santana e dali a Cândido Sales foi desastrosamente concessionado à iniciativa privada, sob a coordenação da Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, pelo critério da Tarifa Mínima de Pedágio e baixos investimentos, que afugentaram todas as grandes empreiteiras e entregou esse corredor vital para nossa economia à inexperiente ISOLUX, sem nenhuma tradição no setor rodoviário. Toda a BR 101 foi duplicada nos estados do Nordeste e não avançou na Bahia. Os governos dos estados de Pernambuco e Ceará construíram modernos terminais portuários, operados pela iniciativa privada, capazes de receberem os maiores navios do mundo. Com força política conseguiram viabilizar a transposição das águas do rio São Francisco, obra que não beneficiou o semiárido da Bahia.
O ensino público na Bahia figura entre os 3 piores do Brasil e a taxa de analfabetismo está entre as maiores. Enquanto isso, o Ceará avança quando o assunto é a oferta de uma educação de qualidade. O Estado apresenta o melhor resultado do Brasil, ao lado de São Paulo, no Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (Ipen), 2023, com nota 5,5. Já Pernambuco possui a maior rede de ensino integral do país no Ensino Médio. Atualmente, são 438 escolas que ofertam esta modalidade, totalizando 62% das matriculas de estudantes que acessaram o Ensino Médio. O índice supera a meta do Plano Nacional de Educação, prevista para o ano de 2024.
Não podemos continuar com ufanismo. A nossa situação é grave. Por incompetência e falta de planejamento estratégico.
*Engenheiro Civil e Mestre em Administração. Especialista em Planejamento da Infraestrutura de Logística e de Transportes.
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