Osvaldo Campos Magalhaes*
Cidades que surgiram e se
desenvolveram em função de seus portos, Barcelona e Salvador, possuem enormes potenciais
para o crescimento em segmentos econômicos parecidos.
Se nos dias atuais,
Barcelona e Salvador, se distinguem pelo forte apelo turístico e cultural,
atraindo milhões de pessoas de todo o mundo para os grandes eventos que
realizam, divergem, e muito, na atenção aos investimentos em tecnologia, infraestrutura
de transportes, turismo e comércio.
Com a realização das
Olimpíadas em 1992, Barcelona realizou investimentos na requalificação da
decadente área portuária, na construção de hotéis, moderno terminal
aeroportuário e, no seu sistema de mobilidade urbana.
Os investimentos na requalificação
urbana não implicaram no desprezo ao enorme potencial portuário da cidade, um
dos maiores do Mediterrâneo e dos mais importantes da Europa, mesmo estando
encravado no centro da cidade e movimentando navios com cargas químicas,
siderúrgicas e minerais.
Em Salvador, apesar da
decadência de seu aeroporto e do desprezo da comunidade e das autoridades locais
em relação ao porto, existem boas perspectivas de superação destes entraves. A
privatização do seu aeroporto e o grande potencial de crescimento nas operações
de navios de turismo e navios porta contêineres abrem boas perspectivas para a
economia da cidade.
Privatizado em 1999, o
Terminal de Contêineres do porto de Salvador é administrado pela maior empresa
operadora portuária do Brasil, a Wilson Sons, que vem investindo e modernizando
o TECON, hoje um dos mais eficientes do Brasil e com enorme potencial para se
tornar no hub-terminal do Nordeste. Com a ampliação do canal do Panamá, que
passa a operar com navios de até 14.000 TEU´s, Salvador, ampliando seu molhe e
seu berço de atracação de navios conteneiros, poderá captar esses gigantescos navios
que exigem eficiência e capacidade operacional do porto.
Já o terminal de Cruzeiros,
apesar do equivocado e deficiente projeto, está concessionado à maior operadora
de terminais de passageiros do Brasil, a SOCICAM, e possui enorme potencial de
desenvolvimento e de atração de turistas para a cidade, e, com ações e
investimentos, poderá transformar Salvador em porto emissor de Cruzeiros
Marítimos.
Uma boa estratégia para
revitalizar a economia de Salvador, seria a municipalização da gestão do porto,
como ocorre com sucesso nas principais cidades portuárias da Europa.
Salvador abriga uma das
maiores comunidades espanholas do Brasil, o que justificaria uma aproximação do
nosso prefeito com os alcaides de Barcelona e Valencia.
Essas cidades vêm obtendo
êxito nas suas estratégias competitivas, baseadas no fortalecimento de seus
portos, do turismo e da economia criativa.
*Membro
do Conselho de Administração da CODEBA
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