Samuel Celestino*
José Sérgio Gabrielli apenas
completou 20 dias como secretário de Planejamento, mas tem idéias e planos que
pretende pô-las em prática. A começar pelo Nordeste: um projeto compartilhado
com os secretários da sua área de todos os estados da região para definir, se
possível, um plano de desenvolvimento conjuntural. Parte do fato de que o
Nordeste e o Centro-Oeste foram as duas regiões que mais cresceram nos últimos
anos. Ademais, o mercado nordestino oferece amplas possibilidades de expansão e
está nos planos das grandes empresas que vislumbram um futuro promissor para a
região nos próximos anos. Em síntese, entende que a vez é do Nordeste. Já o seu
trabalho na Secretaria do Planejamento ele acentua que pretende evitar que haja
projetos em duplicidade com outras secretarias acabando com o que chama de
“sombreamento.” Quer reunir tais projetos para planejar o desenvolvimento do
estado nas suas diversas regiões.
José Sérgio Gabrielli vê
amplas possibilidades para uma explosão desenvolvimentista na Bahia nos
próximos dez anos, a começar por uma ampla transformação de Salvador; uma total
repaginação no Recôncavo, daí se expandindo na direção do sul e extremo-sul;
para a região influenciada por Juazeiro, e o oeste (que já acontece). Cada uma
delas voltada para a exploração de suas potencialidades e vocações. O
secretário acha necessário que e a Bahia deixe de olhar para o seu litoral
atlântico e se volte para as diversidades econômicas oferecidas pelo interior.
Gabrielli informa que muitos desses projetos, senão todos, já estão prontos,
necessitando apenas unificá-los numa visão mais aberta de sorte que o Estado
possa mudar o paradigma que norteou a sua administração na segunda metade do
século passado, com projetos pontuais que não ofereceram possibilidades de uma
evolução conjuntural, mas sim, apenas, de forma espaçada. Crê ser possível
mudar a Bahia em dez anos. Um projeto unificado iria exigir, no entanto, o
investimento de R$ 40 bilhões. Esse, evidentemente, é o gargalo.
O novo secretário do
Planejamento não está ancorado em questão de ordem política no momento.
Considera que tem que tocar o seu trabalho na secretaria e, de resto, o que
acontecer “fica para depois”. Numa abordagem sobre este ano de eleições
municipais, evita fazer comentários sobre os demais pré-candidatos ficando
apenas em conjecturas sobre o petista Nelson Pelegrino, com quem conversa.
Disse que o aconselhou a focar a sua campanha municipal em três projetos
básicos, sem se dispersar, porque são muitos os problemas de Salvador, capital
que apresenta sinais evidentes de decadência gerencial.Para José Sérgio
Gabrielli, Nelson Pelegrino deveria se concentrar, na campanha, em três
questões, sem desprezar as demais necessidades do município: 1- revitalização
da Orla que está degradada (de bela se transformou num pesadelo em termos de
abandono); 2- recuperação da Cidade Baixa (com a Baía de Todos os Santos) e, 3-
voltar-se para o centro de Salvador.