Osvaldo Campos Magalhaes*
O conceito de
economia criativa surgiu em 1994, na Austrália, com o projeto “Creative Nation”. Ganhou destaque
mundial durante o governo do primeiro-ministro britânico Tony Blair com uma
série de incentivos a atividades que envolvem a criatividade como software
gastronomia, moda, design e mídia.
Em São Paulo, no ano de 2004, a conferência da ONU sobre Comércio e
Desenvolvimento, decidiu
introduzir o tema da economia criativa na agenda política internacional de
desenvolvimento econômico.
Desde então, mais de 50 países já realizaram mapeamentos
dos seus setores criativos e adotaram estratégias que visam expandir sua indústria
criativa, inserindo o tema estrategicamente em suas
agendas econômicas.
No Brasil, em 2012, foi criada no âmbito do Governo Federal a Secretaria da Economia Criativa –
SEC, tendo como prioridades os setores de Artesanato, Arquitetura, Design e Moda. Um amplo mapeamento da
economia criativa foi também realizado no Rio de janeiro, pela FIRJAN, e
revelou que o peso da cadeia da
indústria criativa no PIB brasileiro
pode chegar a 18,2%, o que equivale a mais de R$ 680 bilhões.
Pesquisa
da UNCTAD indica que o Brasil
exporta atualmente mais de US$ 8.5 bilhões em serviços e produtos criativos. Considerando
a nossa rica herança cultural e o vasto
potencial de talentos criativos no país, o Brasil ainda tem participação tímida
no mercado mundial. É preciso reforçar nossa capacidade criativa, diversificar
e melhor promover nossos produtos no mercado mundial: música, cinema, moda,
design, novas mídias, artesanato, etc..
O momento é propício para se por em prática, em
Salvador, políticas institucionais
que ajudem a promover a
dimensão de desenvolvimento da economia criativa em sua totalidade. Cidades como São Paulo, Recife e Curitiba lançaram
recentemente seus programas de economia criativa.
O conceito das “cidades criativas” tem sido amplamente usado não só
para revitalizar cidades que buscam novos rumos valorizando a cultura, serviços
diferenciados e entretenimento a fim de atrair a chamada classe de
empreendedores criativos, valorizando assim tanto o patrimônio histórico e
cultural como o lado contemporâneo das cidades.
A indústria criativa apresenta grande potencial para as
cidades que estejam procurando diversificar sua economia e participar de um dos
mais dinâmicos setores da economia mundial. Entretanto,
para que haja um clima que conduza ao bom desempenho da economia criativa é
preciso que o setor público adote políticas de estímulo.
Dada suas
características culturais únicas, Salvador tem todos os atributos para se tornar
uma referência como a cidade da economia criativa. Tem uma identidade multicultural e é uma cidade musical
e singular, vocacionada para o entretenimento e cultura, mas, políticas
públicas adequadas são necessárias para promoverem o desenvolvimento inclusivo
através da criatividade, cultura, conhecimento e inovação.
*Criador e eiditor deste blog. Engenheiro Civil e Mestre em Administração com foco em
Tecnologia e Estratégia. Membro do Conselho de Infraestrutura da FIEB.
** Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde, em 25/08/2014
** Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde, em 25/08/2014
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