Osvaldo Campos Magalhães*
Cidade
com enorme potencial turístico, com características culturais e naturais únicas
no Brasil, Salvador vem sofrendo com a deficiência e precariedade de dois de
seus mais importantes equipamentos de apoio ao turismo.
Tendo movimentado em 2015, 9.1 milhões de
passageiros entre embarques e desembarques nacionais e internacionais, o
aeroporto internacional de Salvador, ao longo dos três últimos anos, foi o que apresentou o pior desempenho
nas pesquisas realizadas pela Secretaria de Aviação Civil. Apesar do enorme potencial de atratividade
para o setor privado, o aeroporto de Salvador, inexplicavelmente, não foi
incluído nas duas primeiras rodadas de concessões de aeroportos do Brasil.
Enquanto os principais aeroportos do Brasil receberam vultosos investimentos na
ampliação de suas infraestruturas físicas e modernização e melhoria da gestão,
resultado da participação de parceiros internacionais com comprovada
experiência e sucesso na gestão da infraestrutura aeroportuária, o aeroporto de
Salvador permaneceu subordinado à caótica gestão da Infraero.
A Infraero nos últimos 20 anos sofreu com a forte ingerência política e
a partidarização de sua gestão. Se esta ingerência política beneficiou Recife,
onde um moderno terminal aeroportuário foi construído, graças a influência de
um presidente pernambucano da Infraero, por outro lado, prejudicou imensamente
Salvador, que acaba de perder para Fortaleza e Recife a concentração de voos no
Nordeste das duas maiores empresas de transportes aéreos, a TAM e a GOL.
A mesma ingerência política que descaracterizou a outrora eficiente Infraero,
também vem prejudicando imensamente a gestão do turismo na Bahia. Tanto a Bahiatursa
como a Secretaria Estadual de Turismo vem sendo geridas por políticos sem
qualquer experiência anterior com o setor, o que vem comprometendo esta
importante atividade econômica.
Abraço simbólico em defesa do Centro de Convenções, realizado por representantes do Trade Turístico |
O lamentável estado do Centro de Convenções de
Salvador é a maior prova deste fato.
Enquanto o mercado brasileiro de eventos cresce a uma média
de 14% ao ano, na Bahia, a atividade está comprometida.
Detalhe que há apenas dez anos, o equipamento foi vencedor do
Prêmio Caio 2005, considerado um Oscar do setor de eventos.
Dados da Organização Mundial do Turismo indicam que a atividade de feiras e congressos movimenta mais de 50 segmentos, como transporte, hospedagem, lazer, alimentação e comércio. Sendo Salvador uma cidade sem indústrias e dependente do setor de serviços equipamentos como o Centro de Convenções e seu aeroporto jamais poderiam ter sido sucateados e relegados a segundo plano.
Como reflexo destes fatos, Salvador deixou de atrair novos investimentos na sua hotelaria e pode inclusive perder dois de seus mais importantes equipamentos hoteleiros.
Dados da Organização Mundial do Turismo indicam que a atividade de feiras e congressos movimenta mais de 50 segmentos, como transporte, hospedagem, lazer, alimentação e comércio. Sendo Salvador uma cidade sem indústrias e dependente do setor de serviços equipamentos como o Centro de Convenções e seu aeroporto jamais poderiam ter sido sucateados e relegados a segundo plano.
Como reflexo destes fatos, Salvador deixou de atrair novos investimentos na sua hotelaria e pode inclusive perder dois de seus mais importantes equipamentos hoteleiros.
Necessário
se faz que o governo do Estado da Bahia reconheça sua responsabilidade na crise
que atravessa o setor de turismo na Bahia e promova as mudanças necessárias na
gestão desta importante atividade econômica.
*Engenheiro e Mestre em Administração. Membro do Conselho
de Infraestrutura da FIEB
** Ilustração: Cau Gomes - Foto A Tarde
** Ilustração: Cau Gomes - Foto A Tarde
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