Manuel Ribeiro*
E Claro que o carro elétrico está sendo produzido para por fim ao consumo de energia fóssil dos atuais automóveis e assim obter uma redução das emissões do dióxido de carbono, certo? Não necessariamente. Energia não se cria, transforma-se. A energia que carrega o carro elétrico vem de onde? Da tomada que, por sua vez, recebe a energia de diversas fontes. Na Europa de gás fóssil, nos Estados Unidos pode vir do xisto e no Reino Unido e na China pode pode vir do carvão. Em muitos casos será trocar seis por meia dúzia. Para a mudança de uma parte importante da matriz energética gasta-se globalmente uma fortuna para ficarmos no mesmo lugar. Isto sem falar no descarte das baterias. Ainda não soube de nenhum Decreto ou Portaria dos órgãos ambientais do Brasil para que os importadores ou fabricantes de carros elétricos apresentem projeto e compromisso de realizar a coleta reversa das baterias e a sua destinação final de forma ambientalmente correta. Se não bastasse o que está escrito acima, não acredito em carro elétrico como carro com a atual tecnologiaAcho que será um fiasco e em breve estaremos preocupados com o destino a ser dado a suas carcaças e baterias. A ilusão oferecida ao consumidor é a inteligência artificial para pilotar, versão piloto automático de avião para autos, e multimídia. Coisas que são acessórias a um veículo urbano pessoal (sofisticação e brinquedo). Até hoje qualquer um sai por aí dirigindo um fusca velho desconfortavelmente sem qualquer problema para sair e chegar com segurança 500km depois. Como automóvel, que deveria ser o "core" do projeto, o carro elétrico lembra-me um dinossauro: muito pesado em função de suas baterias, com uma inércia enorme demandando potência adicional para arrancar, um sistema de frenagem complicado para parar e, com toda a tecnologia embarcada, pode ficar no caminho por falta de uma reles tomada. Os 500 km, vencidos pelo Fusca facilmente, merecerá planejamento para o carro elétrico ser carregado no caminho e garantir a autonomia (paradoxal, não?). No Brasil, país onde existe a maior incidência de raios, a proteção do carro elétrico parece não ser das melhores. Segundo publicado, um raio que caiu próximo a um magnífico Tesla, desregulou tudo, inclusive o sistema de carregamento das baterias. Conclusão: reboque e revisão total. Por ser um DINOSSAUTO, falta flexibilidade indispensável para utilização em condições de imprevisibilidade.
Por último uma questão econômica. Você compraria um carro elétrico de segunda mão com as baterias já parcialmente gastas? A tendência é que as concessionárias não aceitem o veículo usado como parte do pagamento como já acontece na Europa. O descarte das baterias, se não houver a coleta reversa e destinação final garantidas, terá um valor alto, porém desconhecido. Sob o aspecto econômico, a vida dos dinossautos dependerá da aceitação pelo público dos contratos de assinatura. Comprar dinossauto, na minha opinião, é, e será, um péssimo negócio.
*Engenheiro, foi presidente da CONDER
Respeito, gosto e admiro muito Manuel Ribeiro mas acredito que essa informação está deformada. 'Carros' não são necessariamente 'o futuro', em materia de transporte o' futuro' são os aviões, os elevadores, as bikes e os próprios pés de cada um ( ajudados por esteiras e escadas rolantes, patinetes, patins, skates e etc.etc.), mas os carros eletricos e autonomos, ainda transitórios, são o próximo passo para acabar de vez com os assassinos fósseis ( esses sim) movidos a combustível fóssil ( o trocadilho foi inevitável, desculpem...) Um abraço Manuel, continue escrevendo para esse blog do Cavaleiro Oswaldo, um membro de Kirimure.
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